quarta-feira, 17 de setembro de 2008

ARS do Algarve desdramatiza falta de enfermeiros


Administração Regional de Saúde diz que enfermeiros têm aumentado, desde 2005. Sindicato acusa ARS de ser “economicista”.

“Podemos afirmar, que durante o período de vigência deste Conselho Directivo verificou-se um crescimento sustentado do número de profissionais de enfermagem em exercício nos Centros de Saúde”.

A afirmação, em comunicado da Administração Regional de Saúde do Algarve, surge na sequência de críticas do Sindicato de Enfermeiros Portugueses (SEP) que acusava a instituição de descriminar os enfermeiros algarvios.

“A ARSA, após o levantamento das necessidades em cuidados de enfermagem, assume em reunião com o SEP que faltam 129 enfermeiros nos Centros de Saúde do Algarve. Apesar disso, e não tendo facilidade/condições para admitir mais enfermeiros mantém a decisão de cessar os 71 Regimes de Horário Acrescido (RHA) até ao final de Dezembro”, criticavam os profissionais.

Antevendo uma possível situação de “caos” nos Centros de Saúde, devido ao fim dos contratos de 55 enfermeiros, o SEP manifestou já a intenção de reclamar pela via contenciosa e os enfermeiros “poderão vir a mostrar-se indisponíveis para cumprir as mais de 5.000 horas extraordinárias que determinam, inclusivamente, a impossibilidade de gozo de folgas e feriados”.

Em contraponto, a Administração Regional de Saúde esclarece que no final do mês de Agosto de 2008, estavam em funções nos Centros de Saúde do Algarve 386 enfermeiros, dos quais 83 contratados ao abrigo do regime de contratação excepcional para satisfação de necessidades urgentes de pessoal.

Diz ainda a ARS que a lei “prevê a possibilidade de, nos casos em que o funcionamento dos serviços o exija, a possibilidade de ser praticado pelos profissionais de enfermagem o regime de trabalho de horário acrescido, a que corresponde a duração semanal de 42 horas”.

Assim, “atendendo às necessidades não supridas pelos 386 enfermeiros em actividade estão atribuídos 11 regimes de horário acrescido e foi desenvolvido um processo para a atribuição de 56 regimes de horário acrescido por postos de trabalho, o que totaliza 67 regimes de horário acrescido a vigorar até final do ano de 2008”, afirma a ARS, situação que – garante - irá contribuir para suprir as necessidades de trabalho.

Por fim, a ARS sustenta que desde o início da vigência deste Conselho Directivo se verificou “um crescimento sustentado do número de profissionais (...) com mais 47 enfermeiros e manutenção de 67 regimes de horário acrescido, de acordo com as disponibilidades orçamentais do país”.


Mário Lino

1 comentário:

João Massapina - Blog's disse...

Mas será mesmo assim que acontece a realidade?
Eu tenho até uma opinião diversa:
Acho que sim senhor existe carencia de Enfermeiros, mas existe também uma notoria má distribuição dos mesmos, para além de que alguns estão a comer apoios, em locais e actividades muitas vezes "virtuais" que deveriam ser aplicados noutras áreas.