sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O CERTO E O ERRADO…

Tem razão o jurista que defendeu a criação de uma lista com as actividades profissionais para as quais se pode pedir aos trabalhadores que efectuem testes ao VIH/Sida?

Tem. E não apenas para acautelar a saúde de quem está infectado. A avaliação dos riscos que os infectados com sida podem trazer para os seus locais de trabalho tem revelado critérios muito variáveis: em Portugal, um cozinheiro foi despedido por ser portador do VIH mas um cirurgião também infectado foi mantido em funções. E há outras questões: em 2006, o Sindicato dos Enfermeiros denunciou que a notificação obrigatória em caso de sida não era feita em metade dos casos e alertou para o facto de alguns médicos optarem por não informar os enfermeiros sobre os pacientes portadores de VIH. Dada a natureza das suas funções, os enfermeiros alegavam que a ausência dessa informação os expunha a riscos desnecessários. Na verdade há poucos assuntos mais irritantes do que aqueles em que se misturam a mania do progressismo e o medo. O caso da sida é um deles. Clarificar que testes se podem pedir e a quem pode ser dada essa informação evitará muitas zonas cinzentas, terreno fértil para arbitrariedades.

‘Helena Matos’

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