terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Pedido do Director do Serviço de Ginecologia do IPO - Coimbra:

Mensagem do Dr. Daniel Pereira da Silva, director do serviço de Ginecologia
do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra.

Caros Amigos e Amigas,

Preciso da vossa ajuda: Assinem a petição www.cervicalcancerpetition.eu para
que o cancro do colo do útero venha a ser discutido no parlamento europeu,
de modo a que os rastreios sejam uma realidade em todos os países,
nomeadamente em Portugal, onde só existe na região centro.

Obrigado.

Para pressionar Bruxelas...

www.cervicalcancerpetition.eu

sábado, 17 de janeiro de 2009

ELIXIR DO AMOR PODE PASSAR DE MITO A REALIDADE


“Neurocientistas estudaram os mecanismos genéticos e bioquímicos do amor e da atracção sexual e estão mais perto de um elixir. A chave da equação do amor é a hormona oxitocina combinada com a dopomina. Mas também há genes que dificultam a vida amorosa em casal”

Neurocientistas norte-americanos que estudam a bioquímica dos processos amorosos publicam na edição desta semana da revista ‘Nature’ um estudo que pode abrir caminho ao desenvolvimento de fármacos para aumentar ou diminuir atracção sexual.
Não se trata de uma investigação poética, nem particularmente romântica, como advertem os editores da revista, já que se trata de dissecar emoções em cadeias de processos bioquímicos.
“A analise dos mecanismos cerebrais ajudou no passado a desenvolver terapias farmacológicas contra a ansiedade, as fobias ou as desordens pós-traumaticas. Agora ajudam a esclarecer o que é o amor”, diz Larry Young, principal autor do estudo.
Os investigadores envolvidos no estudo em apreço comprovaram que a ligação entre uma ovelha e o seu cordeiro ou entre um macaco e a sua cria é a mesma que existe nos seres humanos e resulta basicamente de uma descarga de oxitocina (uma hormona), refere este neurocientista do Centro de Investigações sobre Primatas de Yerkes, em Atlanta (Geórgia), nos Estados Unidos.
Esta hormona favorece os comportamentos maternais, já que ao ser injectada numa ovelha leva-a a ligar-se imediatamente a uma cria, mesmo que não seja sua, e o mesmo se passa com os ratos fêmeas, que se ligam rapidamente ao macho mais próximo quando recebem a dose adequada.
A hormona oxitocina precisa, no entanto, de outro neurotransmissor, a dopamina, da qual resulta a recompensa e a motivação de determinado comportamento. Esta hormona pode ser potenciada com o consumo de substancias como a cocaína, a heroína ou a nicotina, favorecendo, por outro lado, a euforia e a habituação a um produto.
Os cientistas observaram que algumas regiões do cérebro relacionadas com a dopamina se activam quando uma mãe vê fotos de um filho ou alguém vê a imagem do namorado.
Na perspectiva de Larry Young, “talvez este vinculo com o parceiro tenha origem numa ligação maternal subjacente no cérebro e seja por isso que os peitos sejam um estimulo erótico para os varões, do mesmo modo que estimular a nuca ou os mamilos durante o acto sexual faz disparar a oxitocina e consolida o laço emocional na parte feminina.
Para os homens há outros caminhos neuroquímicos, sendo que a hormona vasopressina potencia nos ratos a união ao par, a agressão aos rivais e os instintos paternais.
Os cientistas comprovaram também que uma mutação do gene AVPRI1A, receptor desta hormona, faz variar a qualidade das relações amorosas.
Segundo as conclusões do estudo, os homens portadores de uma variante daquele gene têm o dobro das probabilidades de ficar solteiros e, quando se casam, de terem rapidamente uma crise conjugal. Uma prova no sentido de que nem tudo é foro psicológico ou relacionado com a experiência afectiva e as marcas da infância.
Por ajudar a compreender os mecanismos bioquímicos e genéticos do amor, este trabalho agora divulgado abre a possibilidade de se desenvolverem medicamentos capazes de provocar sentimentos de amor ou desamor, tornando menos fictício o conceito de um”elixir do amor”, pronto a desatar paixões em corações empedernidos.

‘Agencia Lusa’

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Recaida em leucemia infantil pode ser evitada

“Cientistas norte-americanos descobriram alteração genética que pode provocar reincidência na forma mais comum de leucemia infantil. Em Portugal, são afectadas 150 crianças por ano.”

Cientistas norte-americanos descobriram a mutação genética que pode levar à recaída das crianças vitimas da forma mais comum de leucemia, acendendo uma nova luz para o seu tratamento. Os investigadores chegaram à conclusão de que passa a ser possível determinar o tipo de tratamento mediante o risco de recaída nos doentes com leucemia linfoblástica aguda. Esta forma de leucemia afecta especialmente as crianças e atinge cerca de 150 por ano, em Portugal.
“Com esta descoberta pode chegar-se à conclusão de que é preciso, à partida, uma terapia mais agressiva”, explica Manuel Teixeira, director do serviço de Genética do IPO do Porto. Os especialistas reconhecem que este é o grande passo da descoberta coordenada pelo Instituto Nacional do Cancro dos EUA.
Este tipo de cancro do sangue tem uma elevada taxa de sobrevivência em Portugal (cerca de 90%), ainda assim 70% dos que sofrem uma recaída não sobrevivem mais do que cinco anos. Daí que a descoberta da possível causa para a reincidência abra as portas à criação de medicamentos que combatem a mudança do gene IKAROS. Por isso, Nuno Miranda, hematologista do IPO de Lisboa, considera que “este é seguramente um passo para tornar algumas doenças eventualmente crônicas, abrindo as portas a uma nova família de medicamentos que leve a isso”.
A mudança genética é detectável no momento do diagnóstico e permite dividir os doentes em dois grupos, dentro da categoria em dois grupos, dentro da categoria de alto risco. Alguns terão de ser submetidos a terapias mais agressivas, enquanto outros podem ser poupados a níveis de toxicidade que podem ser prejudiciais a longo prazo.
O estudo analisou em simultâneo células de 221 crianças com leucemia linfoblástica aguda em fase de diagnostico e o risco de variação do gene em 258 crianças curadas. “O resultado deste trabalho contribui para distinguir aqueles que serão incuráveis e para identificar os pacientes que devem ser submetidos a tratamentos diferentes,” referiu o coordenador do estudo Stephen Fome”.
Nuno Miranda concorda com esta perspectiva ao defender que “é apenas mais uma ferramenta para caracterizar os tratamentos de prognóstico”. Já para Jorge Espírito Santo, presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, “o caminho para a cura passa pela descoberta de uma característica única do tumor e pelo seu tratamento”.

Os números da doença infantil

Todos os anos são afectados por leucemia lonfoblástica aguda entre 100 e 150 crianças, até aos 18 anos em Portugal.

A taxa de sucesso do tipo de leucemia mais comum entre as crianças e jovens é de 90% em Portugal.

A taxa de sobrevivência a nível mundial após uma recaída é de apenas 30% nos primeiros cinco anos após a doença.

A taxa de reincidência em casos de leucemia linfoblástica aguda em crianças, a nível mundial, é de 20%.

Avanços para a cura

Diagnostico

Conseguir determinar os níveis de doença mínima residual, que pode ser por exemplo, de 0,01%, à medida que o tratamento avança é descoberto em 2004 e é um dos avanços mais importantes dos últimos anos. A partir desse momento, passou a ser possível diagnosticar precocemente as reincidências em alguns tipos de leucemia graves.

Novos medicamentos

Recentemente foram descobertas novas drogas que deram origem a uma nova família de medicamentos, o que modificou a forma de tratar estas doenças. Perante uma alteração genética em que dois genes, que deviam estar separados, se juntam é lhe aplicado um conjunto de novos remédios evitando uma alteração que podia ser fatal.

Transplantes

O desenvolvimento da transplantação com dadores não familiares teve um impacto significativo no tratamento. Para tal contribuíram de forma decisiva a criação de bancos mundiais de dadores. A juntar-se a esta inovação estão os avanços que permitiram reduzir a probabilidade de rejeição por parte do doente após o transplante.

‘Ana Bela Ferreira’

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

CELULAS INOVADORAS

Um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia, nos EUA conseguiu produzir pela primeira vez em laboratório células estaminais embrionárias (pluripotentes) de rato, que podem dar origem a vários tipos de tecidos do organismo, revelou a revista cientifica Cell.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

ESPIRROS DE EXCITAÇÃO

Uma pesquisa realizada por cientistas britânicos revelou que o espirro (de nervosismo) pode ser sinal de excitação sexual. A explicação para o fenômeno pode estar numa falha na forma como o sistema nervoso autônomo funciona. É ele que comanda instintos básicos como os batimentos cardíacos e o impulso sexual. A idéia para o estudo surgiu quando a medica Mahmood Bhutta atendeu um paciente que espirrava sempre que pensava em sexo. Ao tomar conhecimento do estudo, o jornal inglês ‘The Independent’ perguntou-se em que pensaria a Chanceler alemã Ângela Merkel quando, em 2007, espirrou num encontro com Vladimir Putin e Mikhail Gorbachev.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A PREVENÇÃO DA MORTE CELULAR

Pesquisadores espanhois acreditam que aumentando o nível
de uma enzima natural no organismo, a proteina telomerase, é possível prevenir a morte celular e conseguir uma vida amis longa e saudável, uma vez protegidos os cromossomas. Por regra, enquanto envelhecemos, as pontas dos cromossomos tornam-se cada vez mais curtas e frágeis, conduzindo à morte das células.
Depois da experiência realizada com ratos, os cientistas acreditam que aumentando os níveis naturais de telomerase é possível rejuvenescê-los.

IDENTIFICADAS CÉLULAS QUE RESISTEM À SIDA

Descobertas por cientistas que estudam minoria de infectados que nunca desenvolve a doença, as células que resistem á sida

Cientistas norte-americanos resolveram parte do enigma sobre a forma como o sistema imunitário de algumas pessoas combate naturalmente o vírus da Sida. A identificação das características das células CD8+, que destroem as infectadas com o VIH, abre a porta a novas estratégias para o controle da doença – através de vacinas ou medicamentos.
Desde os anos 80 que se sabe que uma minoria de pessoas que contrai o VIH (vírus da imunodeficiência humana) – cerca de 0,2% - nunca chega a desenvolver a doença. Agora, cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA garantem que isto acontece devido à actividade das células CD8+ deixam de ser suficientemente fortes para combater o vírus, mas nessa minoria continuam sempre a destruir as células infectadas, mantendo o VIH em quantidades mínimas.
De acordo com o estudo publicado na revista Immunology, a equipa liderada por Stephen Migueles conseguiu também por os CD8+ de doentes normais a funcionar da mesma forma que os dessa população, através de substancias capazes de activar linsócitos, em experiências de laboratório. O próximo passo é perceber como estes CD8+ conseguem manter-se fortes e porque.

BRITANICAS SÃO MENTIROSAS A 98%

Um inquérito da revista That’s Life, feito a 5.000 mulheres do Reino Unido, revelou que 98% delas admitem ser mentirosas e mais de 33% dizem faltar à verdade todos os dias. Cerca de metade adianta ainda mentir quando faz sexo e 25% revelam que enganam os parceiros sobre contraceptivos quando sabem que eles não querem ter filhos. As londrinas são as mais mentirosas: 99%.

'João Vaz'

TRAVAR O VIH

O anuncio de novos medicamentos é quase o único tema que na área da saúde da infecção VIH ainda desperta interesse jornalístico. É de facto notável o progresso registado nos últimos 13 anos, quer no número de novos fármacos – passaram de três para 22 quer no das classes medicamentosas – cresceram de uma para cinco – disponíveis nos países desenvolvidos.

Este aumento de alternativas terapêuticas permite às pessoas com VIH a quem seja garantido o acesso atempado à medicação uma significativa melhoria da qualidade de vida e um aumento da esperança de vida e representa, em termos de saúde pública, a melhor forma de controlar a infecção.

Sem entrar em considerações de amior sobre a prevalência da epidemia e pondo ainda de parte as discordâncias sobre a notificação, o diagnostico e a incidência (temas que só, por si, garantiam dois outros artigos), é chocante que estes processos, entre nós, não tenham, aparentemente, grandes reflexos na mobilidade e na mortalidade.

Um artigo recente da Lancet veio lançar a polemica; e contribuir para o debate ao demonstrar, através de um modelo matemático, que; se todas as pessoas com mais de 15 anos e em todo o mundo fizessem anualmente um teste de VIH/sida e se, em seguida se facultasse tratamento imediato a todas as que revelassem resultados positivos seria possível reduzir em 95%, e em apenas dez anos, os novos casos de infecção. A controvérsia ou a confirmação de que o controlo da infecção exige diagnostico e acesso ao tratamento precoce?

Se entre nós aumentou significativamente – diz-se – o numero de testes efectuados, de diagnósticos precoces e de pessoas em tratamento, porque não se vêem então resultados? Dá que pensar... Terá o diagnostico precoce aumentado suficientemente para que a terapêutica seja iniciada em tempo útil? Como estimulá-lo, no respeito dos direitos e liberdades individuais? Estamos a iniciar o tratamento de acordo com as boas práticas?

As orientações nacionais, em revisão, ainda apontam como referencial para inicio da terapêutica o valor de 300/350 CD4 quando, internacionalmente, se apontam os 500. estamos a tratar todas as pessoas que devem estar em tratamento? Os dados existentes, mesmo que incompletos (tema para outro artigo), apontam para 11.600 e 12.900 pessoas em tratamento, nos anos de 2006 e 2007, respectivamente. Mas o que significam tais algarismos em relação ao numero (desconhecido) das pessoas que deveriam estar em tratamento?

Para os que estão em tratamento há mais anos,a s alternativas actuais podem nada significar, pois as terapêuticas que foram consideradas mais correctas vieram a mostrar perversos efeitos de resistência, por vezes a todos os medicamentos de uma classe.

Nestes casos será importante reflectir sobre os vários pontos. Por exemplo; a falta de clareza nos regimes de acesso “alargado” a medicamentos experimentais e de roll over de ensaios clínicos; o desconhecimento, resistência e oposição de médicos, directores de serviços e administrações hospitalares aos medicamentos experimentais; os obstáculos à autorização de comercialização de novos fármacos em Portugal; a duplicação da avaliação/eficácia e os prazos de negociação dos preços.


‘Pedro Silvério Marques’

Psicologia: Alguma vez enganou o seu marido

“Alguma vez enganou o seu marido? Ao longo de 15 anos, de 1991 a 2006, esta pergunta foi colocada a milhares de norte-americanos de ambos os sexos. Conclusão: a infidelidade conjugal está a aumentar. Resta perceber porque.”

O estereótipo reza mais ou menos assim: os homens que têm muitas amantes são viris e sedutores, mas as mulheres que têm muitos amantes são promíscuas e fáceis. Em primeira análise, não admira nada,portanto, que elas tenham sempre declarado a sua virtude, a sua fidelidade no casamento, enquanto eles passavam o tempo a gabar-se do seu sucesso com as mulheres e das suas escapadelas amorosas. Mas a situação está a mudar e há muitas mais mulheres a declarar hoje a sua infidelidade do que há 15 anos.
Para David Arkins, da Universidade de Washington – que apresentou recentemente em Orlando, no congresso anual da Associação de Terapias Comportamentais e Cognitivas, um mega estudo sobre o tema da infidelidade -, o resultado que diz respeito às mulheres com mais de 60 anos é o mais surpreendente de todos os que ele e a sua equipa obtiveram. E é o seguinte: ao passo que, em 1991, apenas cinco por cento das mulheres desta idade admitiam ter tido algum relacionamento extramarital ao longo da vida, em 2006, eram 15 por cento. O triplo. Os homens da mesma faixa etária também não se ficaram atrás: a proporção daqueles que alguma vez enganaram a cônjuge passou de 20 para 28 por cento no mesmo período. Mas mesmo assim as mulheres estão claramente à frente nesta mudança.
As conclusões dos investigadores baseiam-se nos dados recolhidos pelo General Social Survey, um inquérito que tem sido feito pela Universidade de Chicago, ao longo de décadas, a nível nacional. Lançado em 1972, serve para monitorizar as tendências de opinião e de comportamento da população. E, a partir de 1991 começou a incluir no questionário a pergunta “Estando casado/a, teve alguma vez sexo com uma pessoa que não era o seu cônjuge?”
Ao longo de 15 anos, de 1991 a 2006, 19.065 pessoas responderam ao inquérito. No total, 13,9 por cento confessaram ter tido uma relação extraconjugal a dada altura da sua vida marital, enquanto 64,05 por cento negaram ter alguma vez enganado o cônjuge, os restantes 22,05 por cento recusaram-se a responder.
Vistos globalmente, estes resultados indicam que a fidelidade continua a ser a opção preferida dos norte-americanos casados. Aliás, como faz notar Tom Smith, director do General Social Survey, citado online pelo Chicago Sun-Times, a proporção de pessoas que acha que enganar o marido ou a mulher é errado cresceu: 80 por cento são actualmente dessa opinião, contra 70 por cento nos anos 1970. Para mais, a infidelidade masculina global não parece ter evoluído muito: de 21 por cento em 1991, passou para 23 por cento em 2006. A feminina, excluindo o ano de 2006, também não.
Mas foi quando os cientistas olharam separadamente para os resultados por sexo e por faixa etária (e que incluíram o ano de 2006 para as mulheres) que surgiram as diferenças mais gritantes entre hoje e ontem, com os homens e as mulheres mais velhos a posicionarem-se claramente como os mais infiéis. São seguidos pelos casais mais novos (pessoas até aos 35 anos de idade), cujas taxas de infidelidade confessada passaram de 15 (nos homens) e 12 por cento (nas mulheres) em 1991 para 20 e 15 por cento em 2006 respectivamente, “Se perguntarmos apenas se a infidelidade está a crescer”, diz Atkins, citado pelo New York Times, “não vemos mudanças muito impressionantes. Mas se fizermos zoom na imagem e começarmos a olhar para os grupos por gênero e idade, começamos a vislumbrar mudanças muito significativas”.

Mudança comportamental

Mas será que as mulheres sempre foram tão infiéis como hoje, mas que agora, como são menos estigmatizadas por isso, revelam mais facilmente o seu gosto pelos amores extraconjugais? Atkins e os seus colegas acham que não; acreditam pelo contrario que a tendência observada reflecte uma real mudança de comportamento das mulheres e não apenas uma saída de um qualquer armário moral.
Por que é que isto aconteceu então? Em relação aos homens mais velhos, os cientistas privilegiam uma explicação, que se resume no fundo a uma palavra: Viagra. “Pensamos que em parte, para os grupos mais velhos, a tendência tem a ver com o Viagra e os seus primos”, diz ainda Atkins, fazendo notar que os dados mostram que a tendência para o aumento da infidelidade nos homens acima dos 60 anos se agudizou depois de 1998, justamente quando a célebre pílula azul foi comercializada. De facto, os homens mais velhos podem hoje em dia continuar a ter uma vida sexual activa porque a disfunção eréctil associada à idade deixou de ser um problema. E nalguns casos, procurarão parceiras fora do casamento. Para os homens mais novos, os cientistas têm outra palavra-chave: pornografia. Com a internet, o acesso aos conteúdos pornográficos ficou imensamente mais fácil, o que por sua vez terá influenciado a apetência dos homens pelo sexo e uma mior aceitação de comportamentos mais permissivos, conforme explicou Atkins na sua palestra em Orlando.
E em relação às mulheres? Aí as coisas são menos claras e não há ainda certezas. Claro que elas também têm tido acesso a tratamentos novos, nomeadamente à base de hormonas como a testosterona e os estrogênios, que não só estimulam o apetite sexual como mantêm a saúde vaginal, permitindo uma vida sexual activa e de qualidade para lá da menopausa. E claro, também, que a sua vida se tornou, em muitos casos, mais parecida com a dos homens – trabalham no escritório até tarde, fazem viagens de negócios, salienta ainda Tom Smith, citado pelo diário de Chicago. Elas têm portanto mais oportunidades do que nunca para estabelecer relações fora do casamento. Um outro factor poderá ser a multiplicação das relações amorosas virtuais, mais uma vez através da Internet, mas também dos telemóveis. Um psiquiatra entrevistado pelo diário nova-iorquino afirma, a este propósito, ter notado que há cada vez mais mulheres a falarem de casos centrados no contacto “eletrônico”.

‘Ana Gerschenfeld’