Quem sofre de ataques de pânico tem maior risco de desenvolver doenças do coração
Os sintomas de um ataque de pânico são muitas vezes confundidos com um ataque de coração. E pelos vistos com razoes perfeitamente plausíveis. Afinal, os resultados de um inquérito demonstram que as pessoas que sofrem de ataques de pânico têm um maior risco de vir a desenvolver um maior risco de vir a desenvolver uma doença cardíaca.
O estudo realizado em Inglaterra estabelece uma relação directa e complexa entre a mente e o coração. Ou mesmo entre os que são designados de distúrbios mais associados ao cérebro, como a depressão ou ansiedade extrema, com um aumento de risco dos acidentes cardiovasculares.
Com esta nova evidencia, os investigadores querem alertar os médicos para que considerem o pânico como um factor independente de risco para o desenvolvimento de uma doença coronária.
Para chegarem a estas conclusões, os cientistas compararam a evolução de quase 60 mil adultos diagnosticados com pânico com uma amostra de mais de 347 mil pessoas sem este tipo de doença. A incidência de ataques cardíacos aumentou muito entre os primeiros, principalmente nos que tinham menos de 50 anos.
Os investigadores não sabem dizer com certeza absoluta se esta descoberta se deve a um erro de diagnostico dos sintomas da doença coronária ou se existe realmente uma relação de causa-efeito.
De qualquer forma, ficou provado que o pânico é prejudicial para a saúde cardiovascular, mas não é letal.
‘Virginia Alves’
Blog de recolha e divulgação de artigos e opiniões de interesse generalizado na área de Saúde Pública, além de divulgação de noticiário variado na área cientifica, sobretudo , para além de analises criticas e construtivas aos Serviços Nacionais de Saúde. Artigos de opinião critica e construtiva sobre a temativa em analise, a responsabilidade do autor do Blog, e convidados.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
A SUA CARA NÃO ME É ESTRANHA
Já se sabia que a hormona oxitocina tem um papel nas relações sociais entre seres humanos. Este químico contribui, por exemplo, para o sentimento de confiança que mantemos nos outros, mesmo quando eles nos fizeram algum mal.
A psicóloga suíça Urike Rimmele conseguiu ir agora um pouco mais longe e demonstrou que a oxitocina também tem influencia na memória social.
De acordo com os resultados de um estudo que realizou, a oxitocina melhora a capacidade que temos de reconhecer um rosto familiar.
Esta memória social, diz a investigadora, é biologicamente diferente da que nos permite lembrarmo-nos dos objectos.
A psicóloga suíça Urike Rimmele conseguiu ir agora um pouco mais longe e demonstrou que a oxitocina também tem influencia na memória social.
De acordo com os resultados de um estudo que realizou, a oxitocina melhora a capacidade que temos de reconhecer um rosto familiar.
Esta memória social, diz a investigadora, é biologicamente diferente da que nos permite lembrarmo-nos dos objectos.
ARRITMIA ESTÁ NOS GENES
O que a genética ainda tem para desvendar
A fibrilação atrial, o tipo mais comum da arritmia do coração, é considerada um problema eléctrico do coração e, por isso, sempre se pensou que a riz do problema estaria nos canais iônicos, especialmente nos que controlam os impulsos que produzem os batimentos cardíacos. Mas agora uma equipa de investigadores identificou um gene associado à doença que é alheio a estes estímulos eléctricos: trata-se do NUP155, que está envolvido no processo que regula a troca de materiais e actua como uma entidade que controla a função de outros genes.
Para chegarem a esta conclusão, os cientistas acompanharam uma família em que muitos membros sofriam de forma grave de fibrilaçao atrial. Traves de diferentes análises, a equipa conseguiu detectar que os indivíduos transportavam duas cópias do gene danificado.
Na maior parte das pessoas, a arritmia surge por uma interacção de várias causas genéticas e ambientais. No entanto, em 30% dos casos, que são geralmente mais graves, o problema está directamente ligado a uma mutação genética, e agora foi identificada uma delas – o que poderá ajudar no futuro a encontrar uma terapêutica adequada para estes casos.
A fibrilação atrial, o tipo mais comum da arritmia do coração, é considerada um problema eléctrico do coração e, por isso, sempre se pensou que a riz do problema estaria nos canais iônicos, especialmente nos que controlam os impulsos que produzem os batimentos cardíacos. Mas agora uma equipa de investigadores identificou um gene associado à doença que é alheio a estes estímulos eléctricos: trata-se do NUP155, que está envolvido no processo que regula a troca de materiais e actua como uma entidade que controla a função de outros genes.
Para chegarem a esta conclusão, os cientistas acompanharam uma família em que muitos membros sofriam de forma grave de fibrilaçao atrial. Traves de diferentes análises, a equipa conseguiu detectar que os indivíduos transportavam duas cópias do gene danificado.
Na maior parte das pessoas, a arritmia surge por uma interacção de várias causas genéticas e ambientais. No entanto, em 30% dos casos, que são geralmente mais graves, o problema está directamente ligado a uma mutação genética, e agora foi identificada uma delas – o que poderá ajudar no futuro a encontrar uma terapêutica adequada para estes casos.
TESTE PIONEIRO PERMITE PREVER RISCO DE DEPRESSÃO
Pessoas com ameaça de depressão superior a 10,6% devem ser acompanhadas. Um em cada 5 portugueses sofrem de; depressão.
Já é possível fazer um teste online para avaliar o risco de depressão. Por enquanto, esta ferramenta desenvolvida por um grupo de investigação financiado pela União Européia só está disponível em inglês – na pagina do Departamento de Ciências e saúde Mental da Universidade de Londres (www.ucl.ac.uk/predict-depression/demograph.php) – mas ainda durante esse ano deverá poder ser utilizada em português.
Segundo o coordenador nacional do estudo, Miguel Xavier, explicou que ao longo de 2009 será discutido como este teste pode ser utilizado, ‘nomeadamente no âmbito do Plano Nacional de Saúde Mental’. Miguel Xavier explica que a ferramenta foi pensada para ajudar os médicos de família nos cuidados primários a prever a depressão nos seus doentes, ou seja, ‘como um instrumento de saúde pública’.
O coordenador nacional do PREDICT, assim se chama o estudo, considera que este é um modelo cientificamente fundamentado, um algoritmo, para fazer a previsão do risco de depressão’, diz – uma doença que muitas vezes não é detectada, apesar de ser apontada no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública. Aliás, o plano indica que um em cada cinco portugueses sofre de depressão.
A parte da previsão está ainda menos desenvolvida, indica o professor de psiquiatria da Faculdade de Ciências Medicas da Universidade Nova de Lisboa. É também ‘muito complexa, uma vez que a relação de causalidade entre os vários factores e a doença não é obvia’.
Este teste segue uma idéia que foi aplicada na cardiologia, o famoso teste de Framingham. Isto, porque tal como nas doenças cardiovasculares, a depressão resulta de vários factores.
Assim, o estudo serviu para identificar, em pessoas saudáveis, quais as perguntas (e correspondentes factores) que revelam maior capacidade de prever a ocorrência de episódios depressivos nos 12 meses seguintes. O teste foi desenvolvido com base nas respostas dos 5216 participantes que não estavam deprimidos na altura da primeira entrevista, mas revelaram sintomas mais tarde. No total, nos seis países que participaram (Reino Unido, Estônia, Holanda, Eslovênia, Espanha e Portugal) foram entrevistadas mais de 10 mil pessoas.
Miguel Xavier salienta que o teste revelou ter uma fiabilidade estatística superior a 80%, ou seja, superior até ao teste para as doenças cardiovasculares. ‘As pessoas que apresentem índices de probabilidade elevados – superior a 10,6% - devem ser sinalizadas, ou mesmo referenciadas para serviços de psiquiatria’.
Para o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários, Luis Pisco, ‘os médicos de família estão sempre interessados em colaborar com outras especialidades e todos os mecanismos que ajudem no diagnóstico ‘são bem-vindos’.
‘Patricia Jesus’
Já é possível fazer um teste online para avaliar o risco de depressão. Por enquanto, esta ferramenta desenvolvida por um grupo de investigação financiado pela União Européia só está disponível em inglês – na pagina do Departamento de Ciências e saúde Mental da Universidade de Londres (www.ucl.ac.uk/predict-depression/demograph.php) – mas ainda durante esse ano deverá poder ser utilizada em português.
Segundo o coordenador nacional do estudo, Miguel Xavier, explicou que ao longo de 2009 será discutido como este teste pode ser utilizado, ‘nomeadamente no âmbito do Plano Nacional de Saúde Mental’. Miguel Xavier explica que a ferramenta foi pensada para ajudar os médicos de família nos cuidados primários a prever a depressão nos seus doentes, ou seja, ‘como um instrumento de saúde pública’.
O coordenador nacional do PREDICT, assim se chama o estudo, considera que este é um modelo cientificamente fundamentado, um algoritmo, para fazer a previsão do risco de depressão’, diz – uma doença que muitas vezes não é detectada, apesar de ser apontada no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública. Aliás, o plano indica que um em cada cinco portugueses sofre de depressão.
A parte da previsão está ainda menos desenvolvida, indica o professor de psiquiatria da Faculdade de Ciências Medicas da Universidade Nova de Lisboa. É também ‘muito complexa, uma vez que a relação de causalidade entre os vários factores e a doença não é obvia’.
Este teste segue uma idéia que foi aplicada na cardiologia, o famoso teste de Framingham. Isto, porque tal como nas doenças cardiovasculares, a depressão resulta de vários factores.
Assim, o estudo serviu para identificar, em pessoas saudáveis, quais as perguntas (e correspondentes factores) que revelam maior capacidade de prever a ocorrência de episódios depressivos nos 12 meses seguintes. O teste foi desenvolvido com base nas respostas dos 5216 participantes que não estavam deprimidos na altura da primeira entrevista, mas revelaram sintomas mais tarde. No total, nos seis países que participaram (Reino Unido, Estônia, Holanda, Eslovênia, Espanha e Portugal) foram entrevistadas mais de 10 mil pessoas.
Miguel Xavier salienta que o teste revelou ter uma fiabilidade estatística superior a 80%, ou seja, superior até ao teste para as doenças cardiovasculares. ‘As pessoas que apresentem índices de probabilidade elevados – superior a 10,6% - devem ser sinalizadas, ou mesmo referenciadas para serviços de psiquiatria’.
Para o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários, Luis Pisco, ‘os médicos de família estão sempre interessados em colaborar com outras especialidades e todos os mecanismos que ajudem no diagnóstico ‘são bem-vindos’.
‘Patricia Jesus’
CONSEQUENCIAS PSICOLÓGICAS DAS INSÓNIAS
Dormir mal pode provocar paranóia e outras doenças mentais
Quem não teve já uma noite de insônia? Milhares de pessoas já passaram por isso e muitas vivem com esse problema diariamente. De acordo com os conhecimentos mais comuns, um sono regular e de boa qualidade é fundamental para manter um bom estado psíquico e físico.
Um estudo recente realizado na Grã-Bretanha sugere uma nova relação entre o mau sono e as perturbações psíquicas, revelando que as pessoas que sofrem de insônias têm mais probabilidade de também virem a sofrer de paranóias, como a mania da perseguição.
Para chegar a esta conclusão, os investigadores examinaram a possível relação entre a insônia e paranóias em pessoas saudáveis e em doentes com problemas mentais. E concluíram que cerca de 70% das pessoas saudáveis que sofriam de insônia também revelavam problemas psíquicos, e entre os pacientes psiquiátricos mais de metade apresentava o mesmo problema. Os autores do estudo referem que noites de pouco sono podem provocar stresse e confusão mental. Horas a tentar dormir sem o conseguir dão origem a condições ideais para o aparecimento de pensamentos paranóicos. Mas nem tudo são más noticias para ajudar quem sofre de insônias. Por isso, se a insônia o ataca, não perca tempo, procure o seu médico para encontrarem a melhor solução.
Quem não teve já uma noite de insônia? Milhares de pessoas já passaram por isso e muitas vivem com esse problema diariamente. De acordo com os conhecimentos mais comuns, um sono regular e de boa qualidade é fundamental para manter um bom estado psíquico e físico.
Um estudo recente realizado na Grã-Bretanha sugere uma nova relação entre o mau sono e as perturbações psíquicas, revelando que as pessoas que sofrem de insônias têm mais probabilidade de também virem a sofrer de paranóias, como a mania da perseguição.
Para chegar a esta conclusão, os investigadores examinaram a possível relação entre a insônia e paranóias em pessoas saudáveis e em doentes com problemas mentais. E concluíram que cerca de 70% das pessoas saudáveis que sofriam de insônia também revelavam problemas psíquicos, e entre os pacientes psiquiátricos mais de metade apresentava o mesmo problema. Os autores do estudo referem que noites de pouco sono podem provocar stresse e confusão mental. Horas a tentar dormir sem o conseguir dão origem a condições ideais para o aparecimento de pensamentos paranóicos. Mas nem tudo são más noticias para ajudar quem sofre de insônias. Por isso, se a insônia o ataca, não perca tempo, procure o seu médico para encontrarem a melhor solução.
ORÇAMENTO
Em Portugal, apenas 3% do orçamento para a saúde é direccionado para as doenças mentais, mesmo tendo em conta o seu aumento progressivo. Este baixo investimento contrasta com a restante realidade européia.
No caso dos países escandinavos, por exemplo, 10% das verbas do orçamento da saúde são canalizadas para as patologias mentais.
No caso dos países escandinavos, por exemplo, 10% das verbas do orçamento da saúde são canalizadas para as patologias mentais.
DIETAS ABREM AS PORTAS A VÍRUS
As gripes atacam todos os invernos e é quase impossível fugir ao nariz a pingar e á garganta a doer, mas além da vacina, que os médicos recomendam a todas as pessoas de risco, há ainda um outro factor que muitas vezes é esquecido: as dietas que se fazem durante o Inverno, de acordo com um estudo recente, podem afectar as capacidades do organismo para combater o vírus da gripe.
Investigadores dos EUA alertaram para esse facto depois de uma pesquisa realizada com ratos de laboratório. Durante a investigação, os cientistas submeteram as cobais a uma dieta pobre em calorias e depois foram infectadas com o vírus da gripe. O que verificaram é que esses ratos tiveram mais dificuldades em combater o vírus do que os animais que tinham recebido uma alimentação normal.
A dieta consistiu em fornecer a dose adequada de vitaminas e minerais, mas não as calorias apropriadas para o seu tamanho e peso. Esses ratos não conseguiram produzir a quantidade de glóbulos brancos do sistema imunológico necessários para combater a infecção.
Assim, antes de pensar em dietas para combater os quilinhos a mais que ganhou durante as festas, pense bem. afinal, o ideal é fazer uma alimentação equilibrada, fornecendo ao organismo os nutrientes necessários para se defender da gripe.
Investigadores dos EUA alertaram para esse facto depois de uma pesquisa realizada com ratos de laboratório. Durante a investigação, os cientistas submeteram as cobais a uma dieta pobre em calorias e depois foram infectadas com o vírus da gripe. O que verificaram é que esses ratos tiveram mais dificuldades em combater o vírus do que os animais que tinham recebido uma alimentação normal.
A dieta consistiu em fornecer a dose adequada de vitaminas e minerais, mas não as calorias apropriadas para o seu tamanho e peso. Esses ratos não conseguiram produzir a quantidade de glóbulos brancos do sistema imunológico necessários para combater a infecção.
Assim, antes de pensar em dietas para combater os quilinhos a mais que ganhou durante as festas, pense bem. afinal, o ideal é fazer uma alimentação equilibrada, fornecendo ao organismo os nutrientes necessários para se defender da gripe.
ESCADAS
Sabia que esquecer os elevadores e as escadas rolantes e optar por subir e descer escadas pode ajudar a diminuir a gordura corporal, reduzir o tamanho da cintura e baixar a pressão sanguínea?
Pois é verdade, e só essa pequena grande escolha pode representar uma redução de 15% de hipóteses de morrer prematuramente.
Pois é verdade, e só essa pequena grande escolha pode representar uma redução de 15% de hipóteses de morrer prematuramente.
PÍLULA
A primeira pílula contraceptiva que acaba por completo com o período menstrual já está à venda nos EUA.
Em Portugal e no resto da Europa ainda não existe data marcada para a autorização da sua comercialização.
A nova pílula contém doses baixas de hormonas e é para ser tomada sem qualquer interrupção durante todo o ano.
Em Portugal e no resto da Europa ainda não existe data marcada para a autorização da sua comercialização.
A nova pílula contém doses baixas de hormonas e é para ser tomada sem qualquer interrupção durante todo o ano.
FIBRAS
Ingerir fibras não é nada complicado e estas contribuem muito para a qualidade de vida. existem dois tipos de fibra: solúveis (encontra-se nas leguminosas), que ajuda a regular a digestão, os níveis de colesterol e o açúcar no sangue; e insolúvel (presente nos cereais), fundamental para o transito intestinal.
COMPRAS VIA NET
Se vai comprar um medicamento e quer saber se existem alternativas com preços mais baratos, já tem ao seu dispor uma ferramenta que lhe permite uma pesquisa rápida. É uma aplicação chamada pesquisa MG e está disponível no site do Infarmed em:
http://www.infarmed.pt
http://www.infarmed.pt
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
TECNICAS PARA ANUNCIAR MÁS NOTICIAS: OS SEIS PASSOS DE BUCKMAN
Preparar o local do anuncio
O sitio onde a má noticia vai ser transmitida deve ser privado e não deve haver interrupções (pessoas a entrar, telefone a tocar, etc). o medico não deve estar limitado por questões de tempo. Se quiser, o doente pode estar acompanhado por outras pessoas.
Perceber o que sabe o doente
Perguntar, por exemplo, se sabe porque fez determinados exames, ou o que conhece sobre os seus sintomas. Tentar descobrir se obteve alguma informação.
Descobrir o que o doente quer que lhe digam
A maioria dos doentes quer conhecer o seu diagnóstico, bem como o prognóstico, mas alguns preferem que isso não lhes seja revelado. Um bom indicador pode ser perceber se o paciente gosta de discutir os pormenores sore a sua saúde.
Dar a noticia
O diagnostico deve ser dado de uma forma progressiva. Dar primeiro o chamado tiro de aviso – “lamento informá-lo de que os resultados dos seus exames não são positivos”. Nem tudo deve ser dito na mesma consulta, mas sim consoante o ritmo desejado por cada doente.
Responder com empatia
O clinico deve aceitar a reação do doente à má noticia. Nesta fase, é importante ouvir o paciente sem intervir. Dar-lhe tempo de reagir, de se adaptar e de fazer perguntas. Mesmo quando um doente manifeste raiva contra o próprio médico, este deve mostrar apoio.
Propor um plano de acompanhamento
Falar de um plano de acção futuro ajuda o doente a manter alguma esperança. O médico deve marcar outra consulta para garantir que a mensagem passou e esclarecer duvidas.
O sitio onde a má noticia vai ser transmitida deve ser privado e não deve haver interrupções (pessoas a entrar, telefone a tocar, etc). o medico não deve estar limitado por questões de tempo. Se quiser, o doente pode estar acompanhado por outras pessoas.
Perceber o que sabe o doente
Perguntar, por exemplo, se sabe porque fez determinados exames, ou o que conhece sobre os seus sintomas. Tentar descobrir se obteve alguma informação.
Descobrir o que o doente quer que lhe digam
A maioria dos doentes quer conhecer o seu diagnóstico, bem como o prognóstico, mas alguns preferem que isso não lhes seja revelado. Um bom indicador pode ser perceber se o paciente gosta de discutir os pormenores sore a sua saúde.
Dar a noticia
O diagnostico deve ser dado de uma forma progressiva. Dar primeiro o chamado tiro de aviso – “lamento informá-lo de que os resultados dos seus exames não são positivos”. Nem tudo deve ser dito na mesma consulta, mas sim consoante o ritmo desejado por cada doente.
Responder com empatia
O clinico deve aceitar a reação do doente à má noticia. Nesta fase, é importante ouvir o paciente sem intervir. Dar-lhe tempo de reagir, de se adaptar e de fazer perguntas. Mesmo quando um doente manifeste raiva contra o próprio médico, este deve mostrar apoio.
Propor um plano de acompanhamento
Falar de um plano de acção futuro ajuda o doente a manter alguma esperança. O médico deve marcar outra consulta para garantir que a mensagem passou e esclarecer duvidas.
Dormir de mais faz mal?
A maior parte dos adultos, principalmente os adolescentes, adoram o pensamento de desligar o alarme e dormir até tarde. Vamos tarde para a cama, acordamos cedo e passamos os nossos dias a beber café, a comer açúcar, a bebericar Coca-Cola e a fumar cigarros atrás uns dos outros, tudo isto num esforço para nos mantermos vivos de modo a trabalhar o dia todo, e depois recomeçar o ciclo todo outra vez algumas horas mais tarde.
Dizem-nos que toda esta privação de sono mais tarde acabará por ter o seu preço. Afecta-nos fisiologicamente, cansando-nos, causando "stress" e excesso de peso. E afecta os que estão à nossa volta, tornando-nos rezingões, letárgicos, irritáveis e aumentando as possibilidades de causarmos acidentes no trabalho e na auto-estrada.
Mas imaginem por segundos que o inverso era verdade. Imaginem que as oito horas de sono que os responsáveis pela saúde há muito recomendam podiam mesmo fazer-nos mal. E se dormir muito fosse pior do que dormir pouco?
Isso é exactamente o que os cientistas suspeitam agora. Esqueça-se das velhas ideias de quanto é demasiado sono ou poucas horas de sono. A pesquisa do mundo do sono virou-se para outro lado em 2002, quando se descobriu num estudo de mais de um milhão de americanos adultos - depois de se verificar a idade, a dieta alimentar, o tabaco e outras importantes variáveis - que dormir mais de sete horas por noite está associado a uma vida mais curta.
Estas descobertas foram chocantes. No período de investigação de seis anos, o risco de morrer aumentou enquanto as pessoas ficavam na cama mais de sete horas a dormir. As pessoas que tinham uma média de oito horas por noite tinham mais 12% de hipóteses de morte antecipada e as pessoas que tomavam comprimidos para dormir também tinham mais probabilidades de morrer mais novos.
Seis a sete horas de sono por noite pareciam ser a dose mágica que leva a uma vida mais dilatada. Um estudo único com descobertas tão inesperadas como estas pode muitas vezes não ser valorizado por um público incrédulo que o considera um acaso. Mas desde a sua publicação, vários outros estudos, incluindo um no Brigham e Women's Hospital, em Boston, chegaram à mesma conclusão.
Também se demonstrou claramente que a esperança de vida diminui quando o sono cai para menos de sete horas, embora não tão abruptamente como acontece com oito horas ou mais. Mas a parte mais interessante disto tudo é que ninguém sabe exactamente porque é que ter mais de sete horas de olhos fechados, a longo prazo, é tão mau para a nossa saúde.
Dormir de mais será como comer de mais. Podemos comer mais comida do que a que precisamos, beber mais líquidos do que os que precisamos, empanturrarmo-nos em doces e álcool e ao mesmo tempo apreciarmos cada segundo em que o fazemos. Mas mais tarde pagamos um preço por estes excessos, sob a forma de aumento de peso, doença e outros problemas de saúde. Possivelmente haverá um aspecto desconhecido do sono que funcione de forma semelhante e que se vire contra nós.
Então, mais uma vez, há a forte possibilidade de sono a mais não ser a causa da doença, mas o resultado dela. As pessoas que dormem mais podem simplesmente ter doenças não diagnosticadas que causam a fadiga - diabetes, apneia do sono, problemas de coração - e a morte prematura.
A maior parte dos especialistas do sono estão relutantes em retirar conclusões firmes para já porque a relação entre dormir muito e uma esperança de vida mais curta ainda é tecnicamente uma correlação. A causa e o efeito ainda têm de ser estabelecidos. Entretanto, talvez seja melhor levar a ligação a sério. Encare-a como a forma de o seu corpo lhe dizer para se deixar de preguiças, sair da cama e apreciar o dia.
'Anahad O'Connor, do 'The New York Times'
Dizem-nos que toda esta privação de sono mais tarde acabará por ter o seu preço. Afecta-nos fisiologicamente, cansando-nos, causando "stress" e excesso de peso. E afecta os que estão à nossa volta, tornando-nos rezingões, letárgicos, irritáveis e aumentando as possibilidades de causarmos acidentes no trabalho e na auto-estrada.
Mas imaginem por segundos que o inverso era verdade. Imaginem que as oito horas de sono que os responsáveis pela saúde há muito recomendam podiam mesmo fazer-nos mal. E se dormir muito fosse pior do que dormir pouco?
Isso é exactamente o que os cientistas suspeitam agora. Esqueça-se das velhas ideias de quanto é demasiado sono ou poucas horas de sono. A pesquisa do mundo do sono virou-se para outro lado em 2002, quando se descobriu num estudo de mais de um milhão de americanos adultos - depois de se verificar a idade, a dieta alimentar, o tabaco e outras importantes variáveis - que dormir mais de sete horas por noite está associado a uma vida mais curta.
Estas descobertas foram chocantes. No período de investigação de seis anos, o risco de morrer aumentou enquanto as pessoas ficavam na cama mais de sete horas a dormir. As pessoas que tinham uma média de oito horas por noite tinham mais 12% de hipóteses de morte antecipada e as pessoas que tomavam comprimidos para dormir também tinham mais probabilidades de morrer mais novos.
Seis a sete horas de sono por noite pareciam ser a dose mágica que leva a uma vida mais dilatada. Um estudo único com descobertas tão inesperadas como estas pode muitas vezes não ser valorizado por um público incrédulo que o considera um acaso. Mas desde a sua publicação, vários outros estudos, incluindo um no Brigham e Women's Hospital, em Boston, chegaram à mesma conclusão.
Também se demonstrou claramente que a esperança de vida diminui quando o sono cai para menos de sete horas, embora não tão abruptamente como acontece com oito horas ou mais. Mas a parte mais interessante disto tudo é que ninguém sabe exactamente porque é que ter mais de sete horas de olhos fechados, a longo prazo, é tão mau para a nossa saúde.
Dormir de mais será como comer de mais. Podemos comer mais comida do que a que precisamos, beber mais líquidos do que os que precisamos, empanturrarmo-nos em doces e álcool e ao mesmo tempo apreciarmos cada segundo em que o fazemos. Mas mais tarde pagamos um preço por estes excessos, sob a forma de aumento de peso, doença e outros problemas de saúde. Possivelmente haverá um aspecto desconhecido do sono que funcione de forma semelhante e que se vire contra nós.
Então, mais uma vez, há a forte possibilidade de sono a mais não ser a causa da doença, mas o resultado dela. As pessoas que dormem mais podem simplesmente ter doenças não diagnosticadas que causam a fadiga - diabetes, apneia do sono, problemas de coração - e a morte prematura.
A maior parte dos especialistas do sono estão relutantes em retirar conclusões firmes para já porque a relação entre dormir muito e uma esperança de vida mais curta ainda é tecnicamente uma correlação. A causa e o efeito ainda têm de ser estabelecidos. Entretanto, talvez seja melhor levar a ligação a sério. Encare-a como a forma de o seu corpo lhe dizer para se deixar de preguiças, sair da cama e apreciar o dia.
'Anahad O'Connor, do 'The New York Times'
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Pedido do Director do Serviço de Ginecologia do IPO - Coimbra:
Mensagem do Dr. Daniel Pereira da Silva, director do serviço de Ginecologia
do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra.
Caros Amigos e Amigas,
Preciso da vossa ajuda: Assinem a petição www.cervicalcancerpetition.eu para
que o cancro do colo do útero venha a ser discutido no parlamento europeu,
de modo a que os rastreios sejam uma realidade em todos os países,
nomeadamente em Portugal, onde só existe na região centro.
Obrigado.
Para pressionar Bruxelas...
www.cervicalcancerpetition.eu
do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra.
Caros Amigos e Amigas,
Preciso da vossa ajuda: Assinem a petição www.cervicalcancerpetition.eu para
que o cancro do colo do útero venha a ser discutido no parlamento europeu,
de modo a que os rastreios sejam uma realidade em todos os países,
nomeadamente em Portugal, onde só existe na região centro.
Obrigado.
Para pressionar Bruxelas...
www.cervicalcancerpetition.eu
sábado, 17 de janeiro de 2009
ELIXIR DO AMOR PODE PASSAR DE MITO A REALIDADE

“Neurocientistas estudaram os mecanismos genéticos e bioquímicos do amor e da atracção sexual e estão mais perto de um elixir. A chave da equação do amor é a hormona oxitocina combinada com a dopomina. Mas também há genes que dificultam a vida amorosa em casal”
Neurocientistas norte-americanos que estudam a bioquímica dos processos amorosos publicam na edição desta semana da revista ‘Nature’ um estudo que pode abrir caminho ao desenvolvimento de fármacos para aumentar ou diminuir atracção sexual.
Não se trata de uma investigação poética, nem particularmente romântica, como advertem os editores da revista, já que se trata de dissecar emoções em cadeias de processos bioquímicos.
“A analise dos mecanismos cerebrais ajudou no passado a desenvolver terapias farmacológicas contra a ansiedade, as fobias ou as desordens pós-traumaticas. Agora ajudam a esclarecer o que é o amor”, diz Larry Young, principal autor do estudo.
Os investigadores envolvidos no estudo em apreço comprovaram que a ligação entre uma ovelha e o seu cordeiro ou entre um macaco e a sua cria é a mesma que existe nos seres humanos e resulta basicamente de uma descarga de oxitocina (uma hormona), refere este neurocientista do Centro de Investigações sobre Primatas de Yerkes, em Atlanta (Geórgia), nos Estados Unidos.
Esta hormona favorece os comportamentos maternais, já que ao ser injectada numa ovelha leva-a a ligar-se imediatamente a uma cria, mesmo que não seja sua, e o mesmo se passa com os ratos fêmeas, que se ligam rapidamente ao macho mais próximo quando recebem a dose adequada.
A hormona oxitocina precisa, no entanto, de outro neurotransmissor, a dopamina, da qual resulta a recompensa e a motivação de determinado comportamento. Esta hormona pode ser potenciada com o consumo de substancias como a cocaína, a heroína ou a nicotina, favorecendo, por outro lado, a euforia e a habituação a um produto.
Os cientistas observaram que algumas regiões do cérebro relacionadas com a dopamina se activam quando uma mãe vê fotos de um filho ou alguém vê a imagem do namorado.
Na perspectiva de Larry Young, “talvez este vinculo com o parceiro tenha origem numa ligação maternal subjacente no cérebro e seja por isso que os peitos sejam um estimulo erótico para os varões, do mesmo modo que estimular a nuca ou os mamilos durante o acto sexual faz disparar a oxitocina e consolida o laço emocional na parte feminina.
Para os homens há outros caminhos neuroquímicos, sendo que a hormona vasopressina potencia nos ratos a união ao par, a agressão aos rivais e os instintos paternais.
Os cientistas comprovaram também que uma mutação do gene AVPRI1A, receptor desta hormona, faz variar a qualidade das relações amorosas.
Segundo as conclusões do estudo, os homens portadores de uma variante daquele gene têm o dobro das probabilidades de ficar solteiros e, quando se casam, de terem rapidamente uma crise conjugal. Uma prova no sentido de que nem tudo é foro psicológico ou relacionado com a experiência afectiva e as marcas da infância.
Por ajudar a compreender os mecanismos bioquímicos e genéticos do amor, este trabalho agora divulgado abre a possibilidade de se desenvolverem medicamentos capazes de provocar sentimentos de amor ou desamor, tornando menos fictício o conceito de um”elixir do amor”, pronto a desatar paixões em corações empedernidos.
‘Agencia Lusa’
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Recaida em leucemia infantil pode ser evitada
“Cientistas norte-americanos descobriram alteração genética que pode provocar reincidência na forma mais comum de leucemia infantil. Em Portugal, são afectadas 150 crianças por ano.”
Cientistas norte-americanos descobriram a mutação genética que pode levar à recaída das crianças vitimas da forma mais comum de leucemia, acendendo uma nova luz para o seu tratamento. Os investigadores chegaram à conclusão de que passa a ser possível determinar o tipo de tratamento mediante o risco de recaída nos doentes com leucemia linfoblástica aguda. Esta forma de leucemia afecta especialmente as crianças e atinge cerca de 150 por ano, em Portugal.
“Com esta descoberta pode chegar-se à conclusão de que é preciso, à partida, uma terapia mais agressiva”, explica Manuel Teixeira, director do serviço de Genética do IPO do Porto. Os especialistas reconhecem que este é o grande passo da descoberta coordenada pelo Instituto Nacional do Cancro dos EUA.
Este tipo de cancro do sangue tem uma elevada taxa de sobrevivência em Portugal (cerca de 90%), ainda assim 70% dos que sofrem uma recaída não sobrevivem mais do que cinco anos. Daí que a descoberta da possível causa para a reincidência abra as portas à criação de medicamentos que combatem a mudança do gene IKAROS. Por isso, Nuno Miranda, hematologista do IPO de Lisboa, considera que “este é seguramente um passo para tornar algumas doenças eventualmente crônicas, abrindo as portas a uma nova família de medicamentos que leve a isso”.
A mudança genética é detectável no momento do diagnóstico e permite dividir os doentes em dois grupos, dentro da categoria em dois grupos, dentro da categoria de alto risco. Alguns terão de ser submetidos a terapias mais agressivas, enquanto outros podem ser poupados a níveis de toxicidade que podem ser prejudiciais a longo prazo.
O estudo analisou em simultâneo células de 221 crianças com leucemia linfoblástica aguda em fase de diagnostico e o risco de variação do gene em 258 crianças curadas. “O resultado deste trabalho contribui para distinguir aqueles que serão incuráveis e para identificar os pacientes que devem ser submetidos a tratamentos diferentes,” referiu o coordenador do estudo Stephen Fome”.
Nuno Miranda concorda com esta perspectiva ao defender que “é apenas mais uma ferramenta para caracterizar os tratamentos de prognóstico”. Já para Jorge Espírito Santo, presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, “o caminho para a cura passa pela descoberta de uma característica única do tumor e pelo seu tratamento”.
Os números da doença infantil
Todos os anos são afectados por leucemia lonfoblástica aguda entre 100 e 150 crianças, até aos 18 anos em Portugal.
A taxa de sucesso do tipo de leucemia mais comum entre as crianças e jovens é de 90% em Portugal.
A taxa de sobrevivência a nível mundial após uma recaída é de apenas 30% nos primeiros cinco anos após a doença.
A taxa de reincidência em casos de leucemia linfoblástica aguda em crianças, a nível mundial, é de 20%.
Avanços para a cura
Diagnostico
Conseguir determinar os níveis de doença mínima residual, que pode ser por exemplo, de 0,01%, à medida que o tratamento avança é descoberto em 2004 e é um dos avanços mais importantes dos últimos anos. A partir desse momento, passou a ser possível diagnosticar precocemente as reincidências em alguns tipos de leucemia graves.
Novos medicamentos
Recentemente foram descobertas novas drogas que deram origem a uma nova família de medicamentos, o que modificou a forma de tratar estas doenças. Perante uma alteração genética em que dois genes, que deviam estar separados, se juntam é lhe aplicado um conjunto de novos remédios evitando uma alteração que podia ser fatal.
Transplantes
O desenvolvimento da transplantação com dadores não familiares teve um impacto significativo no tratamento. Para tal contribuíram de forma decisiva a criação de bancos mundiais de dadores. A juntar-se a esta inovação estão os avanços que permitiram reduzir a probabilidade de rejeição por parte do doente após o transplante.
‘Ana Bela Ferreira’
Cientistas norte-americanos descobriram a mutação genética que pode levar à recaída das crianças vitimas da forma mais comum de leucemia, acendendo uma nova luz para o seu tratamento. Os investigadores chegaram à conclusão de que passa a ser possível determinar o tipo de tratamento mediante o risco de recaída nos doentes com leucemia linfoblástica aguda. Esta forma de leucemia afecta especialmente as crianças e atinge cerca de 150 por ano, em Portugal.
“Com esta descoberta pode chegar-se à conclusão de que é preciso, à partida, uma terapia mais agressiva”, explica Manuel Teixeira, director do serviço de Genética do IPO do Porto. Os especialistas reconhecem que este é o grande passo da descoberta coordenada pelo Instituto Nacional do Cancro dos EUA.
Este tipo de cancro do sangue tem uma elevada taxa de sobrevivência em Portugal (cerca de 90%), ainda assim 70% dos que sofrem uma recaída não sobrevivem mais do que cinco anos. Daí que a descoberta da possível causa para a reincidência abra as portas à criação de medicamentos que combatem a mudança do gene IKAROS. Por isso, Nuno Miranda, hematologista do IPO de Lisboa, considera que “este é seguramente um passo para tornar algumas doenças eventualmente crônicas, abrindo as portas a uma nova família de medicamentos que leve a isso”.
A mudança genética é detectável no momento do diagnóstico e permite dividir os doentes em dois grupos, dentro da categoria em dois grupos, dentro da categoria de alto risco. Alguns terão de ser submetidos a terapias mais agressivas, enquanto outros podem ser poupados a níveis de toxicidade que podem ser prejudiciais a longo prazo.
O estudo analisou em simultâneo células de 221 crianças com leucemia linfoblástica aguda em fase de diagnostico e o risco de variação do gene em 258 crianças curadas. “O resultado deste trabalho contribui para distinguir aqueles que serão incuráveis e para identificar os pacientes que devem ser submetidos a tratamentos diferentes,” referiu o coordenador do estudo Stephen Fome”.
Nuno Miranda concorda com esta perspectiva ao defender que “é apenas mais uma ferramenta para caracterizar os tratamentos de prognóstico”. Já para Jorge Espírito Santo, presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, “o caminho para a cura passa pela descoberta de uma característica única do tumor e pelo seu tratamento”.
Os números da doença infantil
Todos os anos são afectados por leucemia lonfoblástica aguda entre 100 e 150 crianças, até aos 18 anos em Portugal.
A taxa de sucesso do tipo de leucemia mais comum entre as crianças e jovens é de 90% em Portugal.
A taxa de sobrevivência a nível mundial após uma recaída é de apenas 30% nos primeiros cinco anos após a doença.
A taxa de reincidência em casos de leucemia linfoblástica aguda em crianças, a nível mundial, é de 20%.
Avanços para a cura
Diagnostico
Conseguir determinar os níveis de doença mínima residual, que pode ser por exemplo, de 0,01%, à medida que o tratamento avança é descoberto em 2004 e é um dos avanços mais importantes dos últimos anos. A partir desse momento, passou a ser possível diagnosticar precocemente as reincidências em alguns tipos de leucemia graves.
Novos medicamentos
Recentemente foram descobertas novas drogas que deram origem a uma nova família de medicamentos, o que modificou a forma de tratar estas doenças. Perante uma alteração genética em que dois genes, que deviam estar separados, se juntam é lhe aplicado um conjunto de novos remédios evitando uma alteração que podia ser fatal.
Transplantes
O desenvolvimento da transplantação com dadores não familiares teve um impacto significativo no tratamento. Para tal contribuíram de forma decisiva a criação de bancos mundiais de dadores. A juntar-se a esta inovação estão os avanços que permitiram reduzir a probabilidade de rejeição por parte do doente após o transplante.
‘Ana Bela Ferreira’
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
CELULAS INOVADORAS
Um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia, nos EUA conseguiu produzir pela primeira vez em laboratório células estaminais embrionárias (pluripotentes) de rato, que podem dar origem a vários tipos de tecidos do organismo, revelou a revista cientifica Cell.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
ESPIRROS DE EXCITAÇÃO
Uma pesquisa realizada por cientistas britânicos revelou que o espirro (de nervosismo) pode ser sinal de excitação sexual. A explicação para o fenômeno pode estar numa falha na forma como o sistema nervoso autônomo funciona. É ele que comanda instintos básicos como os batimentos cardíacos e o impulso sexual. A idéia para o estudo surgiu quando a medica Mahmood Bhutta atendeu um paciente que espirrava sempre que pensava em sexo. Ao tomar conhecimento do estudo, o jornal inglês ‘The Independent’ perguntou-se em que pensaria a Chanceler alemã Ângela Merkel quando, em 2007, espirrou num encontro com Vladimir Putin e Mikhail Gorbachev.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
A PREVENÇÃO DA MORTE CELULAR
Pesquisadores espanhois acreditam que aumentando o nível
de uma enzima natural no organismo, a proteina telomerase, é possível prevenir a morte celular e conseguir uma vida amis longa e saudável, uma vez protegidos os cromossomas. Por regra, enquanto envelhecemos, as pontas dos cromossomos tornam-se cada vez mais curtas e frágeis, conduzindo à morte das células.
Depois da experiência realizada com ratos, os cientistas acreditam que aumentando os níveis naturais de telomerase é possível rejuvenescê-los.
de uma enzima natural no organismo, a proteina telomerase, é possível prevenir a morte celular e conseguir uma vida amis longa e saudável, uma vez protegidos os cromossomas. Por regra, enquanto envelhecemos, as pontas dos cromossomos tornam-se cada vez mais curtas e frágeis, conduzindo à morte das células.
Depois da experiência realizada com ratos, os cientistas acreditam que aumentando os níveis naturais de telomerase é possível rejuvenescê-los.
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IDENTIFICADAS CÉLULAS QUE RESISTEM À SIDA
Descobertas por cientistas que estudam minoria de infectados que nunca desenvolve a doença, as células que resistem á sida
Cientistas norte-americanos resolveram parte do enigma sobre a forma como o sistema imunitário de algumas pessoas combate naturalmente o vírus da Sida. A identificação das características das células CD8+, que destroem as infectadas com o VIH, abre a porta a novas estratégias para o controle da doença – através de vacinas ou medicamentos.
Desde os anos 80 que se sabe que uma minoria de pessoas que contrai o VIH (vírus da imunodeficiência humana) – cerca de 0,2% - nunca chega a desenvolver a doença. Agora, cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA garantem que isto acontece devido à actividade das células CD8+ deixam de ser suficientemente fortes para combater o vírus, mas nessa minoria continuam sempre a destruir as células infectadas, mantendo o VIH em quantidades mínimas.
De acordo com o estudo publicado na revista Immunology, a equipa liderada por Stephen Migueles conseguiu também por os CD8+ de doentes normais a funcionar da mesma forma que os dessa população, através de substancias capazes de activar linsócitos, em experiências de laboratório. O próximo passo é perceber como estes CD8+ conseguem manter-se fortes e porque.
Cientistas norte-americanos resolveram parte do enigma sobre a forma como o sistema imunitário de algumas pessoas combate naturalmente o vírus da Sida. A identificação das características das células CD8+, que destroem as infectadas com o VIH, abre a porta a novas estratégias para o controle da doença – através de vacinas ou medicamentos.
Desde os anos 80 que se sabe que uma minoria de pessoas que contrai o VIH (vírus da imunodeficiência humana) – cerca de 0,2% - nunca chega a desenvolver a doença. Agora, cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA garantem que isto acontece devido à actividade das células CD8+ deixam de ser suficientemente fortes para combater o vírus, mas nessa minoria continuam sempre a destruir as células infectadas, mantendo o VIH em quantidades mínimas.
De acordo com o estudo publicado na revista Immunology, a equipa liderada por Stephen Migueles conseguiu também por os CD8+ de doentes normais a funcionar da mesma forma que os dessa população, através de substancias capazes de activar linsócitos, em experiências de laboratório. O próximo passo é perceber como estes CD8+ conseguem manter-se fortes e porque.
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BRITANICAS SÃO MENTIROSAS A 98%
Um inquérito da revista That’s Life, feito a 5.000 mulheres do Reino Unido, revelou que 98% delas admitem ser mentirosas e mais de 33% dizem faltar à verdade todos os dias. Cerca de metade adianta ainda mentir quando faz sexo e 25% revelam que enganam os parceiros sobre contraceptivos quando sabem que eles não querem ter filhos. As londrinas são as mais mentirosas: 99%.
'João Vaz'
'João Vaz'
TRAVAR O VIH
O anuncio de novos medicamentos é quase o único tema que na área da saúde da infecção VIH ainda desperta interesse jornalístico. É de facto notável o progresso registado nos últimos 13 anos, quer no número de novos fármacos – passaram de três para 22 quer no das classes medicamentosas – cresceram de uma para cinco – disponíveis nos países desenvolvidos.
Este aumento de alternativas terapêuticas permite às pessoas com VIH a quem seja garantido o acesso atempado à medicação uma significativa melhoria da qualidade de vida e um aumento da esperança de vida e representa, em termos de saúde pública, a melhor forma de controlar a infecção.
Sem entrar em considerações de amior sobre a prevalência da epidemia e pondo ainda de parte as discordâncias sobre a notificação, o diagnostico e a incidência (temas que só, por si, garantiam dois outros artigos), é chocante que estes processos, entre nós, não tenham, aparentemente, grandes reflexos na mobilidade e na mortalidade.
Um artigo recente da Lancet veio lançar a polemica; e contribuir para o debate ao demonstrar, através de um modelo matemático, que; se todas as pessoas com mais de 15 anos e em todo o mundo fizessem anualmente um teste de VIH/sida e se, em seguida se facultasse tratamento imediato a todas as que revelassem resultados positivos seria possível reduzir em 95%, e em apenas dez anos, os novos casos de infecção. A controvérsia ou a confirmação de que o controlo da infecção exige diagnostico e acesso ao tratamento precoce?
Se entre nós aumentou significativamente – diz-se – o numero de testes efectuados, de diagnósticos precoces e de pessoas em tratamento, porque não se vêem então resultados? Dá que pensar... Terá o diagnostico precoce aumentado suficientemente para que a terapêutica seja iniciada em tempo útil? Como estimulá-lo, no respeito dos direitos e liberdades individuais? Estamos a iniciar o tratamento de acordo com as boas práticas?
As orientações nacionais, em revisão, ainda apontam como referencial para inicio da terapêutica o valor de 300/350 CD4 quando, internacionalmente, se apontam os 500. estamos a tratar todas as pessoas que devem estar em tratamento? Os dados existentes, mesmo que incompletos (tema para outro artigo), apontam para 11.600 e 12.900 pessoas em tratamento, nos anos de 2006 e 2007, respectivamente. Mas o que significam tais algarismos em relação ao numero (desconhecido) das pessoas que deveriam estar em tratamento?
Para os que estão em tratamento há mais anos,a s alternativas actuais podem nada significar, pois as terapêuticas que foram consideradas mais correctas vieram a mostrar perversos efeitos de resistência, por vezes a todos os medicamentos de uma classe.
Nestes casos será importante reflectir sobre os vários pontos. Por exemplo; a falta de clareza nos regimes de acesso “alargado” a medicamentos experimentais e de roll over de ensaios clínicos; o desconhecimento, resistência e oposição de médicos, directores de serviços e administrações hospitalares aos medicamentos experimentais; os obstáculos à autorização de comercialização de novos fármacos em Portugal; a duplicação da avaliação/eficácia e os prazos de negociação dos preços.
‘Pedro Silvério Marques’
Este aumento de alternativas terapêuticas permite às pessoas com VIH a quem seja garantido o acesso atempado à medicação uma significativa melhoria da qualidade de vida e um aumento da esperança de vida e representa, em termos de saúde pública, a melhor forma de controlar a infecção.
Sem entrar em considerações de amior sobre a prevalência da epidemia e pondo ainda de parte as discordâncias sobre a notificação, o diagnostico e a incidência (temas que só, por si, garantiam dois outros artigos), é chocante que estes processos, entre nós, não tenham, aparentemente, grandes reflexos na mobilidade e na mortalidade.
Um artigo recente da Lancet veio lançar a polemica; e contribuir para o debate ao demonstrar, através de um modelo matemático, que; se todas as pessoas com mais de 15 anos e em todo o mundo fizessem anualmente um teste de VIH/sida e se, em seguida se facultasse tratamento imediato a todas as que revelassem resultados positivos seria possível reduzir em 95%, e em apenas dez anos, os novos casos de infecção. A controvérsia ou a confirmação de que o controlo da infecção exige diagnostico e acesso ao tratamento precoce?
Se entre nós aumentou significativamente – diz-se – o numero de testes efectuados, de diagnósticos precoces e de pessoas em tratamento, porque não se vêem então resultados? Dá que pensar... Terá o diagnostico precoce aumentado suficientemente para que a terapêutica seja iniciada em tempo útil? Como estimulá-lo, no respeito dos direitos e liberdades individuais? Estamos a iniciar o tratamento de acordo com as boas práticas?
As orientações nacionais, em revisão, ainda apontam como referencial para inicio da terapêutica o valor de 300/350 CD4 quando, internacionalmente, se apontam os 500. estamos a tratar todas as pessoas que devem estar em tratamento? Os dados existentes, mesmo que incompletos (tema para outro artigo), apontam para 11.600 e 12.900 pessoas em tratamento, nos anos de 2006 e 2007, respectivamente. Mas o que significam tais algarismos em relação ao numero (desconhecido) das pessoas que deveriam estar em tratamento?
Para os que estão em tratamento há mais anos,a s alternativas actuais podem nada significar, pois as terapêuticas que foram consideradas mais correctas vieram a mostrar perversos efeitos de resistência, por vezes a todos os medicamentos de uma classe.
Nestes casos será importante reflectir sobre os vários pontos. Por exemplo; a falta de clareza nos regimes de acesso “alargado” a medicamentos experimentais e de roll over de ensaios clínicos; o desconhecimento, resistência e oposição de médicos, directores de serviços e administrações hospitalares aos medicamentos experimentais; os obstáculos à autorização de comercialização de novos fármacos em Portugal; a duplicação da avaliação/eficácia e os prazos de negociação dos preços.
‘Pedro Silvério Marques’
Psicologia: Alguma vez enganou o seu marido
“Alguma vez enganou o seu marido? Ao longo de 15 anos, de 1991 a 2006, esta pergunta foi colocada a milhares de norte-americanos de ambos os sexos. Conclusão: a infidelidade conjugal está a aumentar. Resta perceber porque.”
O estereótipo reza mais ou menos assim: os homens que têm muitas amantes são viris e sedutores, mas as mulheres que têm muitos amantes são promíscuas e fáceis. Em primeira análise, não admira nada,portanto, que elas tenham sempre declarado a sua virtude, a sua fidelidade no casamento, enquanto eles passavam o tempo a gabar-se do seu sucesso com as mulheres e das suas escapadelas amorosas. Mas a situação está a mudar e há muitas mais mulheres a declarar hoje a sua infidelidade do que há 15 anos.
Para David Arkins, da Universidade de Washington – que apresentou recentemente em Orlando, no congresso anual da Associação de Terapias Comportamentais e Cognitivas, um mega estudo sobre o tema da infidelidade -, o resultado que diz respeito às mulheres com mais de 60 anos é o mais surpreendente de todos os que ele e a sua equipa obtiveram. E é o seguinte: ao passo que, em 1991, apenas cinco por cento das mulheres desta idade admitiam ter tido algum relacionamento extramarital ao longo da vida, em 2006, eram 15 por cento. O triplo. Os homens da mesma faixa etária também não se ficaram atrás: a proporção daqueles que alguma vez enganaram a cônjuge passou de 20 para 28 por cento no mesmo período. Mas mesmo assim as mulheres estão claramente à frente nesta mudança.
As conclusões dos investigadores baseiam-se nos dados recolhidos pelo General Social Survey, um inquérito que tem sido feito pela Universidade de Chicago, ao longo de décadas, a nível nacional. Lançado em 1972, serve para monitorizar as tendências de opinião e de comportamento da população. E, a partir de 1991 começou a incluir no questionário a pergunta “Estando casado/a, teve alguma vez sexo com uma pessoa que não era o seu cônjuge?”
Ao longo de 15 anos, de 1991 a 2006, 19.065 pessoas responderam ao inquérito. No total, 13,9 por cento confessaram ter tido uma relação extraconjugal a dada altura da sua vida marital, enquanto 64,05 por cento negaram ter alguma vez enganado o cônjuge, os restantes 22,05 por cento recusaram-se a responder.
Vistos globalmente, estes resultados indicam que a fidelidade continua a ser a opção preferida dos norte-americanos casados. Aliás, como faz notar Tom Smith, director do General Social Survey, citado online pelo Chicago Sun-Times, a proporção de pessoas que acha que enganar o marido ou a mulher é errado cresceu: 80 por cento são actualmente dessa opinião, contra 70 por cento nos anos 1970. Para mais, a infidelidade masculina global não parece ter evoluído muito: de 21 por cento em 1991, passou para 23 por cento em 2006. A feminina, excluindo o ano de 2006, também não.
Mas foi quando os cientistas olharam separadamente para os resultados por sexo e por faixa etária (e que incluíram o ano de 2006 para as mulheres) que surgiram as diferenças mais gritantes entre hoje e ontem, com os homens e as mulheres mais velhos a posicionarem-se claramente como os mais infiéis. São seguidos pelos casais mais novos (pessoas até aos 35 anos de idade), cujas taxas de infidelidade confessada passaram de 15 (nos homens) e 12 por cento (nas mulheres) em 1991 para 20 e 15 por cento em 2006 respectivamente, “Se perguntarmos apenas se a infidelidade está a crescer”, diz Atkins, citado pelo New York Times, “não vemos mudanças muito impressionantes. Mas se fizermos zoom na imagem e começarmos a olhar para os grupos por gênero e idade, começamos a vislumbrar mudanças muito significativas”.
Mudança comportamental
Mas será que as mulheres sempre foram tão infiéis como hoje, mas que agora, como são menos estigmatizadas por isso, revelam mais facilmente o seu gosto pelos amores extraconjugais? Atkins e os seus colegas acham que não; acreditam pelo contrario que a tendência observada reflecte uma real mudança de comportamento das mulheres e não apenas uma saída de um qualquer armário moral.
Por que é que isto aconteceu então? Em relação aos homens mais velhos, os cientistas privilegiam uma explicação, que se resume no fundo a uma palavra: Viagra. “Pensamos que em parte, para os grupos mais velhos, a tendência tem a ver com o Viagra e os seus primos”, diz ainda Atkins, fazendo notar que os dados mostram que a tendência para o aumento da infidelidade nos homens acima dos 60 anos se agudizou depois de 1998, justamente quando a célebre pílula azul foi comercializada. De facto, os homens mais velhos podem hoje em dia continuar a ter uma vida sexual activa porque a disfunção eréctil associada à idade deixou de ser um problema. E nalguns casos, procurarão parceiras fora do casamento. Para os homens mais novos, os cientistas têm outra palavra-chave: pornografia. Com a internet, o acesso aos conteúdos pornográficos ficou imensamente mais fácil, o que por sua vez terá influenciado a apetência dos homens pelo sexo e uma mior aceitação de comportamentos mais permissivos, conforme explicou Atkins na sua palestra em Orlando.
E em relação às mulheres? Aí as coisas são menos claras e não há ainda certezas. Claro que elas também têm tido acesso a tratamentos novos, nomeadamente à base de hormonas como a testosterona e os estrogênios, que não só estimulam o apetite sexual como mantêm a saúde vaginal, permitindo uma vida sexual activa e de qualidade para lá da menopausa. E claro, também, que a sua vida se tornou, em muitos casos, mais parecida com a dos homens – trabalham no escritório até tarde, fazem viagens de negócios, salienta ainda Tom Smith, citado pelo diário de Chicago. Elas têm portanto mais oportunidades do que nunca para estabelecer relações fora do casamento. Um outro factor poderá ser a multiplicação das relações amorosas virtuais, mais uma vez através da Internet, mas também dos telemóveis. Um psiquiatra entrevistado pelo diário nova-iorquino afirma, a este propósito, ter notado que há cada vez mais mulheres a falarem de casos centrados no contacto “eletrônico”.
‘Ana Gerschenfeld’
O estereótipo reza mais ou menos assim: os homens que têm muitas amantes são viris e sedutores, mas as mulheres que têm muitos amantes são promíscuas e fáceis. Em primeira análise, não admira nada,portanto, que elas tenham sempre declarado a sua virtude, a sua fidelidade no casamento, enquanto eles passavam o tempo a gabar-se do seu sucesso com as mulheres e das suas escapadelas amorosas. Mas a situação está a mudar e há muitas mais mulheres a declarar hoje a sua infidelidade do que há 15 anos.
Para David Arkins, da Universidade de Washington – que apresentou recentemente em Orlando, no congresso anual da Associação de Terapias Comportamentais e Cognitivas, um mega estudo sobre o tema da infidelidade -, o resultado que diz respeito às mulheres com mais de 60 anos é o mais surpreendente de todos os que ele e a sua equipa obtiveram. E é o seguinte: ao passo que, em 1991, apenas cinco por cento das mulheres desta idade admitiam ter tido algum relacionamento extramarital ao longo da vida, em 2006, eram 15 por cento. O triplo. Os homens da mesma faixa etária também não se ficaram atrás: a proporção daqueles que alguma vez enganaram a cônjuge passou de 20 para 28 por cento no mesmo período. Mas mesmo assim as mulheres estão claramente à frente nesta mudança.
As conclusões dos investigadores baseiam-se nos dados recolhidos pelo General Social Survey, um inquérito que tem sido feito pela Universidade de Chicago, ao longo de décadas, a nível nacional. Lançado em 1972, serve para monitorizar as tendências de opinião e de comportamento da população. E, a partir de 1991 começou a incluir no questionário a pergunta “Estando casado/a, teve alguma vez sexo com uma pessoa que não era o seu cônjuge?”
Ao longo de 15 anos, de 1991 a 2006, 19.065 pessoas responderam ao inquérito. No total, 13,9 por cento confessaram ter tido uma relação extraconjugal a dada altura da sua vida marital, enquanto 64,05 por cento negaram ter alguma vez enganado o cônjuge, os restantes 22,05 por cento recusaram-se a responder.
Vistos globalmente, estes resultados indicam que a fidelidade continua a ser a opção preferida dos norte-americanos casados. Aliás, como faz notar Tom Smith, director do General Social Survey, citado online pelo Chicago Sun-Times, a proporção de pessoas que acha que enganar o marido ou a mulher é errado cresceu: 80 por cento são actualmente dessa opinião, contra 70 por cento nos anos 1970. Para mais, a infidelidade masculina global não parece ter evoluído muito: de 21 por cento em 1991, passou para 23 por cento em 2006. A feminina, excluindo o ano de 2006, também não.
Mas foi quando os cientistas olharam separadamente para os resultados por sexo e por faixa etária (e que incluíram o ano de 2006 para as mulheres) que surgiram as diferenças mais gritantes entre hoje e ontem, com os homens e as mulheres mais velhos a posicionarem-se claramente como os mais infiéis. São seguidos pelos casais mais novos (pessoas até aos 35 anos de idade), cujas taxas de infidelidade confessada passaram de 15 (nos homens) e 12 por cento (nas mulheres) em 1991 para 20 e 15 por cento em 2006 respectivamente, “Se perguntarmos apenas se a infidelidade está a crescer”, diz Atkins, citado pelo New York Times, “não vemos mudanças muito impressionantes. Mas se fizermos zoom na imagem e começarmos a olhar para os grupos por gênero e idade, começamos a vislumbrar mudanças muito significativas”.
Mudança comportamental
Mas será que as mulheres sempre foram tão infiéis como hoje, mas que agora, como são menos estigmatizadas por isso, revelam mais facilmente o seu gosto pelos amores extraconjugais? Atkins e os seus colegas acham que não; acreditam pelo contrario que a tendência observada reflecte uma real mudança de comportamento das mulheres e não apenas uma saída de um qualquer armário moral.
Por que é que isto aconteceu então? Em relação aos homens mais velhos, os cientistas privilegiam uma explicação, que se resume no fundo a uma palavra: Viagra. “Pensamos que em parte, para os grupos mais velhos, a tendência tem a ver com o Viagra e os seus primos”, diz ainda Atkins, fazendo notar que os dados mostram que a tendência para o aumento da infidelidade nos homens acima dos 60 anos se agudizou depois de 1998, justamente quando a célebre pílula azul foi comercializada. De facto, os homens mais velhos podem hoje em dia continuar a ter uma vida sexual activa porque a disfunção eréctil associada à idade deixou de ser um problema. E nalguns casos, procurarão parceiras fora do casamento. Para os homens mais novos, os cientistas têm outra palavra-chave: pornografia. Com a internet, o acesso aos conteúdos pornográficos ficou imensamente mais fácil, o que por sua vez terá influenciado a apetência dos homens pelo sexo e uma mior aceitação de comportamentos mais permissivos, conforme explicou Atkins na sua palestra em Orlando.
E em relação às mulheres? Aí as coisas são menos claras e não há ainda certezas. Claro que elas também têm tido acesso a tratamentos novos, nomeadamente à base de hormonas como a testosterona e os estrogênios, que não só estimulam o apetite sexual como mantêm a saúde vaginal, permitindo uma vida sexual activa e de qualidade para lá da menopausa. E claro, também, que a sua vida se tornou, em muitos casos, mais parecida com a dos homens – trabalham no escritório até tarde, fazem viagens de negócios, salienta ainda Tom Smith, citado pelo diário de Chicago. Elas têm portanto mais oportunidades do que nunca para estabelecer relações fora do casamento. Um outro factor poderá ser a multiplicação das relações amorosas virtuais, mais uma vez através da Internet, mas também dos telemóveis. Um psiquiatra entrevistado pelo diário nova-iorquino afirma, a este propósito, ter notado que há cada vez mais mulheres a falarem de casos centrados no contacto “eletrônico”.
‘Ana Gerschenfeld’
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
ESTRESSE DA CABEÇA AOS PÉS
Os efeitos do estresse no Corpo humano
O estresse é um mecanismo natural de defesa do organismo em relação às agressões do exterior, mas, em excesso, pode ter efeitos preocupantes para a saúde e o bem-estar. Eis alguns dos seus principais efeitos em vários órgãos ou partes do corpo humano.
CÉREBRO
O estresse provoca um aumento dos níveis de cortisol, destruindo neurônios e prejudicando o raciocínio. Está ainda associado a uma grande variedade de problemas emocionais e mentais, incluindo insônias, dores de cabeça, alterações da personalidade e do humor, irritabilidade, lapsos de memória, fadiga, ansiedade e depressão, entre outros.
CABELO
Níveis elevados de estresse podem levar à queda acentuada de cabelo, à escamação do couro cabeludo e mesmo algumas formas de calvice, devido à falta de irrigação sanguínea.
PELE
A diminuição da irrigação da pele pode conduzir ao seu envelhecimento precoce e ao surgimento de problemas dermatológicos, como a psoríase e o eczema.
BOCA
O estado da boca e dos dentes é um óptimo barômetro. Secura excessiva e úlceras bocais são muitas vezes sintomas de estresse.
PULMÕES
O aumento dos níveis de estresse provoca uma aceleração da respiração, numa tentativa de levar oxigênio extra ao sangue. Este facto reduz a entrada de ar nos pulmões, o que pode agravar crises de asma ou outras doenças respiratórias.
CORAÇÃO
O estresse e a ansiedade são dois dos piores inimigos da saúde do coração. O batimento cardíaco torna-se até cinco vezes mais rápido e a tensão arterial sobe, aumentando o risco de hipertensão e de aparecimento de complicações cardiovasculares, como o enfarte do miocárdio.
MÚSCULOS
O estresse constante é responsável por tiques nervosos, cansaço exagerado e dores musculares, em especial no pescoço, costas e ombros.
APARELHO DIGESTIVO
Quando o organismo está em estresse, a digestão é prejudicada. O estresse crônico pode levar ao aparecimento de úlceras, inflamações do cólon e gastrites, devido ao excesso de suco gástrico.
FÍGADO
Quando o organismo está em estresse reage libertando hormonas, como a adrenalina e a cortisol, que provocam a libertação de açúcar pelo fígado. Este facto leva a uma subida do açúcar no sangue, aumentando o risco de diabetes.
APARELHO REPRODUTIVO
O estresse está associado ao surgimento de problemas menstruais e infecções genitais nas mulheres, e de impotência e ejaculação precoce nos homens. Pode ainda diminuir a libido e causar problemas de infertilidade.
SISTEMA IMUNOLÓGICO
O estresse crônico provoca uma diminuição dos linfócitos T, responsáveis pela defesa do organismo, tornando-o mais permeável a gripes, constipações, infecções pulmonares e outras doenças infecciosas.
PLANEAR, RELAXAR, SOCIALIZAR
10 medidas para combater o estresse
O estresse é inevitável, mas é possível impedir que ele tome as rédeas da sua vida, prejudicando a sua saúde. Saiba como fazê-lo em dez passos simples.
1 – Planeie o seu dia
Elabore uma lista de tarefas a realizar, estabelecendo objectivos apropriados. Aspirações irrealistas só servirão para o manter frustrado e aumentar os níveis de estresse. Deixe as tarefas que exigem maior criatividade para a altura do dia em que sente que a sua produtividade está mais alta e não se esqueça de deixar tempo para a família, o lazer e o descanso. E lembre-se; nem tudo se pode organizar. Deixe espaço para o imprevisto.
2 – Defina prioridades
Resista à tentação de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Geralmente, a melhor forma de realizar várias tarefas é fazer uma de cada vez. Ponha maior atenção nas coisas que exigem mais de si, mas não esqueça aqueles pequenos assuntos que, muitas vezes, são fonte de estresse.
3 – Tome decisões
Ter que tomar uma decisão importante é uma causa freqüente de estresse emocional. Quanto mais tempo demorar a tomá-la, mais ansioso ficará. Procure fazer a escolha acertada, mas não eternize a decisão nem deixe o problema pendente.
4 – Saiba dizer não
Reconheça os seus limites e resista à tentação de aceitar todos os desafios que lhe propõem. Evitar situações geradoras de estresse notam os psiquiatras, passa também por saber dizer não quando confrontados com um pedido que lhe parece exagerado, fora do razoável ou sem tempo necessário para o aceitar.
5 – Aprenda com os seus erros
O estresse faz parte do processo de aprendizagem, lembra o psiquiatra. Se tomar consciência dos factores e situações geradores de estresse na sua vida, ser-lhe-á mais fácil desenvolver defesas para as contornar no futuro.
6 – Tenha vida social
Deixe o trabalho à porta de casa e procure relacionar-se com outras pessoas além dos seus colegas. “Sem os amigos não se vai longe. Um forte apoio social é um importante escudo para as conseqüências do estresse. Se a família ou os amigos não o preencherem, envolva-se em actividades onde faça conhecimentos com pessoas com interesses similares.
7 – Pratique desporto
A actividade física é uma excelente “pílula anti-estresse”. Não só favorece a saúde física como ajuda a orientar as atitudes mentais e a restabelecer o equilibrio psicológico.
8 – Relaxe
Uma ou duas vezes por dia reserve 10 minutos para cerrar os olhos e realizar pequenos exercícios de relaxação, sem necessidade de sair de casa. Respire profundamente retendo a respiração depois de inspirar muito lentamente pelo nariz e expirando muito devagar pela boca (como se estivesse a soprar), enquanto conta mentalmente. Aproveite estes momentos para esquecer os compromissos e as preocupações.
9 – Arranje tempo para si
Procure reservar algum tempo para si. Aproveite para pensar sobre o seu estilo de vida e o que pode fazer para o corrigir, mas também para mimar-se quando atingir alguns objectivos.
10 – Partilhe as suas frustrações e angustias
Não reprima os seus problemas e os sentimentos menos positivos. Conversar com um amigo, ou mesmo um profissional, se necessário, pode ajudá-lo a aliviar a tensão.
O estresse é um mecanismo natural de defesa do organismo em relação às agressões do exterior, mas, em excesso, pode ter efeitos preocupantes para a saúde e o bem-estar. Eis alguns dos seus principais efeitos em vários órgãos ou partes do corpo humano.
CÉREBRO
O estresse provoca um aumento dos níveis de cortisol, destruindo neurônios e prejudicando o raciocínio. Está ainda associado a uma grande variedade de problemas emocionais e mentais, incluindo insônias, dores de cabeça, alterações da personalidade e do humor, irritabilidade, lapsos de memória, fadiga, ansiedade e depressão, entre outros.
CABELO
Níveis elevados de estresse podem levar à queda acentuada de cabelo, à escamação do couro cabeludo e mesmo algumas formas de calvice, devido à falta de irrigação sanguínea.
PELE
A diminuição da irrigação da pele pode conduzir ao seu envelhecimento precoce e ao surgimento de problemas dermatológicos, como a psoríase e o eczema.
BOCA
O estado da boca e dos dentes é um óptimo barômetro. Secura excessiva e úlceras bocais são muitas vezes sintomas de estresse.
PULMÕES
O aumento dos níveis de estresse provoca uma aceleração da respiração, numa tentativa de levar oxigênio extra ao sangue. Este facto reduz a entrada de ar nos pulmões, o que pode agravar crises de asma ou outras doenças respiratórias.
CORAÇÃO
O estresse e a ansiedade são dois dos piores inimigos da saúde do coração. O batimento cardíaco torna-se até cinco vezes mais rápido e a tensão arterial sobe, aumentando o risco de hipertensão e de aparecimento de complicações cardiovasculares, como o enfarte do miocárdio.
MÚSCULOS
O estresse constante é responsável por tiques nervosos, cansaço exagerado e dores musculares, em especial no pescoço, costas e ombros.
APARELHO DIGESTIVO
Quando o organismo está em estresse, a digestão é prejudicada. O estresse crônico pode levar ao aparecimento de úlceras, inflamações do cólon e gastrites, devido ao excesso de suco gástrico.
FÍGADO
Quando o organismo está em estresse reage libertando hormonas, como a adrenalina e a cortisol, que provocam a libertação de açúcar pelo fígado. Este facto leva a uma subida do açúcar no sangue, aumentando o risco de diabetes.
APARELHO REPRODUTIVO
O estresse está associado ao surgimento de problemas menstruais e infecções genitais nas mulheres, e de impotência e ejaculação precoce nos homens. Pode ainda diminuir a libido e causar problemas de infertilidade.
SISTEMA IMUNOLÓGICO
O estresse crônico provoca uma diminuição dos linfócitos T, responsáveis pela defesa do organismo, tornando-o mais permeável a gripes, constipações, infecções pulmonares e outras doenças infecciosas.
PLANEAR, RELAXAR, SOCIALIZAR
10 medidas para combater o estresse
O estresse é inevitável, mas é possível impedir que ele tome as rédeas da sua vida, prejudicando a sua saúde. Saiba como fazê-lo em dez passos simples.
1 – Planeie o seu dia
Elabore uma lista de tarefas a realizar, estabelecendo objectivos apropriados. Aspirações irrealistas só servirão para o manter frustrado e aumentar os níveis de estresse. Deixe as tarefas que exigem maior criatividade para a altura do dia em que sente que a sua produtividade está mais alta e não se esqueça de deixar tempo para a família, o lazer e o descanso. E lembre-se; nem tudo se pode organizar. Deixe espaço para o imprevisto.
2 – Defina prioridades
Resista à tentação de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Geralmente, a melhor forma de realizar várias tarefas é fazer uma de cada vez. Ponha maior atenção nas coisas que exigem mais de si, mas não esqueça aqueles pequenos assuntos que, muitas vezes, são fonte de estresse.
3 – Tome decisões
Ter que tomar uma decisão importante é uma causa freqüente de estresse emocional. Quanto mais tempo demorar a tomá-la, mais ansioso ficará. Procure fazer a escolha acertada, mas não eternize a decisão nem deixe o problema pendente.
4 – Saiba dizer não
Reconheça os seus limites e resista à tentação de aceitar todos os desafios que lhe propõem. Evitar situações geradoras de estresse notam os psiquiatras, passa também por saber dizer não quando confrontados com um pedido que lhe parece exagerado, fora do razoável ou sem tempo necessário para o aceitar.
5 – Aprenda com os seus erros
O estresse faz parte do processo de aprendizagem, lembra o psiquiatra. Se tomar consciência dos factores e situações geradores de estresse na sua vida, ser-lhe-á mais fácil desenvolver defesas para as contornar no futuro.
6 – Tenha vida social
Deixe o trabalho à porta de casa e procure relacionar-se com outras pessoas além dos seus colegas. “Sem os amigos não se vai longe. Um forte apoio social é um importante escudo para as conseqüências do estresse. Se a família ou os amigos não o preencherem, envolva-se em actividades onde faça conhecimentos com pessoas com interesses similares.
7 – Pratique desporto
A actividade física é uma excelente “pílula anti-estresse”. Não só favorece a saúde física como ajuda a orientar as atitudes mentais e a restabelecer o equilibrio psicológico.
8 – Relaxe
Uma ou duas vezes por dia reserve 10 minutos para cerrar os olhos e realizar pequenos exercícios de relaxação, sem necessidade de sair de casa. Respire profundamente retendo a respiração depois de inspirar muito lentamente pelo nariz e expirando muito devagar pela boca (como se estivesse a soprar), enquanto conta mentalmente. Aproveite estes momentos para esquecer os compromissos e as preocupações.
9 – Arranje tempo para si
Procure reservar algum tempo para si. Aproveite para pensar sobre o seu estilo de vida e o que pode fazer para o corrigir, mas também para mimar-se quando atingir alguns objectivos.
10 – Partilhe as suas frustrações e angustias
Não reprima os seus problemas e os sentimentos menos positivos. Conversar com um amigo, ou mesmo um profissional, se necessário, pode ajudá-lo a aliviar a tensão.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Há 600 portugueses mais velhos que Manoel de Oliveira
Vidas. As pessoas com 100 e mais anos vão sendo menos raras. E Portugal não se adaptou a esta nova realidade, dizem os técnicos. Há que dar qualidade de vida às 'idades maiores'
Ser activo e estimular o intelecto são os segredos da velhice
Portugal tem 589 pessoas com 100 ou mais anos registadas nos Censos de 2001: um homem para cinco mulheres. E, como a tendência é para o aumento da longevidade, é natural que em 2008 existam muitos mais. Nem todas continuam a trabalhar como Manoel de Oliveira, mas muitos são independentes e Portugal não está preparado para esta realidade, dizem os técnicos. O segredo está em "ser activo e estimular o intelecto", não ser atirado para uma cadeira ou um sofá de um lar, verdadeiras antecâmaras da morte.
"Uma das coisas que mais contribuem para o aumento da longevidade é a actividade. As pessoas devem ter uma actividade física e intelectual estimulante", explica Maria João Quintal, médica, chefe de divisão de Saúde no Ciclo de Vida da Direcção-Geral de Saúde.
Aquela é uma das razões porque encontramos mais centenários entre as pessoas com cursos superiores e com maior treino intelectual. Além de que têm profissões com menos riscos para a saúde e condições sociais e económicas para ter uma maior qualidade de vida. Permite-lhes, por exemplo, ter uma alimentação equilibrada, cuidados físicos e empregados para lhes dar assistência. "As pessoas que se mantêm no seu meio, com a família, vivem muito mais do que as que vão para os lares. Temos de obrigar as instituições a reformular a sua atitude perante a idade. O meio pode ser muitíssimo agressivo de desestimulante", adianta. Não devem ser as pessoas a adaptar-se às instituições, "numa altura da vida em que estão fragilizadas".
Também Ana Fernandes, socióloga e demógrafa, professora e investigadora da Universidade Nova de Lisboa, entende que sociedade não está preparada para o novo fenómeno e que "as instituições não estão adaptadas", nomeadamente as da área da saúde. Não são precisos grandes hospitais para dar resposta a doenças agudas e internamentos curtos (uma cama hospitalar é muito cara), mas pequenas unidades para cuidados de longa duração.
Foi criada há dois anos a Rede Nacional dos Cuidados Continuados Integrados, uma parceria dos ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde. Tem cerca de três mil camas e o objectivo são nove mil até 2010, o que é considerado insuficiente, além de estar mais virado para as pessoas com dependência.
Mas, sublinha Maria João Quintal, "grande parte dos determinantes da saúde estão fora da área da saúde". Refere-se à personalidade da pessoa, à má alimentação, ao stress, aos transportes, etc. A aposta deve incidir nos sistemas de apoio às" idades maiores", nomeadamente em serviços de proximidade (comida, roupa, transportes) e nos cuidados integrados.
A médica e a socióloga consideram que a longevidade "é um ganho extraordinário para a humanidade". Basta que se ultrapassem os obstáculos, sobretudo garantir a sustentabilidade da segurança social devido ao prolongamento das reformas e criar unidades de ocupação do tempo e para tratamento de doenças crónicas.
"Passeio, gosto muito de passear..."
Família. D. Virgínia vai fazer 110 anos em Abril e será a 5.ª ou 6.ª portuguesa mais velha
"Quantos anos tenho? Alguns 100! Tenho 109?", admira-se Maria Virgínia Ferreira de Almeida. E ri-se, ri-se muito. Faz poses para a fotografia, canta e recita quadras da meninice. Flashes de uma memória que vai e vem. Mas quando se lembra é ao pormenor, como os nomes das ruas e das pessoas com quem brincou, algumas da realeza. Porque D. Virgínia, ex-professora de Física, faz 110 anos no dia 3 de Abril. Viveu em três séculos e até aprendeu o minuete, dança de salão do século XVIII. Passou por outros tantos regimes: monarquia, salazarismo e democracia. Adora passear, sobretudo em S. Pedro do Sul.
Muitos anos, tantos que às vezes já tem pena do dinheiro gasto pelo Estado com a sua reforma de professora. Segundo Filipe Prista Lucas, será a 5.ª ou 6.ª mulher mais velha no País.
"Não me falta nada. Descanso e faço passeios quando está bom tempo. Gosto muito de passear. Passeio com um e com outro. São muito meus amigos", conta D. Virgínia. É esta família que diz ser o segredo da sua longevidade, e também o ser alegre e bem-disposta, nunca stressar, andar a pé e comer regradamente. "Fui educada a comer de tudo. Como fruta, sopinha, carne, peixe", explica. A filha com quem vive, Maria Aldegundes, também ex-professora, acrescenta: "Nunca vi a minha mãe comer de mais." E está sempre a brincar com as duas empregadas, a do dia e a da noite. Mexe-se bem e mazelas só nos pulsos, devido a um problema no túnel cárpico. Análises e tensão estão boas.
Nasceu no Porto, "na Rua da Cedofeita e na casa onde viveu Carolina Michaëlis", conta a "avoninha", como lhe chamam as duas bisnetas que com ela fazem desenhos: a Filipa e a Marta.
É sábado e está uma manhã de Inverno que não a deixa apreciar a vista da janela, uma colina de Coimbra. "Costuma ser tão linda, até se vê o mar. Agora está feia", lamenta.
Estudou em Viseu e num liceu misto onde só havia mais duas raparigas, mas nada de namorados. "E houve quem me fizesse declarações", diz.
A Viseu seguiu-se Coimbra, onde se formou em Ciências Físico-Químicas em 1923. Tinha como amigas Maria Teresa Basto, Dyonísia Camões e Elisa Vilar e as quatro formaram a primeira república feminina na cidade dos estudantes. "Vivi ao lado do Salazar, que era professor na universidade, e levava sempre uma chapelada quando passava por ele", confidencia. Foi professora, carreira que terminou no Liceu Infanta D. Maria, actualmente escola secundária.
Filha de médico, sempre teve uma vida desafogada. A mãe morreu quando ela tinha sete anos e a irmã oito. "Tive um pai maravilhoso", recorda. Casou-se aos 33 anos, tem seis filhos, 13 netos e oito bisnetos.
"Olha o Vouga entre verduras, como vai devagarinho, parece que vai pasmado, de ver tão linho caminho", recita D. Virgínia. E vai lembrando os passeios no coche da condessa de Moniz e o convívio no palacete da família de Manuel Alegre.
"Nunca fumei e bebi aguardente ou vinho, tive sempre uma vida regrada"
Atleta. Jogou no Académica a médio-centro e é sócio n.º1 do clube dos estudantes
Joaquim Isabelinha, oftalmologista com consultório no Largo Marechal Sá da Bandeira, em Santarém. O gabinete ainda lá está, mas deixou de receber doentes há quatro anos. Agora, quem os recebe é o filho, Gonçalves Isabelinha. O pai é o sócio n.º 1 da Associação Académica de Coimbra, onde jogou a troco "de amor". Fez 100 anos no dia 5. Autarquias e instituições de Coimbra, Santarém e Almeirim uniram-se para o homenagear.
Isabelinha passa os dias a ler e faz questão de atender o telefone, apesar de ter três empregadas. Maria Ângela Mendes, 76 anos, trabalha "na casa do sr. doutor há 46 anos" e Maria da Graça Calarrão, 67 anos, está ali interna há 18. Não deixam "o sr. doutor um segundo que seja". Vivem e choram pelas memórias do patrão.
"O meu grande amigo Filipe Santos era de Cabo Verde e tinha o complexo de ser de cor. Era muito bom jogador e nunca fez mal [lesionou] ninguém. Era adorado", emociona-se. O amigo morreu há sete anos. E também se lembra da "adorada esposa" e da "querida filha", já falecidas. Tem três netos e uma bisneta.
Joaquim Isabelinha nasceu em Almeirim. Cedo mostrou dotes para o futebol, nos Leões de Santarém. Rapidamente foi descoberto pela Académica. "Combinaram vir a Santarém. Joguei tão bem que marquei três golos. Ganhámos por 6-3 e eles eram muito superiores, foi uma alegria. Estavam ansiosos por eu chegar a Coimbra." Estudou na Faculdade de Medicina. "Era estudante e tinha o número 400 e picos, mas foram tão generosos comigo que me atribuíram o número 1. E cá estou para manter o número", brinca.
Além de bom futebolista, era bom aluno. Fez a especialização no Instituto Oftalmológico Dr. Gama Pinto. "O dr. Gomes [professor] veio ter comigo e disse: "Isabelinha, podes ir para Santarém abrir o teu consultório. Mas tenho por ti uma grande estima e a minha família gostava que fosses almoçar connosco."
Isabelinha recorda sobretudo a família e "a querida e saudosa Coimbra". Confessa que é monárquico, por ter uma costela real por parte da mãe. Orgulha-se de nunca ter fechado a porta do consultório aos mais pobres. E, às vezes, ainda lhes dava dinheiro para comprar os remédios. "Deu tanto e nunca teve falta", acrescenta Maria da Graça.
"Nunca fumei, nunca tomei aguardente, tive sempre uma vida regrada", explica. A entrevista chega ao fim e Isabelinha canta o Malhão. E dá uma gargalhada quando nos despedimos: "Até daqui a cinco anos, para uma nova entrevista!"
Ser activo e estimular o intelecto são os segredos da velhice
Portugal tem 589 pessoas com 100 ou mais anos registadas nos Censos de 2001: um homem para cinco mulheres. E, como a tendência é para o aumento da longevidade, é natural que em 2008 existam muitos mais. Nem todas continuam a trabalhar como Manoel de Oliveira, mas muitos são independentes e Portugal não está preparado para esta realidade, dizem os técnicos. O segredo está em "ser activo e estimular o intelecto", não ser atirado para uma cadeira ou um sofá de um lar, verdadeiras antecâmaras da morte.
"Uma das coisas que mais contribuem para o aumento da longevidade é a actividade. As pessoas devem ter uma actividade física e intelectual estimulante", explica Maria João Quintal, médica, chefe de divisão de Saúde no Ciclo de Vida da Direcção-Geral de Saúde.
Aquela é uma das razões porque encontramos mais centenários entre as pessoas com cursos superiores e com maior treino intelectual. Além de que têm profissões com menos riscos para a saúde e condições sociais e económicas para ter uma maior qualidade de vida. Permite-lhes, por exemplo, ter uma alimentação equilibrada, cuidados físicos e empregados para lhes dar assistência. "As pessoas que se mantêm no seu meio, com a família, vivem muito mais do que as que vão para os lares. Temos de obrigar as instituições a reformular a sua atitude perante a idade. O meio pode ser muitíssimo agressivo de desestimulante", adianta. Não devem ser as pessoas a adaptar-se às instituições, "numa altura da vida em que estão fragilizadas".
Também Ana Fernandes, socióloga e demógrafa, professora e investigadora da Universidade Nova de Lisboa, entende que sociedade não está preparada para o novo fenómeno e que "as instituições não estão adaptadas", nomeadamente as da área da saúde. Não são precisos grandes hospitais para dar resposta a doenças agudas e internamentos curtos (uma cama hospitalar é muito cara), mas pequenas unidades para cuidados de longa duração.
Foi criada há dois anos a Rede Nacional dos Cuidados Continuados Integrados, uma parceria dos ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde. Tem cerca de três mil camas e o objectivo são nove mil até 2010, o que é considerado insuficiente, além de estar mais virado para as pessoas com dependência.
Mas, sublinha Maria João Quintal, "grande parte dos determinantes da saúde estão fora da área da saúde". Refere-se à personalidade da pessoa, à má alimentação, ao stress, aos transportes, etc. A aposta deve incidir nos sistemas de apoio às" idades maiores", nomeadamente em serviços de proximidade (comida, roupa, transportes) e nos cuidados integrados.
A médica e a socióloga consideram que a longevidade "é um ganho extraordinário para a humanidade". Basta que se ultrapassem os obstáculos, sobretudo garantir a sustentabilidade da segurança social devido ao prolongamento das reformas e criar unidades de ocupação do tempo e para tratamento de doenças crónicas.
"Passeio, gosto muito de passear..."
Família. D. Virgínia vai fazer 110 anos em Abril e será a 5.ª ou 6.ª portuguesa mais velha
"Quantos anos tenho? Alguns 100! Tenho 109?", admira-se Maria Virgínia Ferreira de Almeida. E ri-se, ri-se muito. Faz poses para a fotografia, canta e recita quadras da meninice. Flashes de uma memória que vai e vem. Mas quando se lembra é ao pormenor, como os nomes das ruas e das pessoas com quem brincou, algumas da realeza. Porque D. Virgínia, ex-professora de Física, faz 110 anos no dia 3 de Abril. Viveu em três séculos e até aprendeu o minuete, dança de salão do século XVIII. Passou por outros tantos regimes: monarquia, salazarismo e democracia. Adora passear, sobretudo em S. Pedro do Sul.
Muitos anos, tantos que às vezes já tem pena do dinheiro gasto pelo Estado com a sua reforma de professora. Segundo Filipe Prista Lucas, será a 5.ª ou 6.ª mulher mais velha no País.
"Não me falta nada. Descanso e faço passeios quando está bom tempo. Gosto muito de passear. Passeio com um e com outro. São muito meus amigos", conta D. Virgínia. É esta família que diz ser o segredo da sua longevidade, e também o ser alegre e bem-disposta, nunca stressar, andar a pé e comer regradamente. "Fui educada a comer de tudo. Como fruta, sopinha, carne, peixe", explica. A filha com quem vive, Maria Aldegundes, também ex-professora, acrescenta: "Nunca vi a minha mãe comer de mais." E está sempre a brincar com as duas empregadas, a do dia e a da noite. Mexe-se bem e mazelas só nos pulsos, devido a um problema no túnel cárpico. Análises e tensão estão boas.
Nasceu no Porto, "na Rua da Cedofeita e na casa onde viveu Carolina Michaëlis", conta a "avoninha", como lhe chamam as duas bisnetas que com ela fazem desenhos: a Filipa e a Marta.
É sábado e está uma manhã de Inverno que não a deixa apreciar a vista da janela, uma colina de Coimbra. "Costuma ser tão linda, até se vê o mar. Agora está feia", lamenta.
Estudou em Viseu e num liceu misto onde só havia mais duas raparigas, mas nada de namorados. "E houve quem me fizesse declarações", diz.
A Viseu seguiu-se Coimbra, onde se formou em Ciências Físico-Químicas em 1923. Tinha como amigas Maria Teresa Basto, Dyonísia Camões e Elisa Vilar e as quatro formaram a primeira república feminina na cidade dos estudantes. "Vivi ao lado do Salazar, que era professor na universidade, e levava sempre uma chapelada quando passava por ele", confidencia. Foi professora, carreira que terminou no Liceu Infanta D. Maria, actualmente escola secundária.
Filha de médico, sempre teve uma vida desafogada. A mãe morreu quando ela tinha sete anos e a irmã oito. "Tive um pai maravilhoso", recorda. Casou-se aos 33 anos, tem seis filhos, 13 netos e oito bisnetos.
"Olha o Vouga entre verduras, como vai devagarinho, parece que vai pasmado, de ver tão linho caminho", recita D. Virgínia. E vai lembrando os passeios no coche da condessa de Moniz e o convívio no palacete da família de Manuel Alegre.
"Nunca fumei e bebi aguardente ou vinho, tive sempre uma vida regrada"
Atleta. Jogou no Académica a médio-centro e é sócio n.º1 do clube dos estudantes
Joaquim Isabelinha, oftalmologista com consultório no Largo Marechal Sá da Bandeira, em Santarém. O gabinete ainda lá está, mas deixou de receber doentes há quatro anos. Agora, quem os recebe é o filho, Gonçalves Isabelinha. O pai é o sócio n.º 1 da Associação Académica de Coimbra, onde jogou a troco "de amor". Fez 100 anos no dia 5. Autarquias e instituições de Coimbra, Santarém e Almeirim uniram-se para o homenagear.
Isabelinha passa os dias a ler e faz questão de atender o telefone, apesar de ter três empregadas. Maria Ângela Mendes, 76 anos, trabalha "na casa do sr. doutor há 46 anos" e Maria da Graça Calarrão, 67 anos, está ali interna há 18. Não deixam "o sr. doutor um segundo que seja". Vivem e choram pelas memórias do patrão.
"O meu grande amigo Filipe Santos era de Cabo Verde e tinha o complexo de ser de cor. Era muito bom jogador e nunca fez mal [lesionou] ninguém. Era adorado", emociona-se. O amigo morreu há sete anos. E também se lembra da "adorada esposa" e da "querida filha", já falecidas. Tem três netos e uma bisneta.
Joaquim Isabelinha nasceu em Almeirim. Cedo mostrou dotes para o futebol, nos Leões de Santarém. Rapidamente foi descoberto pela Académica. "Combinaram vir a Santarém. Joguei tão bem que marquei três golos. Ganhámos por 6-3 e eles eram muito superiores, foi uma alegria. Estavam ansiosos por eu chegar a Coimbra." Estudou na Faculdade de Medicina. "Era estudante e tinha o número 400 e picos, mas foram tão generosos comigo que me atribuíram o número 1. E cá estou para manter o número", brinca.
Além de bom futebolista, era bom aluno. Fez a especialização no Instituto Oftalmológico Dr. Gama Pinto. "O dr. Gomes [professor] veio ter comigo e disse: "Isabelinha, podes ir para Santarém abrir o teu consultório. Mas tenho por ti uma grande estima e a minha família gostava que fosses almoçar connosco."
Isabelinha recorda sobretudo a família e "a querida e saudosa Coimbra". Confessa que é monárquico, por ter uma costela real por parte da mãe. Orgulha-se de nunca ter fechado a porta do consultório aos mais pobres. E, às vezes, ainda lhes dava dinheiro para comprar os remédios. "Deu tanto e nunca teve falta", acrescenta Maria da Graça.
"Nunca fumei, nunca tomei aguardente, tive sempre uma vida regrada", explica. A entrevista chega ao fim e Isabelinha canta o Malhão. E dá uma gargalhada quando nos despedimos: "Até daqui a cinco anos, para uma nova entrevista!"
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Os 25 mitos da pediatria
Conhecimentos inéditos sobre o desenvolvimento biológico estão a revolucionar os cuidados aos mais pequenos. A experiência foi substituída pela evidência científica e práticas outrora comuns são agora proscritas.
Música na gravidez. Não é preciso nascer para ouvir. Hoje admite-se que o feto tem capacidades auditivas a partir das 12 semanas e guarda memória dos sons após o nascimento. Recomenda-se a audição de sons graves porque têm um efeito calmante e a música clássica está entre os estilos adequados. Os ritmos binários têm a vantagem acrescida de se assemelharem ao batimento do coração da mãe. Uma curiosidade: a cadência com que as mães embalam é igual ao seu ritmo cardíaco e é por isso que o bebé adormece mais facilmente.
Aleitamento. Evitar alimentos como laranjas, cebolas, leguminosas ou chocolates não diminui as cólicas no bebé. A alimentação da mulher deve ser variada desde a gestação porque está provado que o feto inicia o desenvolvimento das células sensíveis ao sabor às 14 semanas. Todos são unânimes sobre os benefícios da amamentação exclusiva até aos seis meses de vida do bebé e provou-se que estão erradas as teorias sobre a fraca qualidade do leite muito líquido ou que não escorre quando é deitado num copo. O aleitamento é prioritário e deve começar ainda na sala de partos.
Esterilização. Ferver ou esterilizar biberões e tetinas não é necessário se os pais lavarem frequentemente, e bem, as mãos. As doenças infecciosas são menos frequentes e em condições normais de habitabilidade e de higiene basta uma lavagem que elimine os resíduos.
Alimentos. É um erro excluir alimentos como peixe, gema de ovo, carne de porco e frutas nos primeiros tempos de vida. A selecção visava prevenir alergias, mas as organizações internacionais defendem que atrasar a diversificação alimentar, mesmo em alérgicos, não traz benefícios. Outro erro antigo: não se deve obrigar a comer nem negociar alimentos por alimentos - por exemplo, dar uma bolacha para compensar ter comido sopa - e os legumes e frutas devem estar sempre na mesa porque a sua presença influenciará a alimentação na vida adulta. No passado, os alimentos eram introduzidos com o aparecimento dos dentes e agora são recomendados aos quatro meses, quando não há amamentação.
Suplementos alimentares. Vitaminas para quê? A sociedade moderna caracteriza-se pela abundância e uma dieta equilibrada é suficiente. A excepção, sobretudo no primeiro ano de vida, é a vitamina D, que gerações reforçaram com 'colheradas' de óleo de fígado de bacalhau. A tradição tem sido recuperada sob outras formas: os ácidos gordos são decisivos na formação das membranas cerebrais e estão a ser redescobertos em óleos de peixes de profundidade.
Peso. Gordura não é formosura. Cada bebé tem o seu ritmo e as variações nem sempre são sinal de doença. Os pediatras afirmam que os pais modernos se preocupam em excesso com o crescimento e recomendam que pesagem e medição só sejam feitas nas consultas de rotina.
Sono. Não tem fundamento o medo de que os bebés deitados de costas podem sufocar no caso de bolçarem. Em situações normais, o corpo humano está preparado para evitar estas situações. O medo levou muitos pais a deitarem os recém-nascidos de barriga para baixo, mas hoje é reprovável e perigoso. É mandatório deitar os bebés de barriga para cima, pelo menos, até aos seis meses. Depois, é o próprio bebé que escolhe a posição mais confortável. O sono solitário foi estimulado por se acreditar que promovia a autonomia, mas não está provado.
Morte súbita. 'Abafar' os bebés não é o perigo principal. A morte de crianças saudáveis por razões inexplicáveis continua a registar-se e estudos recentes têm evidenciado que é mais comum quando os pais são fumadores, em famílias monoparentais e quando o bebé é deitado de barriga para baixo.
Choro. As lágrimas são mais do que fome ou fralda molhada. Descobriu-se que os bebés são muito sensíveis a estímulos e também precisam de aliviar a tensão. Ou seja, às vezes basta deixar chorar um bocadinho para perceber a mensagem.
Banho. Esperar pela digestão para dar banho é um mito. A água utilizada está morna e não existe choque térmico, responsável pela congestão. Além disso, o leite é de fácil digestão. O banho deve ser um prazer e a regra é 'água quanto baste e pouco produto de limpeza', sobretudo com glicerina, porque seca e irrita a pele em demasia.
Pele. Pó de talco fora da lista. A limpeza exagerada é inimiga da pele e um banho seguido de uma loção hidratante é suficiente. Na zona da fralda é necessária parcimónia no uso de toalhetes, pois limpam a sujidade, mas também podem arrastar a camada superficial da pele. Quando a fralda só está molhada e não existe irritação não é necessário usar creme ou pastas sob risco de provocar uma sensibilização excessiva. E o pó de talco está fora de moda porque as partículas podem ser inaladas pelo bebé.
Fralda. O uso precoce do bacio está fora de questão. Os pediatras estão a recuperar a tradição de retirar a fralda só aos dois anos porque o controlo precoce do esfíncter pode, afinal, trazer problemas.
Botas ortopédicas. Não vale a pena olhar para os pés antes dos dois anos. A ortopedia moderna respeita as regras de crescimento do pé e da marcha das crianças e qualquer calçado que faça alguma contenção interfere com a evolução normal. É ponto assente que é o exercício e não o calçado ortopédico ou formativo que cumpre a missão fisiológica. Sempre que possível, as crianças devem andar descalças e usar sapatos que protejam apenas o tornozelo e o calcanhar.
Creche. A socialização, afinal, só começa aos três anos. Na sociedade actual mães e avós trabalham e os bebés vão para a creche cada vez mais cedo. Contudo, a maioria dos pediatras regressou ao passado para recomendar os cuidados dos avós até aos três anos. Argumentam que os ganhos de afecto compensam.
Febre. A temperatura não é doença. A maioria das crianças faz quatro dias de febre e não é preciso baixar a temperatura de imediato como querem os pais dos nossos dias. Os médicos alertam que a febre é muitas vezes é um mecanismo de defesa do organismo e que um sinal de serenidade é a criança continuar a brincar.
Tosse. Adeus ao xarope. Tossir é uma forma do corpo para eliminar secreções e melhorar a respiração. Trata-se de um sintoma e não de uma doença e nos primeiros anos de vida não são recomendados inibidores.
Aerossóis. São os grandes terapeutas do século XXI. Ajudam a respirar melhor, contudo, os médicos têm dúvidas sobre o que os próximos avanços podem revelar sobre a sua utilização.
Ginástica respiratória. Comum na década de 90 revelou-se desnecessária. Era usada para bronquiolites e hoje sabe-se que aumentam o cansaço e as dificuldades de respiração.
Remédios caseiros. Vivem-se tempos de medicação excessiva. As precauções sobre o uso de remédios estão na ordem do dia e a regra é recuperar remédios caseiros como o xarope de cenoura e os preparados com mel.
Vacinas. O calendário mudou. As crianças dos nossos dias são mais vacinadas - e dizem os pediatras, estão mais protegidas - e já não é preciso recomeçar do zero quando há atrasos muito grandes.
Flúor. As gotas outrora comuns foram trocadas pelos dentífricos. Actualmente, é promovida a lavagem cada vez mais precoce dos dentes, aliás, logo que a dentição aparece na vida do bebé.
Brinquedos. Quantos mais, pior. As crianças precisam de estimular a imaginação e para isso não podem ter muitos brinquedos para poderem explorá-los ao máximo, dando-lhe várias utilizações. Os pais devem guardar os presentes, optando pela distribuição ao longo do ano.
Animais. Os eternos amigos estão de volta. Após várias teorias sobre o risco acrescido de alergias, cães, gatos, pássaros e outros animais são desejáveis para o desenvolvimento da criança.
Desporto. O cloro não faz alergia. A prática desportiva é defendida para o desenvolvimento psicomotor e a natação volta a liderar as preferências. A qualidade da água das piscinas melhorou e os bebés podem nadar a partir do sexto mês de vida. Só é preciso limpar o cloro com um banho abundante e dar bastante água para minimizar a sua presença no estômago.
Regras. O ónus dos pais sobre a personalidade dos filhos está mitigado. Passou a ser admitido que há crianças difíceis que complicam a vida das famílias e que as regras são, por isso, indispensáveis. A negociação deve existir, mas sem rendição, em especial, dos pais.
Vera Lúcia Arreigoso
Música na gravidez. Não é preciso nascer para ouvir. Hoje admite-se que o feto tem capacidades auditivas a partir das 12 semanas e guarda memória dos sons após o nascimento. Recomenda-se a audição de sons graves porque têm um efeito calmante e a música clássica está entre os estilos adequados. Os ritmos binários têm a vantagem acrescida de se assemelharem ao batimento do coração da mãe. Uma curiosidade: a cadência com que as mães embalam é igual ao seu ritmo cardíaco e é por isso que o bebé adormece mais facilmente.
Aleitamento. Evitar alimentos como laranjas, cebolas, leguminosas ou chocolates não diminui as cólicas no bebé. A alimentação da mulher deve ser variada desde a gestação porque está provado que o feto inicia o desenvolvimento das células sensíveis ao sabor às 14 semanas. Todos são unânimes sobre os benefícios da amamentação exclusiva até aos seis meses de vida do bebé e provou-se que estão erradas as teorias sobre a fraca qualidade do leite muito líquido ou que não escorre quando é deitado num copo. O aleitamento é prioritário e deve começar ainda na sala de partos.
Esterilização. Ferver ou esterilizar biberões e tetinas não é necessário se os pais lavarem frequentemente, e bem, as mãos. As doenças infecciosas são menos frequentes e em condições normais de habitabilidade e de higiene basta uma lavagem que elimine os resíduos.
Alimentos. É um erro excluir alimentos como peixe, gema de ovo, carne de porco e frutas nos primeiros tempos de vida. A selecção visava prevenir alergias, mas as organizações internacionais defendem que atrasar a diversificação alimentar, mesmo em alérgicos, não traz benefícios. Outro erro antigo: não se deve obrigar a comer nem negociar alimentos por alimentos - por exemplo, dar uma bolacha para compensar ter comido sopa - e os legumes e frutas devem estar sempre na mesa porque a sua presença influenciará a alimentação na vida adulta. No passado, os alimentos eram introduzidos com o aparecimento dos dentes e agora são recomendados aos quatro meses, quando não há amamentação.
Suplementos alimentares. Vitaminas para quê? A sociedade moderna caracteriza-se pela abundância e uma dieta equilibrada é suficiente. A excepção, sobretudo no primeiro ano de vida, é a vitamina D, que gerações reforçaram com 'colheradas' de óleo de fígado de bacalhau. A tradição tem sido recuperada sob outras formas: os ácidos gordos são decisivos na formação das membranas cerebrais e estão a ser redescobertos em óleos de peixes de profundidade.
Peso. Gordura não é formosura. Cada bebé tem o seu ritmo e as variações nem sempre são sinal de doença. Os pediatras afirmam que os pais modernos se preocupam em excesso com o crescimento e recomendam que pesagem e medição só sejam feitas nas consultas de rotina.
Sono. Não tem fundamento o medo de que os bebés deitados de costas podem sufocar no caso de bolçarem. Em situações normais, o corpo humano está preparado para evitar estas situações. O medo levou muitos pais a deitarem os recém-nascidos de barriga para baixo, mas hoje é reprovável e perigoso. É mandatório deitar os bebés de barriga para cima, pelo menos, até aos seis meses. Depois, é o próprio bebé que escolhe a posição mais confortável. O sono solitário foi estimulado por se acreditar que promovia a autonomia, mas não está provado.
Morte súbita. 'Abafar' os bebés não é o perigo principal. A morte de crianças saudáveis por razões inexplicáveis continua a registar-se e estudos recentes têm evidenciado que é mais comum quando os pais são fumadores, em famílias monoparentais e quando o bebé é deitado de barriga para baixo.
Choro. As lágrimas são mais do que fome ou fralda molhada. Descobriu-se que os bebés são muito sensíveis a estímulos e também precisam de aliviar a tensão. Ou seja, às vezes basta deixar chorar um bocadinho para perceber a mensagem.
Banho. Esperar pela digestão para dar banho é um mito. A água utilizada está morna e não existe choque térmico, responsável pela congestão. Além disso, o leite é de fácil digestão. O banho deve ser um prazer e a regra é 'água quanto baste e pouco produto de limpeza', sobretudo com glicerina, porque seca e irrita a pele em demasia.
Pele. Pó de talco fora da lista. A limpeza exagerada é inimiga da pele e um banho seguido de uma loção hidratante é suficiente. Na zona da fralda é necessária parcimónia no uso de toalhetes, pois limpam a sujidade, mas também podem arrastar a camada superficial da pele. Quando a fralda só está molhada e não existe irritação não é necessário usar creme ou pastas sob risco de provocar uma sensibilização excessiva. E o pó de talco está fora de moda porque as partículas podem ser inaladas pelo bebé.
Fralda. O uso precoce do bacio está fora de questão. Os pediatras estão a recuperar a tradição de retirar a fralda só aos dois anos porque o controlo precoce do esfíncter pode, afinal, trazer problemas.
Botas ortopédicas. Não vale a pena olhar para os pés antes dos dois anos. A ortopedia moderna respeita as regras de crescimento do pé e da marcha das crianças e qualquer calçado que faça alguma contenção interfere com a evolução normal. É ponto assente que é o exercício e não o calçado ortopédico ou formativo que cumpre a missão fisiológica. Sempre que possível, as crianças devem andar descalças e usar sapatos que protejam apenas o tornozelo e o calcanhar.
Creche. A socialização, afinal, só começa aos três anos. Na sociedade actual mães e avós trabalham e os bebés vão para a creche cada vez mais cedo. Contudo, a maioria dos pediatras regressou ao passado para recomendar os cuidados dos avós até aos três anos. Argumentam que os ganhos de afecto compensam.
Febre. A temperatura não é doença. A maioria das crianças faz quatro dias de febre e não é preciso baixar a temperatura de imediato como querem os pais dos nossos dias. Os médicos alertam que a febre é muitas vezes é um mecanismo de defesa do organismo e que um sinal de serenidade é a criança continuar a brincar.
Tosse. Adeus ao xarope. Tossir é uma forma do corpo para eliminar secreções e melhorar a respiração. Trata-se de um sintoma e não de uma doença e nos primeiros anos de vida não são recomendados inibidores.
Aerossóis. São os grandes terapeutas do século XXI. Ajudam a respirar melhor, contudo, os médicos têm dúvidas sobre o que os próximos avanços podem revelar sobre a sua utilização.
Ginástica respiratória. Comum na década de 90 revelou-se desnecessária. Era usada para bronquiolites e hoje sabe-se que aumentam o cansaço e as dificuldades de respiração.
Remédios caseiros. Vivem-se tempos de medicação excessiva. As precauções sobre o uso de remédios estão na ordem do dia e a regra é recuperar remédios caseiros como o xarope de cenoura e os preparados com mel.
Vacinas. O calendário mudou. As crianças dos nossos dias são mais vacinadas - e dizem os pediatras, estão mais protegidas - e já não é preciso recomeçar do zero quando há atrasos muito grandes.
Flúor. As gotas outrora comuns foram trocadas pelos dentífricos. Actualmente, é promovida a lavagem cada vez mais precoce dos dentes, aliás, logo que a dentição aparece na vida do bebé.
Brinquedos. Quantos mais, pior. As crianças precisam de estimular a imaginação e para isso não podem ter muitos brinquedos para poderem explorá-los ao máximo, dando-lhe várias utilizações. Os pais devem guardar os presentes, optando pela distribuição ao longo do ano.
Animais. Os eternos amigos estão de volta. Após várias teorias sobre o risco acrescido de alergias, cães, gatos, pássaros e outros animais são desejáveis para o desenvolvimento da criança.
Desporto. O cloro não faz alergia. A prática desportiva é defendida para o desenvolvimento psicomotor e a natação volta a liderar as preferências. A qualidade da água das piscinas melhorou e os bebés podem nadar a partir do sexto mês de vida. Só é preciso limpar o cloro com um banho abundante e dar bastante água para minimizar a sua presença no estômago.
Regras. O ónus dos pais sobre a personalidade dos filhos está mitigado. Passou a ser admitido que há crianças difíceis que complicam a vida das famílias e que as regras são, por isso, indispensáveis. A negociação deve existir, mas sem rendição, em especial, dos pais.
Vera Lúcia Arreigoso
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
HIPOCONDRIA
“Hipocondria – assim se chama a perturbação que atinge e aflige as pessoas que vivem convencidas de que estão ou vão ficar doentes. Quase sempre adultos jovens que perante sinais e sintomas que ninguém vê faltam ao emprego, gritam aos filhos, discutem com os amigos e correm apressados para o consultório médico mais próximo. Falamos de gente que fica doente só de pensar nessa hipótese.”
Cismam que estão doentes e vivem dominados pela apreensão, a insegurança, o pessimismo e o medo. Tanto temor transparece em todas as conversas com amigos, familiares, colegas de trabalho e até com desconhecidos. A sua rubrica favorita são as doenças, as disfunções, as síndromas, os defeitos físicos, os respectivos sintomas e sinais. Um desassossego que dá maus resultados. Favorece a degradação das relações sociais, laborais e até pessoais. É assim a vida das pessoas que se crêem efectivamente doentes e que não enxergam forma de escapar à desgraça. Designam-se por hipocondríacos. Sofrem de uma perturbação da ansiedade, de um distúrbio obsessivo-compulsivo.
Os hipocondríacos fazem da sua vida um calvário. Consultam médicos atrás de médicos – vão confiar em qual? – fazem-se acompanhar por “cargas” de medicamentos e ainda assim agoniam devido ao pânico de padecerem desta ou daquela enfermidade. Mas sofrem. E amarguram o dia-a-dia dos que são mais próximos, de quem está à sua volta. E se alguém se atreve a dizer-lhes que a sua saúde é férrea, que não estão doentes, tudo se complica. Não acreditam no diagnóstico, venha ele do amigo ou do medico mais conceituado, pedem mais e mais medicamentos, mais e mais analises. Mais e mais saúde...
Não será este comportamento, só por si, doentio? De facto, os hipocondríacos estão doentes só que não sofrem das doenças que imaginam e que os afligem. “Padecem de um transtorno real, que pode tornar-se crônico, com sintomas que vão da sobrevalorização da idéia de doença à necessidade de manifestar constantemente essa preocupação, que passa pela busca indiscriminada de informação médica e pela percepção de sinais orgânicos imaginários, conforme se refere na página de internet da Associação Americana de Psiquiatria (WWW.psych.org)
O hipocondríaco é um exagerado. Doem-lhe realmente mais coisas do que à maioria das pessoas e, sendo certo que não inventaram esses sintomas, a verdade é que estão exclusivamente centrados neles. E se nos casos mais simples os doentes ficam aliviados pós uma consulta médica e aceitam facilmente que, afinal, não estão doentes; nas situações graves a vida social, familiar, laboral e pessoal do hipocondríaco complica-se pois nada nem ninguém o convence de que precisa de aprender a controlar as suas emoções. E se estes indivíduos reagem assim a doenças imaginárias, quando são confrontados com um diagnostico de doença efectivo – o que acontece com toda a gente, várias vezes ao longo da vida – desencadeiam reações desproporcionadas. Uns ficam numa profunda angustia, outros mergulham na depressão. Uns e outros isolam-se e concentram todas as forças “nessa tragédia”.
Homens e Mulheres
A fronteira entre o “normal” e o patológico nem sempre é clara e muitas pessoas podem comportar-se de um modo dito hipocondríaco a dada altura da vida sem que sofram efectivamente de qualquer doença. Isto pode acontecer e não é grave. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria pode dizer-se, por exemplo, que um individuo sofre de uma “neurose hipocondríaca” se interpretar erradamente sinais e sintomas físicos, considerando-os sempre anormais e causadores de temores, a creditando, por isso, que sofre de uma doença grave, mesmo que os médicos lhe comprovem que está tudo bem.
Mas como se diagnostica, afinal, uma hipocondria? Em regra, pondera-se tal perturbação “quando um individuo consulta com freqüência e persistência um medico sem que tenha qualquer sinal ou sintoma de doença; quando a sua preocupação excessiva com o mal estar interfere com o desempenho das actividades quotidianas ou quando este processo se desenrola durante, pelo menos, seis meses”.
Parece que a hipocondria é um transtorno mais freqüente nos países desenvolvidos, nomeadamente entre os grupos mais escolarizados e, embora possa manifestar-se em qualquer idade, declara-se com mais freqüência nos adultos jovens. Por outro lado, este transtorno, que gera outros igualmente adversos para a saúde, como o excesso de automedicação, afecta de forma idêntica homens e mulheres e, estima-se, atinge entre cinco e dez por cento da população dos países desenvolvidos.
O hipocondríaco é um individuo que precisa de ser tranqüilizado, que necessita de acompanhamento médico, de uma resposta. Algo complexo, pois é comum não encontrar nada disto porque se recusa a confiar nas pessoas que lhe dizem está tudo bem, que não sofre de doença alguma... além da obsessão, que pode ser tratada.
Segundo a AMP, a hipocondria é uma perturbação que aprisiona um sujeito ao ponto de lhe alterar todas as vivencias, de mudar todo o seu mundo. Estes indivíduos, além do pânico das doenças, têm um medo exagerado da morte. E o mais pequeno sinal de mal-estar ou a mais leve dor de cabeça são entendidos como uma ameaça que urge afastar. Por isso, as doenças constituem o centro das suas vidas.
A doença comanda a vida... Os hipocondríacos estão constantemente preocupados com a sua saúde, centrando-se apenas nos estímulos internos (dores, palpitações, a arritmias, entre outros) que sentem, mas que passam despercebidos às outras pessoas, inclusivamente aos médicos que não os conseguem objectivar.
Não à solidão
Que factores estão na origem da hipocondria? Isso é o que muito se estuda mas que pouco se sabe. O que parece confirmar-se é que se trata de uma perturbação mais freqüente nos indivíduos que têm carências de afecto e que se sentem compensados pela atenção e a simpatia que conquistam quando dizem que... estão doentes. Também as pessoas que na infância sofreram doenças crônicas revelam aparentemente maiores probabilidades de ser confrontadas com o aparecimento de episódios de hipocondria na idade adulta. Por outro lado, há alguns factores orgânicos que precisam de ser melhor avaliados. Entre eles o limiar de sensibilidade à dor.
Para contornar ou lidar com a hipocondria, pode ser necessário fazer psicoterapia com um profissional treinado te que deixem de se sobrevalorizar as queixas e os sintomas das doenças imaginárias. Recomenda-se ainda que estes indivíduos sejam ajudados com o objectivo de perceberem que há mais vida para além das doenças, que há mais vida para além do eu, de forma que não fiquem exclusivamente centrados na sua pessoa. Propõe-se ainda que os hipocondríacos compartilhem momentos de lazer, distracção e afecto. Passar um dia só, sem falar com ninguém, é um desejo comum que lhes deve ser negado. Da prática desportiva á jardinagem, da culinária ao voluntariado, o que não falta é coisas para fazer.
Mais difícil, sobretudo com o acesso fácil e generalizado à internet, é controlar o acometimento à informação sobre doenças, uma necessidade que aparece de repente, de modo quase incontrolável. Quase, pois aqui importa esclarecer – e demonstrar – que nem tudo o que se diz e vende na rede é correcto ou faz bem. às vezes até é o contrário”.
‘Célia Rosa’
Cismam que estão doentes e vivem dominados pela apreensão, a insegurança, o pessimismo e o medo. Tanto temor transparece em todas as conversas com amigos, familiares, colegas de trabalho e até com desconhecidos. A sua rubrica favorita são as doenças, as disfunções, as síndromas, os defeitos físicos, os respectivos sintomas e sinais. Um desassossego que dá maus resultados. Favorece a degradação das relações sociais, laborais e até pessoais. É assim a vida das pessoas que se crêem efectivamente doentes e que não enxergam forma de escapar à desgraça. Designam-se por hipocondríacos. Sofrem de uma perturbação da ansiedade, de um distúrbio obsessivo-compulsivo.
Os hipocondríacos fazem da sua vida um calvário. Consultam médicos atrás de médicos – vão confiar em qual? – fazem-se acompanhar por “cargas” de medicamentos e ainda assim agoniam devido ao pânico de padecerem desta ou daquela enfermidade. Mas sofrem. E amarguram o dia-a-dia dos que são mais próximos, de quem está à sua volta. E se alguém se atreve a dizer-lhes que a sua saúde é férrea, que não estão doentes, tudo se complica. Não acreditam no diagnóstico, venha ele do amigo ou do medico mais conceituado, pedem mais e mais medicamentos, mais e mais analises. Mais e mais saúde...
Não será este comportamento, só por si, doentio? De facto, os hipocondríacos estão doentes só que não sofrem das doenças que imaginam e que os afligem. “Padecem de um transtorno real, que pode tornar-se crônico, com sintomas que vão da sobrevalorização da idéia de doença à necessidade de manifestar constantemente essa preocupação, que passa pela busca indiscriminada de informação médica e pela percepção de sinais orgânicos imaginários, conforme se refere na página de internet da Associação Americana de Psiquiatria (WWW.psych.org)
O hipocondríaco é um exagerado. Doem-lhe realmente mais coisas do que à maioria das pessoas e, sendo certo que não inventaram esses sintomas, a verdade é que estão exclusivamente centrados neles. E se nos casos mais simples os doentes ficam aliviados pós uma consulta médica e aceitam facilmente que, afinal, não estão doentes; nas situações graves a vida social, familiar, laboral e pessoal do hipocondríaco complica-se pois nada nem ninguém o convence de que precisa de aprender a controlar as suas emoções. E se estes indivíduos reagem assim a doenças imaginárias, quando são confrontados com um diagnostico de doença efectivo – o que acontece com toda a gente, várias vezes ao longo da vida – desencadeiam reações desproporcionadas. Uns ficam numa profunda angustia, outros mergulham na depressão. Uns e outros isolam-se e concentram todas as forças “nessa tragédia”.
Homens e Mulheres
A fronteira entre o “normal” e o patológico nem sempre é clara e muitas pessoas podem comportar-se de um modo dito hipocondríaco a dada altura da vida sem que sofram efectivamente de qualquer doença. Isto pode acontecer e não é grave. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria pode dizer-se, por exemplo, que um individuo sofre de uma “neurose hipocondríaca” se interpretar erradamente sinais e sintomas físicos, considerando-os sempre anormais e causadores de temores, a creditando, por isso, que sofre de uma doença grave, mesmo que os médicos lhe comprovem que está tudo bem.
Mas como se diagnostica, afinal, uma hipocondria? Em regra, pondera-se tal perturbação “quando um individuo consulta com freqüência e persistência um medico sem que tenha qualquer sinal ou sintoma de doença; quando a sua preocupação excessiva com o mal estar interfere com o desempenho das actividades quotidianas ou quando este processo se desenrola durante, pelo menos, seis meses”.
Parece que a hipocondria é um transtorno mais freqüente nos países desenvolvidos, nomeadamente entre os grupos mais escolarizados e, embora possa manifestar-se em qualquer idade, declara-se com mais freqüência nos adultos jovens. Por outro lado, este transtorno, que gera outros igualmente adversos para a saúde, como o excesso de automedicação, afecta de forma idêntica homens e mulheres e, estima-se, atinge entre cinco e dez por cento da população dos países desenvolvidos.
O hipocondríaco é um individuo que precisa de ser tranqüilizado, que necessita de acompanhamento médico, de uma resposta. Algo complexo, pois é comum não encontrar nada disto porque se recusa a confiar nas pessoas que lhe dizem está tudo bem, que não sofre de doença alguma... além da obsessão, que pode ser tratada.
Segundo a AMP, a hipocondria é uma perturbação que aprisiona um sujeito ao ponto de lhe alterar todas as vivencias, de mudar todo o seu mundo. Estes indivíduos, além do pânico das doenças, têm um medo exagerado da morte. E o mais pequeno sinal de mal-estar ou a mais leve dor de cabeça são entendidos como uma ameaça que urge afastar. Por isso, as doenças constituem o centro das suas vidas.
A doença comanda a vida... Os hipocondríacos estão constantemente preocupados com a sua saúde, centrando-se apenas nos estímulos internos (dores, palpitações, a arritmias, entre outros) que sentem, mas que passam despercebidos às outras pessoas, inclusivamente aos médicos que não os conseguem objectivar.
Não à solidão
Que factores estão na origem da hipocondria? Isso é o que muito se estuda mas que pouco se sabe. O que parece confirmar-se é que se trata de uma perturbação mais freqüente nos indivíduos que têm carências de afecto e que se sentem compensados pela atenção e a simpatia que conquistam quando dizem que... estão doentes. Também as pessoas que na infância sofreram doenças crônicas revelam aparentemente maiores probabilidades de ser confrontadas com o aparecimento de episódios de hipocondria na idade adulta. Por outro lado, há alguns factores orgânicos que precisam de ser melhor avaliados. Entre eles o limiar de sensibilidade à dor.
Para contornar ou lidar com a hipocondria, pode ser necessário fazer psicoterapia com um profissional treinado te que deixem de se sobrevalorizar as queixas e os sintomas das doenças imaginárias. Recomenda-se ainda que estes indivíduos sejam ajudados com o objectivo de perceberem que há mais vida para além das doenças, que há mais vida para além do eu, de forma que não fiquem exclusivamente centrados na sua pessoa. Propõe-se ainda que os hipocondríacos compartilhem momentos de lazer, distracção e afecto. Passar um dia só, sem falar com ninguém, é um desejo comum que lhes deve ser negado. Da prática desportiva á jardinagem, da culinária ao voluntariado, o que não falta é coisas para fazer.
Mais difícil, sobretudo com o acesso fácil e generalizado à internet, é controlar o acometimento à informação sobre doenças, uma necessidade que aparece de repente, de modo quase incontrolável. Quase, pois aqui importa esclarecer – e demonstrar – que nem tudo o que se diz e vende na rede é correcto ou faz bem. às vezes até é o contrário”.
‘Célia Rosa’
O JOGO DA SEDUÇÃO
“Os factores que numa pessoa atraem a outra e vice-versa variam conforme a personalidade, as expectativas, os desejos e as prioridades de cada um. E são diferentes dos que imperavam no passado”
Dantes, quando as raparigas tinham a sua primeira menstruação ficavam pois capacitadas a ser mães. Os rapazes por sua vez, ao terem as primeiras ejaculações, eram potenciais pais. Mas se durante alguns milênios as relações reprodutivas terão sido (como são ainda em alguns pontos do planeta) diferenciadas dos afectos, rapidamente as coisas começam a evoluir no sentido da monogamia (mesmo que seqüencial). O sentimento de poder masculino, associado ao “ter” (ter “pilinha”, leia-se), acasalou bem com o sentimento de “não ter”, com o complexo de castração das mulheres, com o culto do “ser” (e ás vezes do “parecer”). Eles a quererem conquistar, elas a quererem deixar-se conquistar. Estavam na mesa todos os ingredientes necessários ao jogo. Mas não só. Também se assumiam grandes responsabilidades, como a escolha do pai ou da mãe dos filhos, do companheiro da companheira de uma vida e, tantas vezes, do herdeiro ou herdeira de fortunas, bens, terras ou outras coisas semelhantes. Fazia-se a integração na família, no clã, na tribo ou na comunidade – a escolha prévia ao “acasalamento” passou também a ser mais elaborada e a envolver outras componentes. Acresce que a chamada “lei do mais forte” que, de formas diversas, afastava os potenciais concorrentes até deixar o que, geralmente pela sua força física, se conseguia impor, perdeu muita da sua vitalidade. A astucia, o poder de sedução, o charme (e tantas outras coisas), começaram a ganhar valor. Bem como os verdadeiros afectos e sentimentos.
É assim que surge o namoro – uma fase que começa, muitas vezes, sem se saber muito bem porquê e que evolui com diversos ritmos e para diferentes desenlaces. De facto, desconhece-se o que numa nova pessoa, atrai outra – provavelmente muitos factores, mas valorizados conforme a personalidade, as expectativas, os desejos e prioridades de cada um. As feromonas, espécie de hormonas sentidas a larga distancia pelo nariz, têm o condão de atrair – a ciência explica isso. A beleza (a graça de ser-se “giro” mesmo se feio), a inteligência, a ternura, a simpatia, o humor, o feitio, a elegância (no corpo e na maneira de ser), enfim, são alguns entre tantos e tantos “ingredientes” que provocam a atracção e o desejo de conquistar o outro ou a outra. Depois deste primeiro “clique”, segue-se outra fase: a da confirmação da escolha, que terá de passar por um melhor conhecimento dos pontos fracos e fortes da pessoa amada. Mas o pior é que a paixão e o desejo de conquista, pela sua natureza “transitoriamente patológica”, faz que freqüentemente (provavelmente sempre) se perca a noção crítica e a lucidez. Uma pessoa apaixonada não temos pés na terra pois para ela só o outro existe e o mundo e as pessoas são algo que perdem na prioridade e no valor”.
‘Mário Cordeiro’
Dantes, quando as raparigas tinham a sua primeira menstruação ficavam pois capacitadas a ser mães. Os rapazes por sua vez, ao terem as primeiras ejaculações, eram potenciais pais. Mas se durante alguns milênios as relações reprodutivas terão sido (como são ainda em alguns pontos do planeta) diferenciadas dos afectos, rapidamente as coisas começam a evoluir no sentido da monogamia (mesmo que seqüencial). O sentimento de poder masculino, associado ao “ter” (ter “pilinha”, leia-se), acasalou bem com o sentimento de “não ter”, com o complexo de castração das mulheres, com o culto do “ser” (e ás vezes do “parecer”). Eles a quererem conquistar, elas a quererem deixar-se conquistar. Estavam na mesa todos os ingredientes necessários ao jogo. Mas não só. Também se assumiam grandes responsabilidades, como a escolha do pai ou da mãe dos filhos, do companheiro da companheira de uma vida e, tantas vezes, do herdeiro ou herdeira de fortunas, bens, terras ou outras coisas semelhantes. Fazia-se a integração na família, no clã, na tribo ou na comunidade – a escolha prévia ao “acasalamento” passou também a ser mais elaborada e a envolver outras componentes. Acresce que a chamada “lei do mais forte” que, de formas diversas, afastava os potenciais concorrentes até deixar o que, geralmente pela sua força física, se conseguia impor, perdeu muita da sua vitalidade. A astucia, o poder de sedução, o charme (e tantas outras coisas), começaram a ganhar valor. Bem como os verdadeiros afectos e sentimentos.
É assim que surge o namoro – uma fase que começa, muitas vezes, sem se saber muito bem porquê e que evolui com diversos ritmos e para diferentes desenlaces. De facto, desconhece-se o que numa nova pessoa, atrai outra – provavelmente muitos factores, mas valorizados conforme a personalidade, as expectativas, os desejos e prioridades de cada um. As feromonas, espécie de hormonas sentidas a larga distancia pelo nariz, têm o condão de atrair – a ciência explica isso. A beleza (a graça de ser-se “giro” mesmo se feio), a inteligência, a ternura, a simpatia, o humor, o feitio, a elegância (no corpo e na maneira de ser), enfim, são alguns entre tantos e tantos “ingredientes” que provocam a atracção e o desejo de conquistar o outro ou a outra. Depois deste primeiro “clique”, segue-se outra fase: a da confirmação da escolha, que terá de passar por um melhor conhecimento dos pontos fracos e fortes da pessoa amada. Mas o pior é que a paixão e o desejo de conquista, pela sua natureza “transitoriamente patológica”, faz que freqüentemente (provavelmente sempre) se perca a noção crítica e a lucidez. Uma pessoa apaixonada não temos pés na terra pois para ela só o outro existe e o mundo e as pessoas são algo que perdem na prioridade e no valor”.
‘Mário Cordeiro’
A SUE É QUE SABE!
A senhora podia ser uma estrangeira com quinta biológica no Alentejo. Nada cuidada, sem adereços, rugas assumidas que o pó da maquilhagem espessa da televisão acentua. Está ali sentada ao dispor de quem tem duvidas: “O meu marido não gosta de me fazer sexo oral. Faz, mas mal”. E a senhora pergunta: “Acha que ele não gosta?” “Sim, é isso” E daqui partem à procura de respostas. Será o cheiro, a configuração da ‘coisa’, a falta de pachorra? É tudo isso, claro. E Sue – a senhora que nos aconselha (como quem planta cidreira ou rúcula na hipotética herdade), diz sem hesitar. “É muito simples, não lhe faça a ele!”
Não sei como são as audiências do programa dela na SIC Mulher, mas devia ser obrigatório ver ‘Os conselhos de Sue’. Há muitas coisas que ela diz e nós sabemos, e outras que vale a pena aprender.
Sabiam, por exemplo, que 85% das mulheres atingem o orgasmo através do clitóris? Eu por acaso pensei que eram 99,9%. O clitóris é uma maçada para os homens em geral. Eu diria até que é o maior inimigo deles: dá trabalho, estraga os timings do sexo e não é nada cinematográfico. Em quantos filmes já viram um homem a estimular o clitóris de uma mulher?
Há mulheres que têm muito mais prazer sozinhas (com o seu clitóris) do que acompanhadas. E ás vezes bem acompanhadas.
O clitóris é tão importante como o coração. Só que o coração é para sentir, e o clitóris é para mexer. Um homem que não se aproxime do clitóris de uma mulher nunca lhe chegará ao coração.
Há amigas minhas que muito amo que nunca tiveram um orgasmo. Umas, por pudor, nunca foram capazes de dizer aos namorados/maridos que era ‘ali’, que queriam que eles lhes tocassem, outras acham que masturbação é para quem está sozinho. Quem tem pudor não tem prazer. Os homens de uma certa geração não sabem sequer que o clitóris existe. Quem não tivesse prazer na penetração, tinha de agüentar. E daí nasceram muitas dores de cabeça, o período muitas vezes, a total indisponibilidade. O desamor.
O clitóris só veio complicar a vida dos homens. É uma ameaça ao egoísmo deles. Num duelo com o pénis, o clitóris ganha porque o prazer das mulheres é maior (isto é cientifico).
Abençoados, pois, sejam os que se entregam de boca aberta nas nossas pernas. Os que não temem o desenho esquisito, o odor, a imprevisibilidade daquele pequeno apêndice.
Eu diria mesmo – não sendo crente – que o céu se abre (e as pernas também) aos que se nos dão sem reservas.
A pobre mulher que telefonou à Sue pedindo mais um dos seus sábios conselhos sabia que o marido tentava cumprir a parte dele, para depois ter direito ao prémio. E o prémio era provavelmente um broche. O homem tentava despachar o serviço – porque aquilo era um suplicio – e a mulher nunca ficava satisfeita com o resultado.
Sue perguntou-lhe: “Já tentou explicar-lhe como se faz?” Pois claro que sim. Tantas vezes que já não tinha coragem de lhe dizer novamente. Assim ele podia fazer parecer que era um problema dela, já que ele cumpria a sua parte.
O dedo indicador delas passou a ser muito importante para se satisfazerem quando lhes apetece ou para lhes dizer a eles onde fica uma das maiores fontes de prazer. O dedo indicador é quem manda.
Tenho pena que não haja uma Sue perto de cada um de nós. Uma que nos diga sem pruidos e sem vergonha o que fazer, onde, quando. A Sue deve ser persona non grata para muitos homens. Por causa dela – e de outras como ela – é que se acabou o sossego e o prazer solit´rio deles. Agora estas mulheres de hoje já vêm com exigências, já querem uma mão aqui e outra ali. As mulheres já não lhes querem a boca só para os ouvir falar. Querem muito mais. Querem o prazer com tudo incluído.
Elas já não vão ter de fingir que foi bom, quando nem chegou a acontecer.
Oh Gog, make good, but not wet!
‘Cidalia Dias’
Não sei como são as audiências do programa dela na SIC Mulher, mas devia ser obrigatório ver ‘Os conselhos de Sue’. Há muitas coisas que ela diz e nós sabemos, e outras que vale a pena aprender.
Sabiam, por exemplo, que 85% das mulheres atingem o orgasmo através do clitóris? Eu por acaso pensei que eram 99,9%. O clitóris é uma maçada para os homens em geral. Eu diria até que é o maior inimigo deles: dá trabalho, estraga os timings do sexo e não é nada cinematográfico. Em quantos filmes já viram um homem a estimular o clitóris de uma mulher?
Há mulheres que têm muito mais prazer sozinhas (com o seu clitóris) do que acompanhadas. E ás vezes bem acompanhadas.
O clitóris é tão importante como o coração. Só que o coração é para sentir, e o clitóris é para mexer. Um homem que não se aproxime do clitóris de uma mulher nunca lhe chegará ao coração.
Há amigas minhas que muito amo que nunca tiveram um orgasmo. Umas, por pudor, nunca foram capazes de dizer aos namorados/maridos que era ‘ali’, que queriam que eles lhes tocassem, outras acham que masturbação é para quem está sozinho. Quem tem pudor não tem prazer. Os homens de uma certa geração não sabem sequer que o clitóris existe. Quem não tivesse prazer na penetração, tinha de agüentar. E daí nasceram muitas dores de cabeça, o período muitas vezes, a total indisponibilidade. O desamor.
O clitóris só veio complicar a vida dos homens. É uma ameaça ao egoísmo deles. Num duelo com o pénis, o clitóris ganha porque o prazer das mulheres é maior (isto é cientifico).
Abençoados, pois, sejam os que se entregam de boca aberta nas nossas pernas. Os que não temem o desenho esquisito, o odor, a imprevisibilidade daquele pequeno apêndice.
Eu diria mesmo – não sendo crente – que o céu se abre (e as pernas também) aos que se nos dão sem reservas.
A pobre mulher que telefonou à Sue pedindo mais um dos seus sábios conselhos sabia que o marido tentava cumprir a parte dele, para depois ter direito ao prémio. E o prémio era provavelmente um broche. O homem tentava despachar o serviço – porque aquilo era um suplicio – e a mulher nunca ficava satisfeita com o resultado.
Sue perguntou-lhe: “Já tentou explicar-lhe como se faz?” Pois claro que sim. Tantas vezes que já não tinha coragem de lhe dizer novamente. Assim ele podia fazer parecer que era um problema dela, já que ele cumpria a sua parte.
O dedo indicador delas passou a ser muito importante para se satisfazerem quando lhes apetece ou para lhes dizer a eles onde fica uma das maiores fontes de prazer. O dedo indicador é quem manda.
Tenho pena que não haja uma Sue perto de cada um de nós. Uma que nos diga sem pruidos e sem vergonha o que fazer, onde, quando. A Sue deve ser persona non grata para muitos homens. Por causa dela – e de outras como ela – é que se acabou o sossego e o prazer solit´rio deles. Agora estas mulheres de hoje já vêm com exigências, já querem uma mão aqui e outra ali. As mulheres já não lhes querem a boca só para os ouvir falar. Querem muito mais. Querem o prazer com tudo incluído.
Elas já não vão ter de fingir que foi bom, quando nem chegou a acontecer.
Oh Gog, make good, but not wet!
‘Cidalia Dias’
QUANTO FALTA O DESEJO
“Considerado ofensivo, o conceito da frigidez foi enterrado mas a mudança semântica não garantiu prazer a todas as mulheres.”
A infinita sabedoria popular já o havia anunciado: “Não há mulheres frigidas... apenas homens incompetentes!” A comunidade cientifica e médica confirma-o: a frigidez morreu. Descansa em paz depois de anos em que foi utilizada popularmente para definir, de forma algo ambígua e quase sempre pejorativa, as mulheres que eram blocos de gelo na hora do sexo. Já não há mulheres frigidas, assim como não há homens impotentes. O que há são mulheres com desejo sexual hipoactivo (isto é, a falta dele) e disfunção orgásmica, e homens com disfunção eréctil. Palavras novas para problemas velhos.
A semântica é como a cosmética: pode disfarçar um problema mas não o trata. A frigidez pode ter desaparecido do vocabulário clinico, mas o prazer sexual está longe de ser um privilégio de todas as mulheres. Segundo o primeiro grande estudo nacional sobre a prevalência de disfunções sexuais femininas, realizado pela Sociedade Portuguesa de Andrologia em conjunto com os laboratórios farmacêuticos Pfizer, mais de metade das mulheres portuguesas (56%) apresenta ou apresentou algum tipo de disfunção sexual.
A investigação sustenta ainda que mais de um terço das mulheres (35%) tem falta de desejo sexual e 32% apresenta dificuldades em atingir o orgasmo independentemente da forma de estimulação, embora os homens só detectem 24% dos casos. O trabalho congrega dados recolhidos junto de 1250 mulheres e outros tantos homens com idades compreendidas entre os 18 e os 75 anos, o que inclui mulheres nas fases pré e pós-menopausa, nas quais as alterações hormonais interferem inevitavelmente na função sexual.
Ao contrario do que acontece no cinema e na televisão, o sexo de muitas mulheres está, pois, longe de ser um maravilhoso fogo-de-artificio de orgasmos imensuráveis. Mas será este realmente um problema de inaptidão sexual masculina como afirma a expressão popular? A idéia é profundamente sexista, como o é, aliás, o próprio conceito de frigidez. Se este tendia a culpabilizar a mulher por qualquer “falha” na fruição sexual – se não desfrutava normalmente do sexo é porque era fria ou “frigida” -, a avaliação da competência masculina remete para o homem toda a responsabilidade. Por paradoxal que possa parecer, estas duas idéias opostas radicam no mesmo preconceito: o da mulher como um agente passivo da sexualidade, um mero receptáculo para as necessidades do seu parceiro. “Apesar da revolução sexual, a percepção do sexo não mudou assim tanto desde o tempo da minha avó”, garante a sexóloga Marta Crawford.
Voltemos à defunta frigidez. Para explorar as versões modernas do fenômeno é preciso entender primeiro a sua etimologia, algo que se revela muito mais complicado do que seria de esperar. Seja porque o termo caiu em desuso ou talvez porque sempre esteve revestido de alguma ambigüidade, qualquer tentativa de definição esbarra numa teia de poucos consensos. Nuno Monteiro Pereira, professor de sexologia e director da Clínica do Homem e da Mulher, entende que aquilo a que popularmente se convencionou chamar de frigidez se referia ao que a literatura actual chama de disfunção do desejo sexual hipoactivo, ou seja, a ausência de desejo sexual. O psiquiatra Francisco Allen Gomes, fundador da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clinica, atribui-a “não à falta de desejo sexual, mas à incapacidade de ter prazer com o sexo”. Julio Machado Vaz entende que se aplicava às duas situações. “Umas vezes referia-se à falta de desejo sexual, outras à falta de satisfação/excitação, incluindo o orgasmo”. O psiquiatra Manuel Esteves, do hospital de São João, no Porto, acrescenta-lhe ainda um terceiro conceito, o da disfunção sexual geral, no qual a mulher “não consegue obter prazer sexual através da estimulação erótica”. Confuso(a)? Acredite que não está sozinho(a).
Esqueçamos, portanto, a frigidez e foquemo-nos nas disfunções sexuais da mulher. A mais freqüente é a perturbação do desejo sexual hipoactivo. Segundo o Manuel de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV-TR, na sigla em inglês), a “bíblia” dos psiquiatras, refere-se à “deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo de actividade sexual”, causando na pessoa um “acentuado mal estar ou dificuldade interpessoal”. Por outras palavras, para que o problema seja considerado uma disfunção não basta que a mulher não tenha vontade de manter relações sexuais com o seu parceiro. “É preciso que isso cause perturbação pessoal”, sublinha a psicóloga clica e sexóloga Ana Carvalheira.
Segundo a especialista em sexologia, é preciso, pois, resistir à “patologização da sexualidade feminina”. O desejo sexual feminino é muito flutuante, muito mais relacionado com o contexto que o dos homens. Uma dificuldade não é necessariamente uma disfunção. Muitas vezes está associada a um; contexto de circunstância, que pode ter a ver com factores relacionais (cansaço, falta de atracção, etc), emocionais (percepção negativa da sexualidade, por exemplo), psicológicos e mesmo biológicos (doenças crônicas ou hormonais). O uso de determinados medicamentos, nomeadamente de antidepressivos, pode também interferir com o desejo sexual.
Diferentes do desejo sexual hipoactivo são as perturbações do orgasmo. Segundo Machado Vaz, incluem não apenas a ausência de orgasmo (conhecida como anorgasmia) mas também o atraso persistente ou recorrente em atingi-lo a seguir a uma fase de excitação normal, seja através do coito ou da masturbação. Sendo que as mulheres exibem uma enorme variabilidade do tipo ou intensidade de estimulação que desencadeia o orgasmo, o diagnóstico deverá basear-se no juízo de que a capacidade de orgasmo é menor do que seria razoável para a idade, experiência sexual e adequação da estimulação sexual que a mulher recebe.
“A mulher é capaz de excitar-se com os estímulos eróticos, mas bloqueia no momento do orgasmo”, explica Ana Carvalheira. Ou seja, não tem a capacidade de perder o controlo, que é, no limite, o que caracteriza um orgasmo, segundo Allen Gomes. Muitas acabam por fingi-lo, por vergonha em admitir o problema ou para poupar o ego do parceiro. Uma vez que a capacidade orgásmica da mulher aumenta com o conhecimento que esta tem do seu corpo, este tipo de disfunções podem ser mais prevalecentes nas mulheres mais jovens.
As causas, explica a terapeuta sexual, são essencialmente psicológicas e sócio-culturais, embora em alguns casos possam também estar associadas a problemas clínicos, como determinadas lesões na espinal medula. Entre os maiores inibidores do orgasmo estão “sentimentos” predadores como a culpa, a vergonha ou a ansiedade, decorrentes de laços educativos, culturais e religiosos que favorecem a repressão sexual.
“O desejo sexual feminino é um processo extremamente complexo, que envolve componentes biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Essa complexidade explica, por exemplo, porque não existe ainda um fármaco para combater estes problemas”, lembra Carvalheira. A intervenção nestes casos, sublinha a especialista, passa sobretudo pela psicoterapia e pela terapia sexual com vista a derrubar as barreiras psicológicas e emocionais que se interpõem entre a mulher e a sua plena fruição sexual.
Uma solução farmacológica para o problema da falta de desejo sexual poderá chegar a 2010, altura em que o mercado deverá conhecer o LibiGel, já conhecido como o “Viagra das mulheres”. Desenvolvido por cientistas da Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, o medicamento, um gel aplicado na parte superior do braço, encontra-se na última fase de ensaios clínicos e promete um aumento de quase 300% no número de relações sexuais satisfatórias.
‘Nelson Marques’
A infinita sabedoria popular já o havia anunciado: “Não há mulheres frigidas... apenas homens incompetentes!” A comunidade cientifica e médica confirma-o: a frigidez morreu. Descansa em paz depois de anos em que foi utilizada popularmente para definir, de forma algo ambígua e quase sempre pejorativa, as mulheres que eram blocos de gelo na hora do sexo. Já não há mulheres frigidas, assim como não há homens impotentes. O que há são mulheres com desejo sexual hipoactivo (isto é, a falta dele) e disfunção orgásmica, e homens com disfunção eréctil. Palavras novas para problemas velhos.
A semântica é como a cosmética: pode disfarçar um problema mas não o trata. A frigidez pode ter desaparecido do vocabulário clinico, mas o prazer sexual está longe de ser um privilégio de todas as mulheres. Segundo o primeiro grande estudo nacional sobre a prevalência de disfunções sexuais femininas, realizado pela Sociedade Portuguesa de Andrologia em conjunto com os laboratórios farmacêuticos Pfizer, mais de metade das mulheres portuguesas (56%) apresenta ou apresentou algum tipo de disfunção sexual.
A investigação sustenta ainda que mais de um terço das mulheres (35%) tem falta de desejo sexual e 32% apresenta dificuldades em atingir o orgasmo independentemente da forma de estimulação, embora os homens só detectem 24% dos casos. O trabalho congrega dados recolhidos junto de 1250 mulheres e outros tantos homens com idades compreendidas entre os 18 e os 75 anos, o que inclui mulheres nas fases pré e pós-menopausa, nas quais as alterações hormonais interferem inevitavelmente na função sexual.
Ao contrario do que acontece no cinema e na televisão, o sexo de muitas mulheres está, pois, longe de ser um maravilhoso fogo-de-artificio de orgasmos imensuráveis. Mas será este realmente um problema de inaptidão sexual masculina como afirma a expressão popular? A idéia é profundamente sexista, como o é, aliás, o próprio conceito de frigidez. Se este tendia a culpabilizar a mulher por qualquer “falha” na fruição sexual – se não desfrutava normalmente do sexo é porque era fria ou “frigida” -, a avaliação da competência masculina remete para o homem toda a responsabilidade. Por paradoxal que possa parecer, estas duas idéias opostas radicam no mesmo preconceito: o da mulher como um agente passivo da sexualidade, um mero receptáculo para as necessidades do seu parceiro. “Apesar da revolução sexual, a percepção do sexo não mudou assim tanto desde o tempo da minha avó”, garante a sexóloga Marta Crawford.
Voltemos à defunta frigidez. Para explorar as versões modernas do fenômeno é preciso entender primeiro a sua etimologia, algo que se revela muito mais complicado do que seria de esperar. Seja porque o termo caiu em desuso ou talvez porque sempre esteve revestido de alguma ambigüidade, qualquer tentativa de definição esbarra numa teia de poucos consensos. Nuno Monteiro Pereira, professor de sexologia e director da Clínica do Homem e da Mulher, entende que aquilo a que popularmente se convencionou chamar de frigidez se referia ao que a literatura actual chama de disfunção do desejo sexual hipoactivo, ou seja, a ausência de desejo sexual. O psiquiatra Francisco Allen Gomes, fundador da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clinica, atribui-a “não à falta de desejo sexual, mas à incapacidade de ter prazer com o sexo”. Julio Machado Vaz entende que se aplicava às duas situações. “Umas vezes referia-se à falta de desejo sexual, outras à falta de satisfação/excitação, incluindo o orgasmo”. O psiquiatra Manuel Esteves, do hospital de São João, no Porto, acrescenta-lhe ainda um terceiro conceito, o da disfunção sexual geral, no qual a mulher “não consegue obter prazer sexual através da estimulação erótica”. Confuso(a)? Acredite que não está sozinho(a).
Esqueçamos, portanto, a frigidez e foquemo-nos nas disfunções sexuais da mulher. A mais freqüente é a perturbação do desejo sexual hipoactivo. Segundo o Manuel de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV-TR, na sigla em inglês), a “bíblia” dos psiquiatras, refere-se à “deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo de actividade sexual”, causando na pessoa um “acentuado mal estar ou dificuldade interpessoal”. Por outras palavras, para que o problema seja considerado uma disfunção não basta que a mulher não tenha vontade de manter relações sexuais com o seu parceiro. “É preciso que isso cause perturbação pessoal”, sublinha a psicóloga clica e sexóloga Ana Carvalheira.
Segundo a especialista em sexologia, é preciso, pois, resistir à “patologização da sexualidade feminina”. O desejo sexual feminino é muito flutuante, muito mais relacionado com o contexto que o dos homens. Uma dificuldade não é necessariamente uma disfunção. Muitas vezes está associada a um; contexto de circunstância, que pode ter a ver com factores relacionais (cansaço, falta de atracção, etc), emocionais (percepção negativa da sexualidade, por exemplo), psicológicos e mesmo biológicos (doenças crônicas ou hormonais). O uso de determinados medicamentos, nomeadamente de antidepressivos, pode também interferir com o desejo sexual.
Diferentes do desejo sexual hipoactivo são as perturbações do orgasmo. Segundo Machado Vaz, incluem não apenas a ausência de orgasmo (conhecida como anorgasmia) mas também o atraso persistente ou recorrente em atingi-lo a seguir a uma fase de excitação normal, seja através do coito ou da masturbação. Sendo que as mulheres exibem uma enorme variabilidade do tipo ou intensidade de estimulação que desencadeia o orgasmo, o diagnóstico deverá basear-se no juízo de que a capacidade de orgasmo é menor do que seria razoável para a idade, experiência sexual e adequação da estimulação sexual que a mulher recebe.
“A mulher é capaz de excitar-se com os estímulos eróticos, mas bloqueia no momento do orgasmo”, explica Ana Carvalheira. Ou seja, não tem a capacidade de perder o controlo, que é, no limite, o que caracteriza um orgasmo, segundo Allen Gomes. Muitas acabam por fingi-lo, por vergonha em admitir o problema ou para poupar o ego do parceiro. Uma vez que a capacidade orgásmica da mulher aumenta com o conhecimento que esta tem do seu corpo, este tipo de disfunções podem ser mais prevalecentes nas mulheres mais jovens.
As causas, explica a terapeuta sexual, são essencialmente psicológicas e sócio-culturais, embora em alguns casos possam também estar associadas a problemas clínicos, como determinadas lesões na espinal medula. Entre os maiores inibidores do orgasmo estão “sentimentos” predadores como a culpa, a vergonha ou a ansiedade, decorrentes de laços educativos, culturais e religiosos que favorecem a repressão sexual.
“O desejo sexual feminino é um processo extremamente complexo, que envolve componentes biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Essa complexidade explica, por exemplo, porque não existe ainda um fármaco para combater estes problemas”, lembra Carvalheira. A intervenção nestes casos, sublinha a especialista, passa sobretudo pela psicoterapia e pela terapia sexual com vista a derrubar as barreiras psicológicas e emocionais que se interpõem entre a mulher e a sua plena fruição sexual.
Uma solução farmacológica para o problema da falta de desejo sexual poderá chegar a 2010, altura em que o mercado deverá conhecer o LibiGel, já conhecido como o “Viagra das mulheres”. Desenvolvido por cientistas da Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, o medicamento, um gel aplicado na parte superior do braço, encontra-se na última fase de ensaios clínicos e promete um aumento de quase 300% no número de relações sexuais satisfatórias.
‘Nelson Marques’
VOCE SABIA QUE EXISTE RELAÇÃO ENTRE SAÚDE ORAL E DOENÇAS SISTÉMICAS; AVC, INFARTE E DIABETES?
Uma das principais condições que compromete a saúde oral é a doença periodontal, doença que afecta os tecidos de protecção e sustentação dos dentes.
Esta enfermidade acomete um grande numero de pessoas no mundo, e não diferente em Portugal o último levantamento epidemiológico mostra que a nossa população é atingida em cerca de 60% cima de 40 anos, em ambos os sexos. Se não tratada pode levar a serias alterações e comprometer de forma significativa a função mastigatória, a estética, a saúde sistêmica e até a auto-estima do portador. Assim a saúde periodontal passa a ter um peso relevante na qualidade de vida das pessoas.
A doença periodontal está directamente relacionada com a presença do biofilme, massa bacteriana esbranquiçada e amolecida que se deposita continuamente e em camadas ao redor dos dentes, gengivas, língua, palato, mucosa, próteses, implantes e lábios. Se não for removido de forma adequada causará alterações gengivais que podem se manifestar através de sangramento, inchaço, mau gosto, mau hálito, dentre outras. Neste momento a doença periodontal é classificada como gengivite.
Com a permanência dos depósitos de biofilme, ocorre a progressão da doença periodontal que deixa de ser gengivite, restrita a margem gengival e evolui para uma doença destrutiva, acompanhada de perda de tecidos periodontais e reabsorção óssea, que leva a mobilidade dentária e até a perda dos dentes se não for realizado o tratamento adequado por um Médico Dentista.
O hálito é gradativamente comprometido, com o odor fétido o relacionamento social fica cada vez mais dificultado, fazendo com que o individuo se isole ou seja isolado no seu dia-a-dia.
Além disso a falta de elementos dentários compromete a mastigação. Os alimentos não são devidamente triturados e acabam por ser ingeridos em pedaços, dificultando a digestão.
As palavras para serem emitidas, precisam do auxilio dos dentes, como por exemplo tatu, sapo, além de interferir de forma dramática na estética do sorriso, comprometendo assim a auto-estima do individuo.
Porém o mais preocupante, é que a ciência tem demonstrado que a doença periodontal pode colaborar com o aparecimento de outras doenças ou mesmo potenciar uma doença pré-existente. Pode aumentar o risco do individuo ter AVC, infarto, diabetes, doenças pulmonares, nascimento de bebés prematuros, entre outras.
Desta maneira, cuidados com a saúde oral precisam ser valorizados e uma importante parceria entre o individuo e o médico-dentista necessita ser firmada. O dentista irá orientar sobre os métodos, materiais e produtos de higiene oral adequados para cada paciente em particular. O individuo, no seu dia-a-dia, tem que se comprometer a controlar o biofilme oral por meio de higiene oral efectiva e realizar periodicamente o auto-exame e diante de sangramento gengival, contorno irregular da gengiva, alteração de cor, ferida, caroço e mau gosto, procurar imediatamente um dentista.
Bonito mesmo é ter saúde.
‘Prisma’
Esta enfermidade acomete um grande numero de pessoas no mundo, e não diferente em Portugal o último levantamento epidemiológico mostra que a nossa população é atingida em cerca de 60% cima de 40 anos, em ambos os sexos. Se não tratada pode levar a serias alterações e comprometer de forma significativa a função mastigatória, a estética, a saúde sistêmica e até a auto-estima do portador. Assim a saúde periodontal passa a ter um peso relevante na qualidade de vida das pessoas.
A doença periodontal está directamente relacionada com a presença do biofilme, massa bacteriana esbranquiçada e amolecida que se deposita continuamente e em camadas ao redor dos dentes, gengivas, língua, palato, mucosa, próteses, implantes e lábios. Se não for removido de forma adequada causará alterações gengivais que podem se manifestar através de sangramento, inchaço, mau gosto, mau hálito, dentre outras. Neste momento a doença periodontal é classificada como gengivite.
Com a permanência dos depósitos de biofilme, ocorre a progressão da doença periodontal que deixa de ser gengivite, restrita a margem gengival e evolui para uma doença destrutiva, acompanhada de perda de tecidos periodontais e reabsorção óssea, que leva a mobilidade dentária e até a perda dos dentes se não for realizado o tratamento adequado por um Médico Dentista.
O hálito é gradativamente comprometido, com o odor fétido o relacionamento social fica cada vez mais dificultado, fazendo com que o individuo se isole ou seja isolado no seu dia-a-dia.
Além disso a falta de elementos dentários compromete a mastigação. Os alimentos não são devidamente triturados e acabam por ser ingeridos em pedaços, dificultando a digestão.
As palavras para serem emitidas, precisam do auxilio dos dentes, como por exemplo tatu, sapo, além de interferir de forma dramática na estética do sorriso, comprometendo assim a auto-estima do individuo.
Porém o mais preocupante, é que a ciência tem demonstrado que a doença periodontal pode colaborar com o aparecimento de outras doenças ou mesmo potenciar uma doença pré-existente. Pode aumentar o risco do individuo ter AVC, infarto, diabetes, doenças pulmonares, nascimento de bebés prematuros, entre outras.
Desta maneira, cuidados com a saúde oral precisam ser valorizados e uma importante parceria entre o individuo e o médico-dentista necessita ser firmada. O dentista irá orientar sobre os métodos, materiais e produtos de higiene oral adequados para cada paciente em particular. O individuo, no seu dia-a-dia, tem que se comprometer a controlar o biofilme oral por meio de higiene oral efectiva e realizar periodicamente o auto-exame e diante de sangramento gengival, contorno irregular da gengiva, alteração de cor, ferida, caroço e mau gosto, procurar imediatamente um dentista.
Bonito mesmo é ter saúde.
‘Prisma’
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