segunda-feira, 6 de outubro de 2008

EUTANÁSIA – Sono eterno ou doença persistente?

“Quase metade dos médicos de Oncologia defendem a eutanásia”

“As escrituras dizem que mais vale a morte do que a vida sem proveito”


O sociólogo Moisés Espírito Santo defende que o suicídio medicamente assistido não deveria sequer ser considerado “fracturante”. O Estado não se deve intrometer porque a eutanásia não traz prejuízo a ninguém. O especialista não compreende como o assunto pode ter a oposição da Igreja já que não há uma demonstração bíblica que condene a eutanásia. Pelo contrario. Há um versículo do “Eclesiástico” que diz: “É melhor a morte do eu uma vida sem proveito. Mais vale o sono eterno do que uma doença persistente”.
Argumentação diferente tem João César das Neves. “Temas como a eutanásia são meros pretextos para os partidos de esquerda se afirmarem. Há outros problemas reais a preocupar os portugueses”. O economista da Universidade Católica não acredita que no futuro haja qualquer referencia sobre a eutanásia. “A classe política está ‘queimada’ com as consultas populares”. César das Neves crê que o assunto irá ser, mais tarde ou mais cedo, “imposto de cima para baixo”.
Para o Presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, não faz sentido discutir o papel da família no apoio aos idosos e sem melhorar a rede de cuidados continuados. “Não se deve passar do oito para o 80”.
O novo Código Deontológico dos médicos proíbe a ajuda da eutanásia. Mas a questão divide a classe medica: um estudo revela que 40% dos médicos oncológicos defende o suicídio assistido. “A eutanásia não deve ser legalizada, mas é admissível em situações excepcionais”, diz o autor do trabalho, Ferraz Gonçalves, chefe de serviço dos cuidados paliativos do Instituto Português de Oncologia do Porto.

‘Hugo Franco’

1 comentário:

João Massapina - Blog's disse...

Defensor desde sempre desta pratica, entendo que é chegada a hora da sociedade analisar com rigor as formas de integrar em termos legais esta questão, que é acima de tudo pessoal, e clinica, e que diz respeito acima de tudo a cada um dos intervenientes.
Não podemos deixar que outros tomem as decisões por nós. Cada um deve saber em consciencia o que decidir, em cada momento, e muito em especial num momento tão delicdo, e o último como habitante humano do planeta...