quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

VELHOS MAIS JOVENS

Em 2050 poderá haver no mundo 3,8 milhões de centenários. A predisposição para a longevidade depende da herança genética e de bons hábitos de vida.”

Há duas ou três décadas, um homem ou uma mulher com 50 anos pareciam, na grande maioria bastante mais velhos do que um homem ou uma mulher que hoje tenham os mesmo 50 anos. A longevidade tem vindo a aumentar, e com ela uma aparência que rouba anos ao espelho. Em 1950, havia no mundo cerca de 24 mil pessoas que chegavam aos cem anos. Hoje, estão contabilizadas quase 270 mil e em 2050 o numero de centenários poderá chegar aos 3,8 milhões, numa projecção das Nações Unidas. Tudo indica que nos países desenvolvidos não demorará a chegar o dia em que homens e mulheres centenários deixarão de ser a excepção com a vantagem de terem um aspecto e energia de pessoas com menos 30 anos.
A redução da taxa de mortalidade no inicio da vida e o aumento dos índices de sobrevivência às doenças típicas da velhice são duas das três variáveis envolvidas na expectativa de vida da população. As crianças têm a seu favor as vacinas os antibióticos e muito melhores condições sanitárias e alimentação. Já os mais velhos contam com métodos de diagnostico mais precisos, técnicas cirúrgicas mais apuradas e medicamentops mais eficazes. A estas realidades soma-se o envelhecimento propriamente dito, um fenômeno sobre o qual a ciência vem somando vitorias. Embora o caminho para desacelerar ao máximo a degenerescência celular seja longo, hoje sabemos que ele é possível’, disse à revista brasileira ‘Veja’ o biogerontologista americano Stuart Jay Olshansky,investigador da Universidade de Illinois. Há quem chegue aos cem ou mais anos por ‘sorte’, graças a um bom acesso a informação e a centros médicos de qualidade. Há ainda aqueles que padecem de males típicos do envelhecimento, mas bastante mais tarde do que a média da população não centenária. E há também aqueles que ‘fintam’ as doenças da idade e conservam as funções vitais em bom estado até quase ao último momento. Estes superam em muito a esperança média de vida e vivem até ao fim com mais saúde. No caso deste grupo, a longevidade parece ser, entre outros factores, uma questão de herança genética.
Não ilha japonesa de Okinawa é comum viver-se mais de cem anos. A media mundial é dez centenários em cada cem mil pessoas, mas em Okinawa essa proporção sobe para 50. estudos recentes indicam que os centenários de Okinawa e seus descendentes apresentam variações genéticas que os protegem contra determinadas marcas do envelhecimento, como a inflamação crônica e as doenças auto-imunes.
No entanto, a predisposição para a longevidade depende também de bons hábitos quotidianos. No caso, isso significa manter o corpo e a mente ocupados, viver perto da família e ter uma rotina social movimentada. E, obviamente, não fumar nem beber em demasia e ser frugal: comer carne vermelha só muito raramente. Sabe-se que uma redução calórica media de 30% na dieta diária normal resulta numa baixa na libertação de radicais livres, as moléculas tóxicas envolvidas no envelhecimento que agridem o material genético das células. Estudos recentes revelam que um estilo de vida ponderado e sem estresse contribui em 75% para uma maior longevidade.
A herança genética de cada um apenas contribui em 25% para adiar a hora da partida.


‘Albano Matos, Ana Fonseca e J. A. Souza’

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