quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

IDENTIFICADO GENE DA EPILEPSIA

Mutações naquele mesmo gene ELP4 podem estar ligadas a outros problemas, como a hiperactividade.”

O gene ELP4 já se conhecia. Sabia-se que está implicado, com um conjunto de outros genes, na estruturação dos círculos cerebrais nas fases de desenvolvimento. Mas agora um grupo de investigadores descobriu que uma mutação neste gene está na origem de uma das formas mais comuns de epilepsia.
Os investigadores da universidade norte-americana de Columbia, liderados por Deb Pal, fizeram um rastreio ao genoma de 38 famílias dos Estados Unidos que apresentavam casos de epilepsia e descobriram uma região do cromossoma 11 que poderia estar ligado ao problema.
Compararam então essa informação com a de 125 pessoas saudáveis e verificaram que a diferença estava precisamente no gene ELP4.
‘Esse é o primeiro passo para chegar às causas da epilepsia infantil mais comum e pode permitir desenvolver fármacos mais eficazes para tratar a doença’, disse Deb Pal ao diário espanhol ‘El Mundo’. O investigador afirmou ainda que mutações neste mesmo gene poderão também estar ligadas ‘a outros problemas como o défice de atenção e hiperactividade, ou a alterações de comportamento’.
Já se suspeitava que muitas formas de epilepsia teriam causas genéticas, mas esta foi a primeira vez que isso se comprovou.
A descoberta poderá também ajudar melhorar o diagnóstico da doença, de acordo com os investigadores.

UMA TERAPIA GENÉTICA CONTRA O HIV VAI SER TESTADA NOS EUA

A primeira fase do ensaio clinico, destinada principalmente a avaliar a inocuidade do novo tratamento, está prestes a começar.”

Doze doentes seropositivos com problemas de resistência aos tratamentos contra o vírus da sida começaram esta semana a ser recrutados para participar no primeiro ensaio clínico de uma terapia genética anti-HIV, destinada a imunizar de forma personalizada as células de acda um dos doentes contra o temível vírus.
Ninguém sabe se este tratamento que consiste em desactivar um gene indispensável à entrada do HIV nas células imunitárias humanas, poderá ou não funcionar um dia. Mas resultados promissores obtidos nos últimos meses levaram uma equipa da empresa californiana Sangamo BioScieences e da Universidade da Pensilvânia, liderada por Carl June, a avançar com a primeira fase da experiência.
À superfície dos linfócitos CD4 humanos (o principal alvo do HIV), há uma proteína, a CCR5, sem a qual o HIV não consegue invadir essas células. Sabe-se desde 1996 que uma pequena minoria de pessoas, naturalmente imunes ao HIV, são portadoras de uma mutação precisamente no gene que comanda o fabrico da proteína CCR5. Essas pessoas herdaram duas cópias não funcionais do gene – uma vinda do pai, outra da mãe. E como nenhuma delas funciona, a proteína CCR5 não é produzida pelos linfócitos CD4 – e não aparece à sua superfície, o que impede a entrada do HIV.
Para inactivar deliberadamente o gene CCR5, os cientistas utilizam uma proteína sintética (cujo nome técnico é ‘nuclease dedos de zinco’ – em inglês ‘zinc finger nuclease’). Injectada nos linfócitos, ela retira um bocadinho de ADN a cada uma das duas cópias do gene CCR5. a seguir, a célula ‘remenda’ o gene, mas este, sem aquele bocadinho, já não funciona. No fundo, imita-se a natureza: tudo se passa como se os linfócitos tivessem sofrido espontaneamente a mutação imunizante. Há seis meses, June e os colegas já tinham experimentado o efeito desta desactivaçao deliberada do gene CCR5 em linfócitos humanos em cultura e em ratinhos imunodeficientes infectados com HIV. Em ambos os casos, o tratamento permitiu reduzir a carga viral e, nos animais, fez aumentar o numero de linfócitos CD4 (indicador de uma certa ‘regressão’ da doença).
Concretamente, os cientistas tencionam agora colher linfócitos não infectados junto dos 12 voluntários, torná-los mutantes para o CCR5 num tubo de ensaio, cultivá-los para obter uns 10 mil milhões de linfócitos mutantes e por último reintroduzi-los nos seus donos. O que esperam é que – para além de não ter efeitos indesejáveis – o tratamento surta efeitos positivos semelhantes aos observados ‘in vitro’ e nos ratinhos.
‘Esta é a primeira vez que temos a capacidade de tornar as células T dos doentes permanentemente resistentes à infecção e estamos muito excitados’ diz June, citado pela Reuters.


‘Ana Gerschenfeld’

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

VELHOS MAIS JOVENS

Em 2050 poderá haver no mundo 3,8 milhões de centenários. A predisposição para a longevidade depende da herança genética e de bons hábitos de vida.”

Há duas ou três décadas, um homem ou uma mulher com 50 anos pareciam, na grande maioria bastante mais velhos do que um homem ou uma mulher que hoje tenham os mesmo 50 anos. A longevidade tem vindo a aumentar, e com ela uma aparência que rouba anos ao espelho. Em 1950, havia no mundo cerca de 24 mil pessoas que chegavam aos cem anos. Hoje, estão contabilizadas quase 270 mil e em 2050 o numero de centenários poderá chegar aos 3,8 milhões, numa projecção das Nações Unidas. Tudo indica que nos países desenvolvidos não demorará a chegar o dia em que homens e mulheres centenários deixarão de ser a excepção com a vantagem de terem um aspecto e energia de pessoas com menos 30 anos.
A redução da taxa de mortalidade no inicio da vida e o aumento dos índices de sobrevivência às doenças típicas da velhice são duas das três variáveis envolvidas na expectativa de vida da população. As crianças têm a seu favor as vacinas os antibióticos e muito melhores condições sanitárias e alimentação. Já os mais velhos contam com métodos de diagnostico mais precisos, técnicas cirúrgicas mais apuradas e medicamentops mais eficazes. A estas realidades soma-se o envelhecimento propriamente dito, um fenômeno sobre o qual a ciência vem somando vitorias. Embora o caminho para desacelerar ao máximo a degenerescência celular seja longo, hoje sabemos que ele é possível’, disse à revista brasileira ‘Veja’ o biogerontologista americano Stuart Jay Olshansky,investigador da Universidade de Illinois. Há quem chegue aos cem ou mais anos por ‘sorte’, graças a um bom acesso a informação e a centros médicos de qualidade. Há ainda aqueles que padecem de males típicos do envelhecimento, mas bastante mais tarde do que a média da população não centenária. E há também aqueles que ‘fintam’ as doenças da idade e conservam as funções vitais em bom estado até quase ao último momento. Estes superam em muito a esperança média de vida e vivem até ao fim com mais saúde. No caso deste grupo, a longevidade parece ser, entre outros factores, uma questão de herança genética.
Não ilha japonesa de Okinawa é comum viver-se mais de cem anos. A media mundial é dez centenários em cada cem mil pessoas, mas em Okinawa essa proporção sobe para 50. estudos recentes indicam que os centenários de Okinawa e seus descendentes apresentam variações genéticas que os protegem contra determinadas marcas do envelhecimento, como a inflamação crônica e as doenças auto-imunes.
No entanto, a predisposição para a longevidade depende também de bons hábitos quotidianos. No caso, isso significa manter o corpo e a mente ocupados, viver perto da família e ter uma rotina social movimentada. E, obviamente, não fumar nem beber em demasia e ser frugal: comer carne vermelha só muito raramente. Sabe-se que uma redução calórica media de 30% na dieta diária normal resulta numa baixa na libertação de radicais livres, as moléculas tóxicas envolvidas no envelhecimento que agridem o material genético das células. Estudos recentes revelam que um estilo de vida ponderado e sem estresse contribui em 75% para uma maior longevidade.
A herança genética de cada um apenas contribui em 25% para adiar a hora da partida.


‘Albano Matos, Ana Fonseca e J. A. Souza’

ANÁLISE DE SANGUE MAIS EFICAZ

Detectar a doença antes de os sintomas se manifestarem

Os doentes de Alzheimer padecem da doença vários anos antes de esta ser diagnosticada, o que normalmente só ocorre quando já existem lacunas de memória que imposibilitam um vida normal. Mas a possibilidade de detectar a doença mais cedo começa a tornar-se uma quase realidade. Um grupo de investigadores dos EUA conseguiram confirmar a utilidade de uma análuse ao sangue que detecta a prsença de 18 proteínas plasmáticas que apresentam concentrações anormais em pessoas que sofrem da doença.
A taxa de sucesso para distinguir entre pessoas doentes e saudáveis é de 90%, embora não sirva para prever o risco de adoecer numa pessoa saudável, o teste é capaz de prever se uma pessoa já com alterações plasmáticas poderá vir a desenvolver a doença, mesmo antes dos sinais característicos.
A análise ainda não está disponível para uso em pacientes, mas, se estes dados forem confirmados em estudos futuros, uma simples análise será suficiente para detectar quais as pessoas que correm mais riscos de evoluir para uma demência.
Um diagnóstico mais precoce poderá ajudar a encontrar um tratamento mais eficaz e capaz de atrasar os piores sinais da doença antes que surjam.


‘Virginia Alves’

GENES DO PAI INFLUENTES NO SEXO DO BEBÉ

Estudo concluiu que a tendência de ter um menino ou menina é herdada pelo homem

Um homem com muitos irmãos tem maior probabilidade de vir a ter filhos rapazes, enquanto outro com mais irmãs tende a ser pai de meninas, esta é a concluso de uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha que revela que o sexo pode ser determinado por genes que o pai herdou dos próprios pais. O que determina o sexo é o facto de o esperma do api carregar o cromossoma Y (que combinado com o cromossoma X da mãe resulta em menino) ou X (que na mesma combinação resulta numa menina).
A investigaçao, já publicada numa revista cientifica, partiu da analise de 927 árvores genealógicas sobre dados de 55.378 pessoas da Europa e America do Norte, desde 1600. essa análise permitiu aos investigadores concluírem que a tendência de ter um menino ou uma menina é herdada pelo homem.
Além do que já se sabe sobre a combinação cromossômica, Y e X, o estudo sugere que um gene ainda não conhecido controlaria o esperma do homem que teria mais cromossomas Y ou X.
Um gene consiste de duas partes, chamadas alelos, herdadas uma do pai e uma da mãe e, segundo estes especialistas, é provável que os homens carreguem dois tipos diferentes de alelos, o que possibilitaria três combinações no gene que controlaria a proporção entre cromossomas X e Y no esperma. Como o gene é trasmitido pelos pais, faz com que alguns homens tenham mais filhos meninos e outros mais meninas.


‘Virginia Alves’

SINTOMAS ENTRE PÂNICO E ATQUE CARDÍACO

Quem sofre de ataques de pânico tem maior risco de desenvolver doenças do coração

Os sintomas de um ataque de pânico são muitas vezes confundidos com um ataque de coração. E pelos vistos com razoes perfeitamente plausíveis. Afinal, os resultados de um inquérito demonstram que as pessoas que sofrem de ataques de pânico têm um maior risco de vir a desenvolver um maior risco de vir a desenvolver uma doença cardíaca.
O estudo realizado em Inglaterra estabelece uma relação directa e complexa entre a mente e o coração. Ou mesmo entre os que são designados de distúrbios mais associados ao cérebro, como a depressão ou ansiedade extrema, com um aumento de risco dos acidentes cardiovasculares.
Com esta nova evidencia, os investigadores querem alertar os médicos para que considerem o pânico como um factor independente de risco para o desenvolvimento de uma doença coronária.
Para chegarem a estas conclusões, os cientistas compararam a evolução de quase 60 mil adultos diagnosticados com pânico com uma amostra de mais de 347 mil pessoas sem este tipo de doença. A incidência de ataques cardíacos aumentou muito entre os primeiros, principalmente nos que tinham menos de 50 anos.
Os investigadores não sabem dizer com certeza absoluta se esta descoberta se deve a um erro de diagnostico dos sintomas da doença coronária ou se existe realmente uma relação de causa-efeito.
De qualquer forma, ficou provado que o pânico é prejudicial para a saúde cardiovascular, mas não é letal.


‘Virginia Alves’

A SUA CARA NÃO ME É ESTRANHA

Já se sabia que a hormona oxitocina tem um papel nas relações sociais entre seres humanos. Este químico contribui, por exemplo, para o sentimento de confiança que mantemos nos outros, mesmo quando eles nos fizeram algum mal.
A psicóloga suíça Urike Rimmele conseguiu ir agora um pouco mais longe e demonstrou que a oxitocina também tem influencia na memória social.
De acordo com os resultados de um estudo que realizou, a oxitocina melhora a capacidade que temos de reconhecer um rosto familiar.
Esta memória social, diz a investigadora, é biologicamente diferente da que nos permite lembrarmo-nos dos objectos.

ARRITMIA ESTÁ NOS GENES

O que a genética ainda tem para desvendar

A fibrilação atrial, o tipo mais comum da arritmia do coração, é considerada um problema eléctrico do coração e, por isso, sempre se pensou que a riz do problema estaria nos canais iônicos, especialmente nos que controlam os impulsos que produzem os batimentos cardíacos. Mas agora uma equipa de investigadores identificou um gene associado à doença que é alheio a estes estímulos eléctricos: trata-se do NUP155, que está envolvido no processo que regula a troca de materiais e actua como uma entidade que controla a função de outros genes.
Para chegarem a esta conclusão, os cientistas acompanharam uma família em que muitos membros sofriam de forma grave de fibrilaçao atrial. Traves de diferentes análises, a equipa conseguiu detectar que os indivíduos transportavam duas cópias do gene danificado.
Na maior parte das pessoas, a arritmia surge por uma interacção de várias causas genéticas e ambientais. No entanto, em 30% dos casos, que são geralmente mais graves, o problema está directamente ligado a uma mutação genética, e agora foi identificada uma delas – o que poderá ajudar no futuro a encontrar uma terapêutica adequada para estes casos.

TESTE PIONEIRO PERMITE PREVER RISCO DE DEPRESSÃO

Pessoas com ameaça de depressão superior a 10,6% devem ser acompanhadas. Um em cada 5 portugueses sofrem de; depressão.

Já é possível fazer um teste online para avaliar o risco de depressão. Por enquanto, esta ferramenta desenvolvida por um grupo de investigação financiado pela União Européia só está disponível em inglês – na pagina do Departamento de Ciências e saúde Mental da Universidade de Londres (www.ucl.ac.uk/predict-depression/demograph.php) – mas ainda durante esse ano deverá poder ser utilizada em português.
Segundo o coordenador nacional do estudo, Miguel Xavier, explicou que ao longo de 2009 será discutido como este teste pode ser utilizado, ‘nomeadamente no âmbito do Plano Nacional de Saúde Mental’. Miguel Xavier explica que a ferramenta foi pensada para ajudar os médicos de família nos cuidados primários a prever a depressão nos seus doentes, ou seja, ‘como um instrumento de saúde pública’.
O coordenador nacional do PREDICT, assim se chama o estudo, considera que este é um modelo cientificamente fundamentado, um algoritmo, para fazer a previsão do risco de depressão’, diz – uma doença que muitas vezes não é detectada, apesar de ser apontada no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública. Aliás, o plano indica que um em cada cinco portugueses sofre de depressão.
A parte da previsão está ainda menos desenvolvida, indica o professor de psiquiatria da Faculdade de Ciências Medicas da Universidade Nova de Lisboa. É também ‘muito complexa, uma vez que a relação de causalidade entre os vários factores e a doença não é obvia’.
Este teste segue uma idéia que foi aplicada na cardiologia, o famoso teste de Framingham. Isto, porque tal como nas doenças cardiovasculares, a depressão resulta de vários factores.
Assim, o estudo serviu para identificar, em pessoas saudáveis, quais as perguntas (e correspondentes factores) que revelam maior capacidade de prever a ocorrência de episódios depressivos nos 12 meses seguintes. O teste foi desenvolvido com base nas respostas dos 5216 participantes que não estavam deprimidos na altura da primeira entrevista, mas revelaram sintomas mais tarde. No total, nos seis países que participaram (Reino Unido, Estônia, Holanda, Eslovênia, Espanha e Portugal) foram entrevistadas mais de 10 mil pessoas.
Miguel Xavier salienta que o teste revelou ter uma fiabilidade estatística superior a 80%, ou seja, superior até ao teste para as doenças cardiovasculares. ‘As pessoas que apresentem índices de probabilidade elevados – superior a 10,6% - devem ser sinalizadas, ou mesmo referenciadas para serviços de psiquiatria’.
Para o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários, Luis Pisco, ‘os médicos de família estão sempre interessados em colaborar com outras especialidades e todos os mecanismos que ajudem no diagnóstico ‘são bem-vindos’.


‘Patricia Jesus’

CONSEQUENCIAS PSICOLÓGICAS DAS INSÓNIAS

Dormir mal pode provocar paranóia e outras doenças mentais

Quem não teve já uma noite de insônia? Milhares de pessoas já passaram por isso e muitas vivem com esse problema diariamente. De acordo com os conhecimentos mais comuns, um sono regular e de boa qualidade é fundamental para manter um bom estado psíquico e físico.
Um estudo recente realizado na Grã-Bretanha sugere uma nova relação entre o mau sono e as perturbações psíquicas, revelando que as pessoas que sofrem de insônias têm mais probabilidade de também virem a sofrer de paranóias, como a mania da perseguição.
Para chegar a esta conclusão, os investigadores examinaram a possível relação entre a insônia e paranóias em pessoas saudáveis e em doentes com problemas mentais. E concluíram que cerca de 70% das pessoas saudáveis que sofriam de insônia também revelavam problemas psíquicos, e entre os pacientes psiquiátricos mais de metade apresentava o mesmo problema. Os autores do estudo referem que noites de pouco sono podem provocar stresse e confusão mental. Horas a tentar dormir sem o conseguir dão origem a condições ideais para o aparecimento de pensamentos paranóicos. Mas nem tudo são más noticias para ajudar quem sofre de insônias. Por isso, se a insônia o ataca, não perca tempo, procure o seu médico para encontrarem a melhor solução.

ORÇAMENTO

Em Portugal, apenas 3% do orçamento para a saúde é direccionado para as doenças mentais, mesmo tendo em conta o seu aumento progressivo. Este baixo investimento contrasta com a restante realidade européia.
No caso dos países escandinavos, por exemplo, 10% das verbas do orçamento da saúde são canalizadas para as patologias mentais.

DIETAS ABREM AS PORTAS A VÍRUS

As gripes atacam todos os invernos e é quase impossível fugir ao nariz a pingar e á garganta a doer, mas além da vacina, que os médicos recomendam a todas as pessoas de risco, há ainda um outro factor que muitas vezes é esquecido: as dietas que se fazem durante o Inverno, de acordo com um estudo recente, podem afectar as capacidades do organismo para combater o vírus da gripe.
Investigadores dos EUA alertaram para esse facto depois de uma pesquisa realizada com ratos de laboratório. Durante a investigação, os cientistas submeteram as cobais a uma dieta pobre em calorias e depois foram infectadas com o vírus da gripe. O que verificaram é que esses ratos tiveram mais dificuldades em combater o vírus do que os animais que tinham recebido uma alimentação normal.
A dieta consistiu em fornecer a dose adequada de vitaminas e minerais, mas não as calorias apropriadas para o seu tamanho e peso. Esses ratos não conseguiram produzir a quantidade de glóbulos brancos do sistema imunológico necessários para combater a infecção.
Assim, antes de pensar em dietas para combater os quilinhos a mais que ganhou durante as festas, pense bem. afinal, o ideal é fazer uma alimentação equilibrada, fornecendo ao organismo os nutrientes necessários para se defender da gripe.

ESCADAS

Sabia que esquecer os elevadores e as escadas rolantes e optar por subir e descer escadas pode ajudar a diminuir a gordura corporal, reduzir o tamanho da cintura e baixar a pressão sanguínea?
Pois é verdade, e só essa pequena grande escolha pode representar uma redução de 15% de hipóteses de morrer prematuramente.

PÍLULA

A primeira pílula contraceptiva que acaba por completo com o período menstrual já está à venda nos EUA.
Em Portugal e no resto da Europa ainda não existe data marcada para a autorização da sua comercialização.
A nova pílula contém doses baixas de hormonas e é para ser tomada sem qualquer interrupção durante todo o ano.

FIBRAS

Ingerir fibras não é nada complicado e estas contribuem muito para a qualidade de vida. existem dois tipos de fibra: solúveis (encontra-se nas leguminosas), que ajuda a regular a digestão, os níveis de colesterol e o açúcar no sangue; e insolúvel (presente nos cereais), fundamental para o transito intestinal.

COMPRAS VIA NET

Se vai comprar um medicamento e quer saber se existem alternativas com preços mais baratos, já tem ao seu dispor uma ferramenta que lhe permite uma pesquisa rápida. É uma aplicação chamada pesquisa MG e está disponível no site do Infarmed em:

http://www.infarmed.pt

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

TECNICAS PARA ANUNCIAR MÁS NOTICIAS: OS SEIS PASSOS DE BUCKMAN

Preparar o local do anuncio

O sitio onde a má noticia vai ser transmitida deve ser privado e não deve haver interrupções (pessoas a entrar, telefone a tocar, etc). o medico não deve estar limitado por questões de tempo. Se quiser, o doente pode estar acompanhado por outras pessoas.

Perceber o que sabe o doente

Perguntar, por exemplo, se sabe porque fez determinados exames, ou o que conhece sobre os seus sintomas. Tentar descobrir se obteve alguma informação.

Descobrir o que o doente quer que lhe digam

A maioria dos doentes quer conhecer o seu diagnóstico, bem como o prognóstico, mas alguns preferem que isso não lhes seja revelado. Um bom indicador pode ser perceber se o paciente gosta de discutir os pormenores sore a sua saúde.

Dar a noticia

O diagnostico deve ser dado de uma forma progressiva. Dar primeiro o chamado tiro de aviso – “lamento informá-lo de que os resultados dos seus exames não são positivos”. Nem tudo deve ser dito na mesma consulta, mas sim consoante o ritmo desejado por cada doente.

Responder com empatia

O clinico deve aceitar a reação do doente à má noticia. Nesta fase, é importante ouvir o paciente sem intervir. Dar-lhe tempo de reagir, de se adaptar e de fazer perguntas. Mesmo quando um doente manifeste raiva contra o próprio médico, este deve mostrar apoio.

Propor um plano de acompanhamento

Falar de um plano de acção futuro ajuda o doente a manter alguma esperança. O médico deve marcar outra consulta para garantir que a mensagem passou e esclarecer duvidas.

Dormir de mais faz mal?

A maior parte dos adultos, principalmente os adolescentes, adoram o pensamento de desligar o alarme e dormir até tarde. Vamos tarde para a cama, acordamos cedo e passamos os nossos dias a beber café, a comer açúcar, a bebericar Coca-Cola e a fumar cigarros atrás uns dos outros, tudo isto num esforço para nos mantermos vivos de modo a trabalhar o dia todo, e depois recomeçar o ciclo todo outra vez algumas horas mais tarde.

Dizem-nos que toda esta privação de sono mais tarde acabará por ter o seu preço. Afecta-nos fisiologicamente, cansando-nos, causando "stress" e excesso de peso. E afecta os que estão à nossa volta, tornando-nos rezingões, letárgicos, irritáveis e aumentando as possibilidades de causarmos acidentes no trabalho e na auto-estrada.

Mas imaginem por segundos que o inverso era verdade. Imaginem que as oito horas de sono que os responsáveis pela saúde há muito recomendam podiam mesmo fazer-nos mal. E se dormir muito fosse pior do que dormir pouco?

Isso é exactamente o que os cientistas suspeitam agora. Esqueça-se das velhas ideias de quanto é demasiado sono ou poucas horas de sono. A pesquisa do mundo do sono virou-se para outro lado em 2002, quando se descobriu num estudo de mais de um milhão de americanos adultos - depois de se verificar a idade, a dieta alimentar, o tabaco e outras importantes variáveis - que dormir mais de sete horas por noite está associado a uma vida mais curta.

Estas descobertas foram chocantes. No período de investigação de seis anos, o risco de morrer aumentou enquanto as pessoas ficavam na cama mais de sete horas a dormir. As pessoas que tinham uma média de oito horas por noite tinham mais 12% de hipóteses de morte antecipada e as pessoas que tomavam comprimidos para dormir também tinham mais probabilidades de morrer mais novos.

Seis a sete horas de sono por noite pareciam ser a dose mágica que leva a uma vida mais dilatada. Um estudo único com descobertas tão inesperadas como estas pode muitas vezes não ser valorizado por um público incrédulo que o considera um acaso. Mas desde a sua publicação, vários outros estudos, incluindo um no Brigham e Women's Hospital, em Boston, chegaram à mesma conclusão.

Também se demonstrou claramente que a esperança de vida diminui quando o sono cai para menos de sete horas, embora não tão abruptamente como acontece com oito horas ou mais. Mas a parte mais interessante disto tudo é que ninguém sabe exactamente porque é que ter mais de sete horas de olhos fechados, a longo prazo, é tão mau para a nossa saúde.

Dormir de mais será como comer de mais. Podemos comer mais comida do que a que precisamos, beber mais líquidos do que os que precisamos, empanturrarmo-nos em doces e álcool e ao mesmo tempo apreciarmos cada segundo em que o fazemos. Mas mais tarde pagamos um preço por estes excessos, sob a forma de aumento de peso, doença e outros problemas de saúde. Possivelmente haverá um aspecto desconhecido do sono que funcione de forma semelhante e que se vire contra nós.

Então, mais uma vez, há a forte possibilidade de sono a mais não ser a causa da doença, mas o resultado dela. As pessoas que dormem mais podem simplesmente ter doenças não diagnosticadas que causam a fadiga - diabetes, apneia do sono, problemas de coração - e a morte prematura.

A maior parte dos especialistas do sono estão relutantes em retirar conclusões firmes para já porque a relação entre dormir muito e uma esperança de vida mais curta ainda é tecnicamente uma correlação. A causa e o efeito ainda têm de ser estabelecidos. Entretanto, talvez seja melhor levar a ligação a sério. Encare-a como a forma de o seu corpo lhe dizer para se deixar de preguiças, sair da cama e apreciar o dia.


'Anahad O'Connor, do 'The New York Times'