segunda-feira, 15 de setembro de 2008

ABORTO, DOGMAS E RELIGIÕES

Na ordem do dia, para interpretação e estudo por parte de juristas, religiosos, psicólogos, médicos, um dos temas mais discutidos e controvertidos da atualidade mundial: o aborto.
Começa pela posição, histórica e coerente, da Igreja Católica condenando a sua instrumentalização.
A partir deste comportamento, surgem os debates em relação à matéria.
Os que advogam o direito de a mulher usar o seu corpo como bem entender, argumentam que a Itália, bem próxima do Papa, já legalizou, há algum tempo, o aborto.
Assim, no apimentado da discussão, entra o leque de religiões, cada uma vendo o assunto de acordo com os seus dogmas e discurso filosófico.
Vejamos:
A religião católica é historicamente contra a prática abortiva.
É, pois, dogma para os seus seguidores.
Para todas as religiões, urge rememorar, o problema consiste na melhor interpretação do conceito de aborto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Aquela entidade conceitua o aborto como sendo a morte fetal antes da expulsão do produto completo da gestação.
Para a religião:
Testemunhas de Jeová, o seu fundamento doutrinário e filosófico é: “o feto já seria um ser humano com alma desde a concepção”.
Já os xintoístas, membros de uma seita religiosa com incalculáveis seguidores no Japão, acreditam que a “vida começa quando a criança enxerga a luz do dia”.
O Judaísmo permite o aborto terapêutico para salvar a vida da mãe.
O islamismo, pragmático, advoga a instrumentalização da interrupção da gravidez desde que aconteça no primeiro mês de gestação.
Em apertada síntese, leitor e leitora, na questão do aborto, as religiões falam línguas diferentes.
E o mundo, obviamente, é uma babel de desencontros, ante tão complexo dilema: uma saída para o aborto.

‘Paulo Gadelha’

Sem comentários: