quinta-feira, 2 de outubro de 2008

NANOTERAPIA EM MARCHA

E se um dia for possível curar doenças neurológicas por dentro do cérebro? Ir à raiz dos problemas, já se sabe, é o melhor caminho para os resolver. Mas, no caso de um órgão tão complexo, como fazer empreitada tão ambiciosa?
A resposta está num novo tipo de implantes cerebrais desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade do Texas. O principal não é o novo, mas ainda se encontra em fase de testes em vários centros de investigação hospitalares dos EUA.
A equipa texana, liderada por Edward Keefe, conseguiu aumentar a resistência dos implantes e o seu funcionamento. O objetivo é desenvolver eléctrodos que servem de estimulantes dos neurônios /as células do cérebro) danificados por doenças como a depressão ou o Parkinson.
Para o conseguir, mais não foi preciso do que encolher um pouco os eléctrodos usados nos implantes. Essa redução é feita traves de nanotubos (ligações minúsculas cujas componentes só são visíveis ao microscópio de carbono, que podem limitar a área de acção dos eléctrodos. Com as técnicas convencionais – que ainda não foram testadas em seres humanos – as áreas cerebrais que os electrodos alcançam são maiores. Por isso, podem estimular neurônios saudáveis, ao contrário do que se pretende com a terapia.
O novo sistema de Keefe também pretende durar mais tempo. Como funcionam a energia electrica, os eletrodos têm prazo de validade. Em laboratório, testados. Em ratinhos, não ultrapassaram os 60 dias em funcionamento. Num paciente humano, seria muito incómodo e dispendioso voltar ao consultório médico para fazer fazer novos implantes.
Para já, a palavra cura não consta do dicionário de Keefe e de todos os outros colegas de oficio americanos com esta técnica. Alem disso, ela não implica, ainda, mais do que uma travagem da progressão das doenças a que se destina.
Mas os eléctodos em nanutubos ainda podem vir a dar que falar, se conjugados com outras terapias.


‘Ricardo Nabais’

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