quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

TESTE PIONEIRO PERMITE PREVER RISCO DE DEPRESSÃO

Pessoas com ameaça de depressão superior a 10,6% devem ser acompanhadas. Um em cada 5 portugueses sofrem de; depressão.

Já é possível fazer um teste online para avaliar o risco de depressão. Por enquanto, esta ferramenta desenvolvida por um grupo de investigação financiado pela União Européia só está disponível em inglês – na pagina do Departamento de Ciências e saúde Mental da Universidade de Londres (www.ucl.ac.uk/predict-depression/demograph.php) – mas ainda durante esse ano deverá poder ser utilizada em português.
Segundo o coordenador nacional do estudo, Miguel Xavier, explicou que ao longo de 2009 será discutido como este teste pode ser utilizado, ‘nomeadamente no âmbito do Plano Nacional de Saúde Mental’. Miguel Xavier explica que a ferramenta foi pensada para ajudar os médicos de família nos cuidados primários a prever a depressão nos seus doentes, ou seja, ‘como um instrumento de saúde pública’.
O coordenador nacional do PREDICT, assim se chama o estudo, considera que este é um modelo cientificamente fundamentado, um algoritmo, para fazer a previsão do risco de depressão’, diz – uma doença que muitas vezes não é detectada, apesar de ser apontada no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública. Aliás, o plano indica que um em cada cinco portugueses sofre de depressão.
A parte da previsão está ainda menos desenvolvida, indica o professor de psiquiatria da Faculdade de Ciências Medicas da Universidade Nova de Lisboa. É também ‘muito complexa, uma vez que a relação de causalidade entre os vários factores e a doença não é obvia’.
Este teste segue uma idéia que foi aplicada na cardiologia, o famoso teste de Framingham. Isto, porque tal como nas doenças cardiovasculares, a depressão resulta de vários factores.
Assim, o estudo serviu para identificar, em pessoas saudáveis, quais as perguntas (e correspondentes factores) que revelam maior capacidade de prever a ocorrência de episódios depressivos nos 12 meses seguintes. O teste foi desenvolvido com base nas respostas dos 5216 participantes que não estavam deprimidos na altura da primeira entrevista, mas revelaram sintomas mais tarde. No total, nos seis países que participaram (Reino Unido, Estônia, Holanda, Eslovênia, Espanha e Portugal) foram entrevistadas mais de 10 mil pessoas.
Miguel Xavier salienta que o teste revelou ter uma fiabilidade estatística superior a 80%, ou seja, superior até ao teste para as doenças cardiovasculares. ‘As pessoas que apresentem índices de probabilidade elevados – superior a 10,6% - devem ser sinalizadas, ou mesmo referenciadas para serviços de psiquiatria’.
Para o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários, Luis Pisco, ‘os médicos de família estão sempre interessados em colaborar com outras especialidades e todos os mecanismos que ajudem no diagnóstico ‘são bem-vindos’.


‘Patricia Jesus’

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