terça-feira, 16 de setembro de 2008

Médicos internos são assediados por empresas privadas de prestação de serviços ainda durante a formação


Os médicos começam a ser assediados logo no último ano da sua formação específica (internato) por empresas privadas de médicos que lhes oferecem chorudos pagamentos para realizarem horas em hospitais carenciados de clínicos, denunciou o presidente do Conselho Nacional do Médico Interno.

De acordo com Rui Guimarães, os internos de especialidades como anestesiologia, ginecologia/obstetrícia, pediatria e otorrinolaringologia são os que mais frequentemente são convidados para, quando terminarem a sua formação, prestarem esses serviços.

O pagamento, à hora, que estas empresas oferecem aos médicos, é muito mais elevado do que o que os hospitais públicos pagam, apesar de o serviço ir ser prestado em hospitais do SNS.

Conforme noticiou a Lusa, há médicos que ganham 2500 euros numa urgência de 24 horas num hospital público, quando contratados por empresas privadas.

Para Rui Guimarães, este é "um trabalho de mercenário" que nada tem a ver com as ambições de quem estuda e se especializa num hospital público.

"É medicina à peça", criticou o presidente do Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI) da Ordem dos Médicos.

De acordo com Rui Guimarães, estas empresas negoceiam com os internos que frequentam o último ano da especialidade, oferecendo valores elevados por hora de serviço e, no caso de se tratar de hospitais fora do local onde os clínicos vivem, chegam a oferecer estadias em hotéis.

A inclusão de alojamento pode ser "trocada" por mais euros por hora, especificou Rui Guimarães, referindo-se à negociação que estas empresas encetam com os médicos futuros especialistas.

In:Publico

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