segunda-feira, 15 de setembro de 2008

CEREBRO DOS ‘GAYS’ SEMELHANTE AO DOS HETEROS


O cérebro dos homens ‘gays’ é fisicamente semelhante ao das mulheres heterossexuais. E o mesmo se passa com o das lésbicas e o dos homens heterossexuais. Esta é uma das conclusões de um estudo conduzido por pesquisadores suecos.
Através de exames de ressonância magnética, os cientistas da Universidade Karolinska, Suécia, compararam as dimensões dos dois hemisférios do cérebro em 90 pessoas, sendo 25 heterossexuais e 20 ‘gays’ de cada um dos sexos.
Ao analisar os resultados, os especialistas observaram que homens homossexuais e mulheres heterossexuais têm os hemisférios cerebrais simétricos, enquanto os dois lados do cérebro de lésbicas e homens heterossexuais são assimétricos, com o hemisfério direito consideravelmente maior do que o esquerdo.
Os pesquisadores ainda investigaram possíveis diferenças na amígdala, uma parte do cérebro ligada as emoções.
O mesmo grupo de investigadores verificou mais “conexões nervosas” no lado direito da amígdala de homens heterossexuais e lésbicas, enquanto mulheres e homens ‘gays’ têm mais impulsos eléctricos no lado esquerdo.
O estudo, divulgado na publicação cientifica ‘Proceeding of The National Academy of Sciences’ sugere que factores biológicos que influenciam na orientação sexual, como a exposição à testosterona no útero, também podem moldar a anatomia cerebral.
O trblho, coordenado pelo pesquisador Ivanka Savic, teve como base uma pesquisa anterior que detectou diferenças nas habilidades espaciais e verbais relacionadas ao sexo e à orientação sexual.
Um estudo sueco divulgado em 2005, feito na mesma cidade sueca, demonstrou que a resposta neurológica de ‘gays’ e mulheres ao suor masculino è a mesma, o que sugeriu ação de feromonas, substancias que atraem parceiros sexuais pelo olfato e que são empregadas por várias espécies animais.
A experiência mostrou que homens ‘gays’ e mulheres heterossexuais tiveram bom desempenho em testes de linguagem, ao passo que homens heterossexuais e lésbicas se saíram bem em exames que avaliaram noções de espaço e direção.
Na avaliação do pesquisador Qazi Raham, da Universidade de Queen Mary, em Londres, e autor de estudos na área, não há mais duvidas de que as diferenças cerebrais sejam delineadas nos primeiros estágios do desenvolvimento fetal. “Não há mais argumentos, se você é ‘gay’ é porque você nasceu ‘gay’, disse o pesquisador.
Para o professor Francisco Mora, da Universidade Complutense, em Madrid, especialista em fisiologia humana, estas diferenças podem explicar-se através das influencias sociais, psicológicas e culturais.
“A amigdala é a porta de entrada no sistema límbico. A este sistema chega toda a informação sensorial, que emocionalmente é neutra”.
“Mas nesta estrutura existem circuitos que estão pré-programados”, segundo explicou ao diário El Mundo.
E, perante isto, “os padrões culturais são capazes de modificar física e quimicamente o cérebro”.
Este estudo sueco é uma prova sólida de que a sexualidade não é uma opção, mas sim uma característica biológica, dado que a ressonância magnética demonstrou que o tamanho e a forma do cérebro variam de acordo com a orientação sexual.

‘Filipa Ambrosio de Sousa’

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