terça-feira, 30 de setembro de 2008

EUA FLEXIBILIZAM REGRAS PARA SEROPOSITIVOS


EUA flexibilizam regras para que visitantes com HIV obtenham visto

WASHINGTON (AFP) — Autoridades americanas anunciaram que irão facilitar e acelerar o processo de concessão de visto para visitantes soropositivos, fazendo cair uma lei de 21 anos que proibia a entrada no país de pessoas portadoras do vírus.

Sob as novas regras, os escritórios consulares americanos no exterior terão autoridade de conceder vistos temporários, de não imigrantes, a candidatos com HIV, segundo comunicado do Departamento de Segurança Nacional.

Antes era proibido a soropositivos entrarem nos Estados Unidos a menos que tivessem uma permissão especial.

DENTE OU FILHO?

Senhor doutor... não sei se é pior arrancar um dente ou ter um filho!
- Veja lá se decide para eu saber em que posição coloco a cadeira.

‘Luis Cruz’

NO DENTISTA

O dentista diz:
- Este dente está morto.
- Então arranca-se, senhor doutor?
- Posso pôr-lhe uma coroa.
- Não, prefiro enterrá-lo sem cerimônias.

‘Francisca Janeiro’

DOENTE A SECAR

Um maluco salvou outro que estava a afogar-se. O medico disse:
- Fizes-te bem, mas a pessoa que salvas-te enforcou-se logo de seguida!
- Não se enforcou doutor, eu é que o pendurei para secar!

‘Álvaro Fatorra’

ENFERMEIROS EM GREVE - 2008-09-30

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses diz que os Centros de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António tiveram adesões de 100 por cento.

No Hospital Central de Faro, três em cada quatro profissionais terão aderido à greve, portanto 75 por cento, segundo dados provisórios do SEP.

“As cirurgias programadas não foram efectuadas, foram realizadas apenas quatro do foro oncológico, que têm prioridade. Também na consulta externa, cerca de metade dos enfermeiros aderiu à greve, o que fez com que as pessoas tivessem que marcar consultas para outro dia”, afirmou ao Observatório do Algarve Nuno Oliveira, da delegação regional do SEP (ouvir aqui).

Já nos Centros de Saúde do sotavento (dados de Tavira e Olhão ainda não estavam disponíveis) apenas VRSA tinha enfermeiros a trabalhar, uma vez que existe serviço de urgência e portanto estão obrigados aos serviços mínimos.

Por enquanto, ainda não foram disponibilizados dados relativos às unidades de saúde do barlavento.

Contactada pelo Observatório do Algarve, fonte da ARS adiantou que durante a tarde serão disponibilizados dados oficiais sobre a paralisação dos enfermeiros.

Mário Lino

BOTIJA DE ÁGUA QUENTE

O Chico foi à farmácia para comprar uma botija de água quente, mas estavam esgotadas.
Diz a empregada:
- Porque não experimenta o gato para o aquecer?

No dia seguinte o Chico volta à farmácia, todo arranhado.

Então o que lhe aconteceu, pergunta a empregada.
Apanhar o gato foi fácil, mas depois enche-lo com água quente...


‘João Costa’

CIRCULAÇÃO

Porque é que os alentejanos semeiam alhos nas bermas das estradas?
Porque fazem bem á circulação.


‘José Barradas’

COMA DE LOIRA

Conversa entre duas louras:
- Há tanto tempo que não te vejo!
- Estive quinze dias em coma.
- Que sorte! Só o parvo do meu marido não me leva a lado nenhum!!!


‘Carlos Brandão’

CRIME CONTRA A MULHER

Obrigar uma mulher a manter uma gestação de um feto anencefálico, contra a sua vontade, é um crime. E o pior de tudo. Contra a mulher pobre, indefesa que não pode impor a sua vontade. Isso porque, como a interrupção da gestação nesses casos é permitida e apoiada em todos os países do primeiro mundo, qualquer pessoa pode ir a um hospital nos Estados Unidos, Europa ou Ásia e ser atendida se essa for a sua vontade. Basta ter recursos. Aliás, nem precisa ir tão longe. Desde 2003, a Argentina permite a interrupção da gestação de fetos com deformações irreversíveis e incuráveis. Um precedente importante na América Latina. Além disso, a maioria desses centros conta com uma equipe treinada para dar todo o suporte e amparo que a mulher necessita em um momento difícil como esse.

A anencefalia é letal em todos os casos

A imprensa mostrou inúmeras vezes o caso de Marcela, uma menina aparentemente anencefálica, que sobreviveu por mais de um ano. André Petry escreveu um excelente artigo (De Olho no Ardil – em VEJA desta semana) chamando a atenção para o caso. Marcela apesar de ter uma lesão cerebral muito grave - que só lhe permitiu uma vida vegetativa, sem contato com o mundo - não tinha anencefalia. É fundamental deixar isso muito claro. Fetos anencefálicos são natimortos ou não conseguem sobreviver mais do que algumas horas.

A gravidez é de alto risco

Perguntei ao doutor Thomaz Rafael Gollop, que é professor de obstetricia e ginecologia da Universidade de São Paulo, e um dos grandes especialistas no assunto, como era a gestação de fetos anencefálicos. "O que poucos sabem é que além do sofrimento psicológico, gerar um feto anencefálico aumenta o risco da gravidez para a mãe em vários aspectos", respondeu enfaticamente o especialista. "Entre eles: polihidramnio ou excesso de líquido que pode causar insuficiência respiratória, distensão enorme do útero - porque é comum esses fetos passarem da idade gestacional, risco de 3 a 5 vezes maior de hemorragias.

Além disso, comumente eles têm ombros muito grandes o que torna o parto muito difícil." Podemos obrigar uma mulher a uma gravidez de risco, a um sofrimento físico e psicológico sabendo de antemão que ela não terá um bebê vivo? E ainda, podemos obrigá-la a passar por isso tudo contra a sua vontade?

O exame pré-natal e o diagnóstico precoce

A tecnologia moderna permite um diagnóstico seguro e irrefutável em 100% dos casos. Não é necessário uma junta médica para comprová-lo. A outra vantagem é que o diagnóstico pode ser feito no início da gestação, entre 10 e 12 semanas quando a interrupção não oferece riscos para a mãe. Vantagem que também pode se transformar em calvário. Imaginem uma mãe que sabe aos 3 meses de gestação que seu feto tem anencefalia e não tem a permissão para interromper a gravidez. Ela terá que esperar seis meses para poder enterrar o seu filho natimorto? Ao invés de curtir a gravidez, imaginar seu bebê no colo, a alegria de ser mãe, a celebração de uma nova vida.... só lhe restará planejar a compra de um caixão, de um jazido no cemitério.

Pergunto novamente: temos o direito de impor isso a uma mãe contra a sua vontade? Ninguém pode obrigar uma mulher nem a interromper, nem a manter uma gestação de um feto que nascerá morto. A decisão tem que ser dela.


Mayana Zatz

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

PRESERVATIVO

Zezinho qual o tempo da frase ‘Isto não devia ter acontecido?'

- Preservativo imperfeito, senhora professora!


‘Alfredo Espinho’

GOTAS

Durante uma consulta o médico diz ao doente alcoólico:

- Se quiser curar-se, tem de tomar 15 gotas deste frasco todas as manhãs.

- Impossível, senhor doutor! Cortaram a água em casa!


‘Daniel Lopes’

DIARIO DE UM CASAL - MARIA & MANEL


Finalmente decidi arrumar papeis nesta casa. Contas de empresas que já não existem, fotografias da Rita e do Pedro quando eram pequenos, mas o que eu não contara era encontrar um diário do Manel escrito há mais de vinte anos. Fomos tão íntimos, até ao limite do que penso ser possível entre duas pessoas e nunca dissemos um ao outro que, cada um para seu lado escrevia um diário. O homem da minha vida morreu há três anos, sem avisar, um dia não acordou. Ainda não chorei tudo o que tinha a chorar, mas vivo, tivemos dois netos da Rita, o Pedro colecciona namoradas, mas devem ser todas estéreis, viajo com um grupo de amigos e tenho muitas saudades do Pedro. Não resisti, pus-me a ler o diário cheia de medo, senti-me uma violadora, este homem gostou muito de mim. Nunca lho disse, mas mesmo quando viveu com a italiana nunca senti que tivesse deixado de me amar. Anos mais tarde senti que me podia ter acontecido o mesmo, deixei-me ir, tive duas ou três escapadelas, mas travei a tempo, o Manel nunca percebeu, mesmo quando achou estranho que eu tivesse pedido para mudar de departamento no Banco. Junto ao diário do Manel estavam duas cartas para mim. Uma dizia – abrir primeiro, a outra dizia – só abrir depois de leres a primeira. Respeitei a vontade do Manel, li a nº1.
“Se chegas-te até aqui é porque leste o meu diário, não sei há quantos anos morri,mas não te preocupes, este diário é teu, não o deites fora, quando tu morreres gostava que os meus filhos ficassem com ele. Vocês foram tudo para mim. Se quiseres, abre a 2ª carta, é só para ti, se a leres podes ficar chocada, mas deixa passar uns dias e acabas por me entender”.
Hesitei, não queria estragar o Manel que guardava dentro de mim, o telefone tocou, era o Ricrdo, tínhamos combinado ir ao cinema, já não me lembrava. Reatei a relação com o Ricardo há um ano, nunca dormiu cá em casa, mas ás vezes fico em casa dele.

Querida Maria
Quando leres esta carta já cá não estou. Algum dia a vais encontrar, espero que isso aconteça muitop tempo depois de eu morrer. Lembras-te de quando eu comecei a ter pequenos esquecimentos, tentava escondê-los, brincava contigo quando não me lembrava do nome das pessoas, quando tu me dizias que tínhamos estado ali e acolá e eu fingia que me recordava, pediste-me para ir ao medico, e eu fui e disse-te que estava tudo bem, mas não estava, convenci-te que era da idade e de estar desocupado. O medico explicou-me que eu tinha começado um processo demencial, que seria possível atrasar durante uns tempos, mas depois, depois deslocaria sem regresso. Deu-me uns comprimidos, a coisa estabilizou durante uns tempos. Neste intervalo imaginei-te a tomar conta de mim, a lavar-me, a vestir-me a fazeres-me festinhas e a chorar em silencio. Não agüentei pensar num fim destes, sem te conhecer, sem conhecer os filhos e os netos. Habituado a fazer planos de vôo. Disse-te que sentia umas dores no peito, que o medico tinha diagnosticado uma angina instável, que teria de fazer uma intervenção, mas não era urgente. Ficas-te preocupada, pedi-te para não dizeres nada à Rita e ao Pedro, mas não queria que eles me vissem como um doente. Fui ficando cada vez mais calmo, quanto mais olhava para ti mais te amava, sempre foste o pilar desta relação, agüentas-te tudo o que foi acontecendo com muito pouca amargura, tantas vezes sozinha com os filhos quando eu estava a voar, não merecias ver-me a apodrecer, sabe-se lá quantos anos.
Hoje perdi-me ao vir para casa, tomei uma decisão, vou convidar-te para jantar no mesmo restaurante onde fomos antes da Rita nascer, vou estar com os filhos e com os netos e depois adormeço para sempre.
Não serás minha cúmplice, dirás a toda a gente que eu tive um enfarte. Toma conta de ti meu amor.


‘José Gameiro’

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Tinta acaba com infecções hospitalares

Cientistas de Manchester (Inglaterra) criaram uma tinta à base de nanotecnologia de dióxido de titânio que mata bactérias resistentes a sistemas de esterilização. Quando estão em uma concentração ideal, as nanopartículas eliminam os germes ao serem atingidos por um simples raio de luz fluorescente.
O material pode ser usado em qualquer residência ou escritório, mas é especialmente útil em hospitais, pois impede inúmeros tipos de infecções. A tinta pode ser utilizada em qualquer tipo de superfície.

"Nós descobrimos que as tintas contendo dióxido de titânio são mais eficientes para matar as bactérias se a concentração das nanopartículas for maior do que nas tintas normais. Nossos melhores resultados mostraram que todas a E. coli foram mortas sob luz fluorescente comum", diz a pesquisadora Lucia Caballero, da Universidade Metropolitana de Manchester, na Inglaterra.

Fonte:
www.inovacaotecnologica.com.br

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

ARS do Algarve desdramatiza falta de enfermeiros


Administração Regional de Saúde diz que enfermeiros têm aumentado, desde 2005. Sindicato acusa ARS de ser “economicista”.

“Podemos afirmar, que durante o período de vigência deste Conselho Directivo verificou-se um crescimento sustentado do número de profissionais de enfermagem em exercício nos Centros de Saúde”.

A afirmação, em comunicado da Administração Regional de Saúde do Algarve, surge na sequência de críticas do Sindicato de Enfermeiros Portugueses (SEP) que acusava a instituição de descriminar os enfermeiros algarvios.

“A ARSA, após o levantamento das necessidades em cuidados de enfermagem, assume em reunião com o SEP que faltam 129 enfermeiros nos Centros de Saúde do Algarve. Apesar disso, e não tendo facilidade/condições para admitir mais enfermeiros mantém a decisão de cessar os 71 Regimes de Horário Acrescido (RHA) até ao final de Dezembro”, criticavam os profissionais.

Antevendo uma possível situação de “caos” nos Centros de Saúde, devido ao fim dos contratos de 55 enfermeiros, o SEP manifestou já a intenção de reclamar pela via contenciosa e os enfermeiros “poderão vir a mostrar-se indisponíveis para cumprir as mais de 5.000 horas extraordinárias que determinam, inclusivamente, a impossibilidade de gozo de folgas e feriados”.

Em contraponto, a Administração Regional de Saúde esclarece que no final do mês de Agosto de 2008, estavam em funções nos Centros de Saúde do Algarve 386 enfermeiros, dos quais 83 contratados ao abrigo do regime de contratação excepcional para satisfação de necessidades urgentes de pessoal.

Diz ainda a ARS que a lei “prevê a possibilidade de, nos casos em que o funcionamento dos serviços o exija, a possibilidade de ser praticado pelos profissionais de enfermagem o regime de trabalho de horário acrescido, a que corresponde a duração semanal de 42 horas”.

Assim, “atendendo às necessidades não supridas pelos 386 enfermeiros em actividade estão atribuídos 11 regimes de horário acrescido e foi desenvolvido um processo para a atribuição de 56 regimes de horário acrescido por postos de trabalho, o que totaliza 67 regimes de horário acrescido a vigorar até final do ano de 2008”, afirma a ARS, situação que – garante - irá contribuir para suprir as necessidades de trabalho.

Por fim, a ARS sustenta que desde o início da vigência deste Conselho Directivo se verificou “um crescimento sustentado do número de profissionais (...) com mais 47 enfermeiros e manutenção de 67 regimes de horário acrescido, de acordo com as disponibilidades orçamentais do país”.


Mário Lino

terça-feira, 16 de setembro de 2008

VULNERABILIDADE: HIV/AIDS E PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS


Cerca de 30 anos se passaram desde que o vírus do HIV passou a fazer parte do cotidiano da humanidade, trazendo sofrimento, colocando novos desafios à ciência e à comunidade e exigindo estratégias de prevenção e tratamento. Somente nos últimos poucos anos, porém, alguns grupos especialmente vulneráveis estão sendo incluídos nas pesquisas, nas campanhas de prevenção e na busca por qualificar o atendimento a pessoas vivendo com HIV/AIDS.

Entre estes grupos vulneráveis estão as pessoas com necessidades especiais. Trata-se de um grupo altamente heterogêneo, composto por mulheres e homens, jovens e crianças que vivem em diferentes contextos socioeconômicos e culturais e que enfrentam o desafio de estudar, trabalhar, constituir família, em uma sociedade pouco preparada para aceitar diferenças visuais, auditivas, cognitivas, físicas ou de sofrimento mental.

Preconceitos de toda ordem têm dificultado a inclusão destas pessoas no cenário do HIV/Aids. Imaginar que pessoas portadoras de necessidades especiais não têm vida sexual ativa ou não são capazes de tomar decisões e realizar escolhas é um dos equívocos mais comuns, não raro de se ver até mesmo entre profissionais da educação e da saúde.

Em pesquisa realizada com adolescentes surdos em uma cidade do Rio Grande do Sul, vimos que as experiências no campo da sexualidade – iniciação sexual, escolha de parceiros, vida social – dos adolescentes surdos são muito similares às experiências de jovens ouvintes. No entanto, seu conhecimento sobre a realidade do HIV/Aids é muito menor, assim como seu nível de escolarização. Alto índice de abuso sexual foi também encontrado.

Estes fatores indicam que há uma maior vulnerabilidade e uma necessidade de maior atenção por parte da sociedade: campanhas sistemáticas de prevenção e orientação sexual adaptadas às especificidades de comunicação dos surdos (utilizando-se principalmente a Língua Brasileira de Sinais), estratégias de proteção contra a violência sexual e preparo de profissionais da saúde para garantir acessibilidade na prestação dos serviços são exemplos de iniciativas urgentes. Ao mesmo tempo, cabe à ciência, aos governos e órgãos financiadores incluí-los efetivamente nas pesquisas e no monitoramento da epidemia.

Nos últimos anos, novas leis e movimentos sociais têm ampliado os direitos e fortalecido a luta pela inclusão de pessoas surdas e pessoas portadoras de necessidades físicas, visuais, cognitivas ou de sofrimento mental em todos os setores da sociedade. Mas pode-se ainda dar um passo além.

Dadas as condições de acessibilidade, essas pessoas podem contribuir ativamente para a melhoria das suas próprias condições de vida e se integrar plenamente à sociedade nos esforços de prevenção e controle da epidemia e na garantia de qualidade de vida às pessoas vivendo com HIV/AIDS.


Cláudia Alquati Bisol é Professora e Pesquisadora do Curso de Psicologia da Universidade de Caxias do Sul/RS.

Médicos internos são assediados por empresas privadas de prestação de serviços ainda durante a formação


Os médicos começam a ser assediados logo no último ano da sua formação específica (internato) por empresas privadas de médicos que lhes oferecem chorudos pagamentos para realizarem horas em hospitais carenciados de clínicos, denunciou o presidente do Conselho Nacional do Médico Interno.

De acordo com Rui Guimarães, os internos de especialidades como anestesiologia, ginecologia/obstetrícia, pediatria e otorrinolaringologia são os que mais frequentemente são convidados para, quando terminarem a sua formação, prestarem esses serviços.

O pagamento, à hora, que estas empresas oferecem aos médicos, é muito mais elevado do que o que os hospitais públicos pagam, apesar de o serviço ir ser prestado em hospitais do SNS.

Conforme noticiou a Lusa, há médicos que ganham 2500 euros numa urgência de 24 horas num hospital público, quando contratados por empresas privadas.

Para Rui Guimarães, este é "um trabalho de mercenário" que nada tem a ver com as ambições de quem estuda e se especializa num hospital público.

"É medicina à peça", criticou o presidente do Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI) da Ordem dos Médicos.

De acordo com Rui Guimarães, estas empresas negoceiam com os internos que frequentam o último ano da especialidade, oferecendo valores elevados por hora de serviço e, no caso de se tratar de hospitais fora do local onde os clínicos vivem, chegam a oferecer estadias em hotéis.

A inclusão de alojamento pode ser "trocada" por mais euros por hora, especificou Rui Guimarães, referindo-se à negociação que estas empresas encetam com os médicos futuros especialistas.

In:Publico

CESARIANAS

Com a tendência para a cesariana se tornar o “parto normal” (entenda-se o mais freqüente), somos obrigados a revelar alguns aspectos menos “cor de rosa”. Um estudo realizado na Noruega em cerca de 800 mil partos, mostrou que a cesariana aumenta o risco de complicações em partos posteriores. Em comparação com o parto vaginal, o risco de pré-eclampsia, anomalias da placenta ou um bebé de baixo peso numa segunda gravidez é superior. Aqui fica mais uma chamada de atenção para o facilitismo com que se fazem cesarianas.

‘In noticias – magazine’

BEBÊS DESENVOLVEM CÁRIES COM FACILIDADE


Os dentes de um bebê não estão livres de cáries, apesar de receber apenas leite materno como alimento. Igual aos adultos, os pequenos têm bactérias em sua boca que podem projudicar os “novos” dentes.

Assim advertiram especialistas no XIII Congresso Centro-americano de Odontologia Pediátrica, que ocorreu em Monteverde (Puntarenas) e terminou neste último final de semana. Ao encontro, organizado pela Academia Costarriquenha de Odontologia Pediátrica, assistiram 120 especialistas.

Lactose

Segundo explicaram os dentistas, a lactose presente no leite que os bebês ingerem alimenta as bactérias presentes na boca. Estas crescem e formam uma placa bacteriana que, com o tempo, destrói os tecidos duros dos dentes e forma as cáries.

Elisa Sánchez, dentista pediátrica de Panamá, afirmou que a lactose – açúcar do leite – atua da mesma maneira que o açúcar de um caramelo.

- O dente do bebê se enche de manchas brancas e inicia um processo de descalcificação. A destruição pode ser rápida – disse Sánchez.

A recomendação dos especialistas é de escovar os primeiros dentes do bebê, que praticamente não aparecem.

- Não é preciso usar pasta de dente. A limpeza é feita só com uma e escova e três vezes ao dia – afirmou Silvia Gudiño, dentista e investigadora da Universidade de Costa Rica.


Tradução: Diego ferreira

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

CEREBRO DOS ‘GAYS’ SEMELHANTE AO DOS HETEROS


O cérebro dos homens ‘gays’ é fisicamente semelhante ao das mulheres heterossexuais. E o mesmo se passa com o das lésbicas e o dos homens heterossexuais. Esta é uma das conclusões de um estudo conduzido por pesquisadores suecos.
Através de exames de ressonância magnética, os cientistas da Universidade Karolinska, Suécia, compararam as dimensões dos dois hemisférios do cérebro em 90 pessoas, sendo 25 heterossexuais e 20 ‘gays’ de cada um dos sexos.
Ao analisar os resultados, os especialistas observaram que homens homossexuais e mulheres heterossexuais têm os hemisférios cerebrais simétricos, enquanto os dois lados do cérebro de lésbicas e homens heterossexuais são assimétricos, com o hemisfério direito consideravelmente maior do que o esquerdo.
Os pesquisadores ainda investigaram possíveis diferenças na amígdala, uma parte do cérebro ligada as emoções.
O mesmo grupo de investigadores verificou mais “conexões nervosas” no lado direito da amígdala de homens heterossexuais e lésbicas, enquanto mulheres e homens ‘gays’ têm mais impulsos eléctricos no lado esquerdo.
O estudo, divulgado na publicação cientifica ‘Proceeding of The National Academy of Sciences’ sugere que factores biológicos que influenciam na orientação sexual, como a exposição à testosterona no útero, também podem moldar a anatomia cerebral.
O trblho, coordenado pelo pesquisador Ivanka Savic, teve como base uma pesquisa anterior que detectou diferenças nas habilidades espaciais e verbais relacionadas ao sexo e à orientação sexual.
Um estudo sueco divulgado em 2005, feito na mesma cidade sueca, demonstrou que a resposta neurológica de ‘gays’ e mulheres ao suor masculino è a mesma, o que sugeriu ação de feromonas, substancias que atraem parceiros sexuais pelo olfato e que são empregadas por várias espécies animais.
A experiência mostrou que homens ‘gays’ e mulheres heterossexuais tiveram bom desempenho em testes de linguagem, ao passo que homens heterossexuais e lésbicas se saíram bem em exames que avaliaram noções de espaço e direção.
Na avaliação do pesquisador Qazi Raham, da Universidade de Queen Mary, em Londres, e autor de estudos na área, não há mais duvidas de que as diferenças cerebrais sejam delineadas nos primeiros estágios do desenvolvimento fetal. “Não há mais argumentos, se você é ‘gay’ é porque você nasceu ‘gay’, disse o pesquisador.
Para o professor Francisco Mora, da Universidade Complutense, em Madrid, especialista em fisiologia humana, estas diferenças podem explicar-se através das influencias sociais, psicológicas e culturais.
“A amigdala é a porta de entrada no sistema límbico. A este sistema chega toda a informação sensorial, que emocionalmente é neutra”.
“Mas nesta estrutura existem circuitos que estão pré-programados”, segundo explicou ao diário El Mundo.
E, perante isto, “os padrões culturais são capazes de modificar física e quimicamente o cérebro”.
Este estudo sueco é uma prova sólida de que a sexualidade não é uma opção, mas sim uma característica biológica, dado que a ressonância magnética demonstrou que o tamanho e a forma do cérebro variam de acordo com a orientação sexual.

‘Filipa Ambrosio de Sousa’

ABORTO, DOGMAS E RELIGIÕES

Na ordem do dia, para interpretação e estudo por parte de juristas, religiosos, psicólogos, médicos, um dos temas mais discutidos e controvertidos da atualidade mundial: o aborto.
Começa pela posição, histórica e coerente, da Igreja Católica condenando a sua instrumentalização.
A partir deste comportamento, surgem os debates em relação à matéria.
Os que advogam o direito de a mulher usar o seu corpo como bem entender, argumentam que a Itália, bem próxima do Papa, já legalizou, há algum tempo, o aborto.
Assim, no apimentado da discussão, entra o leque de religiões, cada uma vendo o assunto de acordo com os seus dogmas e discurso filosófico.
Vejamos:
A religião católica é historicamente contra a prática abortiva.
É, pois, dogma para os seus seguidores.
Para todas as religiões, urge rememorar, o problema consiste na melhor interpretação do conceito de aborto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Aquela entidade conceitua o aborto como sendo a morte fetal antes da expulsão do produto completo da gestação.
Para a religião:
Testemunhas de Jeová, o seu fundamento doutrinário e filosófico é: “o feto já seria um ser humano com alma desde a concepção”.
Já os xintoístas, membros de uma seita religiosa com incalculáveis seguidores no Japão, acreditam que a “vida começa quando a criança enxerga a luz do dia”.
O Judaísmo permite o aborto terapêutico para salvar a vida da mãe.
O islamismo, pragmático, advoga a instrumentalização da interrupção da gravidez desde que aconteça no primeiro mês de gestação.
Em apertada síntese, leitor e leitora, na questão do aborto, as religiões falam línguas diferentes.
E o mundo, obviamente, é uma babel de desencontros, ante tão complexo dilema: uma saída para o aborto.

‘Paulo Gadelha’

1585 – OS PARTOS DAS ÍNDIAS NA PARAÍBA


As índias que habitavam na Paraíba, na época da colonização Filipéia de N. S. das Neves, elas desempenhavam um papel árduo na tribo; tinham os seus corpos robustos e bem dispostos.
Na gravidez abstinham-se de determinadas alimentações e o uso de sexo; quanto ao parto era um ato solitário a exemplo dos animais. A mulher separava-se do seu grupo ou da sua tribo quando sentia as primeiras contrações e de cócoras elas pariam os filhos, sem auxilio de terceiros. Em algumas tribos as companheiras mais velhas ou parentas acompanhavam os trabalhos.
O PARTO PRIVADO
Quando sozinhas executavam as massagens abdominais para expulsar a placenta, e quando isso acontecia cortavam o cordão umbilical com os dentes.
O medico obstetra e escritor Delosmar Mendonça, em seu livro “Resgate de 500 Anos da História da Obstetrícia na Cidade de João Pessoa”, comenta que “Na época do descobrimento do Brasil, quanto ao tratamento das doenças dos índios, eram os mesmos dos povos da pré-história, como ferimento, uma flexada ou causa oculta como dor, febre, vomito, etc e que os índios acreditavam em ações maléficas e combatiam as enfermidades com ervas, inclusive ainda hoje muitas residências principalmente no interior do Estado, possuem no seu quintal, uma horta medicinal; no tratamento fototerápico utilizavam plantas medicinais, como o agrião, sabugueiro, colônia, mastruz, quebra-pedra e outros”.
A carne do sapo preto, além de ser utilizada no preparo de feitiçaria, era usada pelas parturientes para aliviar as dores dos trabalhos de parto. Elas também já usavam a urina como ocitócito..
Na colonização em 1611 na Paraíba as índias como “pré-natal” se abstinham de certas alimentações e ouso do sexo antes e depois do parto, até que o bebê fosse desmamado.
O “CHOCO” DO MARIDO
Após o parto os maridos entravam em “choco”, uma espécie de recolhimento na rede para receber os cumprimentos até o saramento do umbigo do rebento.
As gorduras de certos animais eram utilizadas como anti-sépticos e cicatrizantes.
Muitos medicamentos eram utilizados (como ainda hoje a Ipepaconha, cujo nome é Ipepacoanha) para vomitório e como antibactericida, e a mamona nos casos de abcessos.
Nas afecções externas usavam efeito do calor local, era o calor seco, o que vale dizer hoje a compressa de pano quente, o corpo recebendo vapores.
Nos sinais visíveis como feridas e supuração usavam a sucção, sopros ou fumigações, hidroterapia e cirurgias rudimentares, principalmente para mordidas de cobras.
O banho era tido como fundamental higiene e curativo, especialmente o de água fria na febre. Os caldos aquecidos eram utilizados, o que vale dizer os emplastros do século passado. O jejum era um processo integrado e usado como remédio.

‘Arion Farias’

PEDAGOGIA DO AFETO


O termo Pedagogia do Afeto foi criado para designar relações interpessoais de afetividade em sala de aula e está fundamentada na Psicologia Transpessoal conhecida como a quarta força, oriunda dos estudos de Maslow, Sutich, Fadiman e Grof, muito embora Jung, tenha sido o pioneiro a considerar a dimensão espiritual do ser humano.
Nessa linha é que se fundamenta esse modelo de ensino voltado para o ser, pela necessidade de se pensar nas mudanças que ocorrem na contemporaneidade no que tange à educação dos indivíduos. A própria Educação prioriza os aspetos cognitivos do aluno em detrimento de outros fatores também importantes para o processo educativo. Mello nos adverte de que: “não dá para pensar apenas na cabeça do aluno, pois o coração também é importante”.
No século XXI a formação intelectual do aluno deve envolver também a sua formação emocional, ou então, corre-se o risco de enfatizar demais o cognitivo, formando indivíduos intelectualizados e desequilibrados emocionalmente. Os objetivos curriculares deverão contemplar equilíbrio emocional e competência profissional de modo que sejam lançados no mercado de trabalho seres humanos desejosos de melhor qualidade de vida.
O ambiente de sala de aula, este espaço físico onde convivem seres humanos desempenhando os papeis de professor e de alunos tanto pode ser alegre, agradável, realizador e gratificante, quanto pode ser gerador de ansiedade, estresse, insegurança ou aversão. Podemos considerar também que esse conjunto de fatores bons ou ruins, em grande parte, é decorrente das relações pessoais que se estabelecem entre os próprios alunos, ou entre os alunos e seus professores.
Como não se pode separar o pedagógico do humano, a qualidade de todo o processo de ensinar e de aprender, decorre do tipo de relações interpessoais que são mantidas em sala de aula. A Pedagogia do Afeto procura aplicar uma didática em sala de aula que possa permear de afetividade as relações docentes e discentes, de modo a melhorar a qualidade dos relacionamentos e a produtividade em sala de aula. Sabemos que o processo educativo envolve a demonstração de competências e habilidades e uma serie de exigências e de fatores extrínsecos ao ambiente de sala de aula, tanto no que se refere ao aluno quanto ao professor. Sabemos também que as variáveis que mais interferem na ausência de aprendizagem do aluno estão situadas na sala de aula permeando a atenção, a motivação e o interesse do aluno.
Essas variáveis existem no aspecto físico (iluminação, ambientação, recursos didáticos e mobiliários) como também no aspecto humano (atitude do professor, metodologia utilizada, interação professor – aluno, interação aluno – aluno, nível de atenção, entre outros). Por isso, é de fundamental importância estabelecer relações de segurança, de cooperação, de amizade e de prazer em estar com os outros.
Em geral em todo inicio de aula há necessidade do professor direcionar a atenção dos alunos para a matéria naquele momento, para propor as atividades, porém nem sempre isso é possível quando se trabalha com crianças ou adolescentes que chegam com suas novidades e suas agitações tão próprias dessas fases de desenvolvimento. Para se conseguir a atenção de todos “A pedagogia do Afeto” se utiliza de técnicas de respiração ritmada acompanhada ou ano de musica suave.
Adota também técnicas de relaxamento, de meditação, de automassagem, de interação afetiva, de visualização criativa, de trocas energéticas e de outras dinâmicas que possam favorecer relacionamentos interpessoais afetivos, cooperativos e otimizados. Para finalizar nos unimos a França quando afirma que a Pedagogia do Afeto pode complementar o trabalho da Psicopedagogia Preventiva, não só no seu objetivo de evitar dificuldades de aprendizagem, mas de otimizar relações humanas afetivas no ambiente escolar.

‘Mario Neusa dos Santos’

PUBERDADE PRECOCE

Puberdade precoce é quando aparecem os caracteres sexuais secundário (pêlos, crescimento das Mamas) antes dos 8 anos de idade. As manifestações mais freqüentes são a telarca e a pubaca.
Telarca precoce é o desenvolvimento das glândulas mamárias, em geral causadas pela ação estrogênica: na recém-nascida produzida pelos hormônios maternos placentário, em crianças pela ingestão acidental de anticoncepcionais ou contato com estrogênios através da aplicação direta de cosméticos, pomadas, loções capilares ou cremes alisantes.
Os tumores funcionais dos ovários, quando ocorrem na infânci, também determinam precocidade sexual, especialmente tumores de células granulosas caracterizadas pelo crescimento rápido das glândulas mamárias. A ação estrogênica poderá levar à soldadura precoce das epífises ósseas, acelerando o amadurecimento.
Pubaca precoce é o aparecimento dos pêlos ao nível dos grandes lábios e região pubiana. Tem como origem os hormônios androgênios.
A puberdade precoce verdadeira, a orgânica é aquela cuja origem se encontra no eixo neuro-endócrino (SVC), devendo ser tratada por um neurologista ou neurocirurgião.
Em recente pesquisa, observou-se que 12,3% das meninas cuja puberdade se iniciou entre os 6 e os 8 anos apresentaram doenças endócrinas, devendo ser investigadas.
No diagnóstico clínico, é importante lembrar que sinais puberais isolados (a telarca ou pubarca) podem estar presentes sem que haja associação com o aumento significativo da velocidade óssea caracterizando a adrenarca e telarca prematura, não tendo indicação de tratamento.
É importante impedir o aparecimento e instalação dos ciclos menstruais te a idade entre os 9 e 10 anos. Os pais devem estar atentos para detectar os primeiros sinais de aparecimento da puberdade precoce, levando a criança a um ginecologista infantil para fazer o tratamento adequado se necessário, orientando a mãe e a criança.

‘Maria da Penha Pessoa da Silva’

COMO E QUANDO FOI CRIADA A CAMISINHA

Durante séculos, homens e mulheres têm procurado métodos contraceptivos, vários foram testados, mas a maioria se mostrou apenas dolorosa e ineficaz. Na tentativa de evitar uma gravidez indesejada ou doenças sexualmente transmissíveis a humanidade inventou fórmulas tão estranhas quanto gengibre e suco do fumo ou excrementos de crocodilo, que possui PH alcalino, assim como os espermicidas modernos.
O nascimento da camisinha não foi muito mais nobre do que isto. Na Ásia usava-se um envoltório de papel de seda untado com óleo. No antigo Egipto já usavam ancestrais camisinhas não como anticoncepcionais, mas como proteção contra picadas de insetos (durante as caçadas, não no sexo). Elas eram feitas de tecido ou outros materiais porosos pouco eficazes como métodos anticoncepcionais.
Mas, durante a Idade Média, com a disseminação de doenças venéreas na Europa se fazia necessário a invenção de um método mais eficaz. Em 1564, o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio confeccionou um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. Mais adiante, estes preservativos passaram a ser embebidos em soluções químicas (pré-tensamente espermicidas) e depois secados.
Foi só no século XVII, que a camisinha ganhou um “toque de classe”. O Doutor Quondam, alarmado com o número de filhos ilegítimos do Rei Carlos II de Inglaterra (1630-1683), criou um protetor feito com tripa de animais. O ajuste da extremidade aberta era feito com um laço, o que, obviamente, não era muito cômodo, mas o dispositivo fez tanto sucesso que há quem diga que o nome em inglês (condom) seria uma homenagem ao médico. Outros registros indicam que o nome parece vir mesmo do latim “condus” (receptáculo).
A “camisinha-tripa” seguiu sendo usada, até 1839, quando Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha, fazendo-a flexível a temperatura ambiente. Mas não se anime que a higiene absoluta ainda ano nasceu. Nesta época, os preservativos de borracha eram grossos e caros e por isso lavados e reutilizados diversas vezes.
As camisinhas de látex só surgiram em 1880 e daí evoluíram à medida que novos matérias foram desenvolvidos, adicionando novas formas, melhorando a confiabilidade e durabilidade.

ALCOOLISMO

O alcoolismo é uma doença crônica, progressiva, de instalação insidiosa e não raramente fatal, com capacidade para afetar todas as áreas da vida de uma pessoa: quer seja familiar, pessoal, ocupacional ou social.
Estudos realizados com pesquisa genética sugerem que 60% dos casos de abuso do álcool são hereditários e 40% ambientais. Além disso, foi constatado que o estresse e o isolamento emocional parecem ser os fatores mais prováveis entre homens. Em contrapartida, as mulheres começam a ingerir bebidas alcoólicas em resposta a alguma situação de crise especifica, sendo estas mais suscetíveis aos efeitos do etanol, o qual tem a capacidade de danificar vários sistemas orgânicos, levando a patologias graves, tais como: transtornos mentais, cirrose, pancreatite, miocardiopatia, neuropatias e câncer de boca, língua, esôfago e fígado.
Do ponto de vista ocupacional, o alcoolismo constitui um grave problema para o empregador devido aos custos decorrentes desta patologia que incluem trabalho de má qualidade, aposentadoria precoce, decisões incompetentes que podem gerar acidentes de trabalho e maiores reivindicações de seguro de trabalho.
Tendo em vista a gravidade desta doença, faz-se necessário alertar a sociedade da importância da prevenção deste mal e ficar sempre vigilante para não transformar a ingestão de bebidas alcoólicas em um ato habitual alterando assim, toda uma vida. O objetivo do tratamento do alcoolismo é a abstinência e para isso é necessário que o alcoólatra se concientize da necessidade de se recuperar, sendo imperativo o apoio da família e dos amigos, acompanhamento médico e ingressar nos Alcoólicos Anônimos (AA).
Não existe algo que beneficie tanto os alcoólatras e de modo tão eficaz quanto a ajuda que eles próprios podem se dar participando deste grupo de apoio. Os Alcoólicos Anônimos provêem um local onde o alcoolismo em recuperação pode socializar-se longe de um bar, com amigos não-alcoólatras que sempre estão dispostos para apóia-lo, quando a vontade de beber se torna novamente imperiosa. Finalmente, proponho meios para que o alcoólatra ajude os demais (AA) permite que o individuo recupere a confiança e a auto-estima que, anteriormente eram encontradas após a ingestão de álcool.

‘Dr. Itamara Maria Rodrigues de Farias’

CAIXA GERAL...

Um medico para o doente:
- O senhor já teve algo na caixa toráxica?
- Não senhor doutor. Tenho tudo na Caixa Geral de Depósitos!

‘Luis Rodeia’

Acesso dos requerentes de asilo e respectiva família ao Serviço Nacional de Saúde


No DR 178 SÉRIE I de 2008-09-15, é publicada a Portaria n.º 1042/2008, dos Ministérios da Administração Interna e da Saúde, que estabelece os termos e as garantias do acesso dos requerentes de asilo e respectivos membros da familia ao Serviço Nacional de Saúde. Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º 27/2008, de 30 de Junho, é reconhecido aos requerentes de asilo ou de protecção subsidiária e respectivos membros da família o acesso ao Serviço Nacional de Saúde. Dispõe ainda que os termos do acesso dos requerentes de asilo ou de protecção subsidiária e respectivos membros da família ao Serviço Nacional de Saúde sejam definidos por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis
pelas áreas da administração interna e da saúde.
Os termos e as garantias do acesso dos requerentes de asilo e respectivos membros da família ao Serviço Nacional de Saúde, nas modalidades específicas de assistência médica e medicamentosa a prestar nas diferentes fases do procedimento de concessão do direito de asilo, desde a apresentação do respectivo pedido até à decisão final que recair sobre o mesmo, são os definidos pela Portaria n.º 30/2001, de 17 de Janeiro. Este regime é igualmente aplicável aos requerentes de protecção subsidiária e respectivos membros da família.

Urgências ainda não têm regras


A contratação de médicos pagos a peso de ouro para assegurar Urgências continua sem controlo. O Ministério da Saúde não sabe quantas empresas de recursos humanos existem e quais trabalham para os hospitais. Grande parte delas pertence a médicos funcionários públicos. Oferecem mão-de-obra para atender doentes fora do horário, mas cobram muito acima do normal – chega aos 100 euros à hora, 2500 euros por turnos de um dia. São os próprios hospitais que os contratam a afirmar que a situação está "descontrolada" e a precisar de "uma solução urgente".

Em 2006, a então secretária de Estado, Cármen Pignatelli, admitia que este mercado "nasceu desregulado" e que "ninguém garante a qualidade", prometendo apertar o cerco a estas situações. Havia hospitais que, não tendo médicos suficientes, recorriam a empresas fazendo contratos "de uma folha A4". O nome, a especialidade e a experiência de cada um eram dados desconhecidos. E fez um despacho para impor regras. Mas, dois anos depois e em situação de crise, os hospitais continuam a não olhar a meios para conseguir clínicos e manter os serviços a funcionar.

"Os critérios dependem de cada hospital. Contudo, estas contratações não passam pelos recursos humanos, mas pelo departamento de compras, que não está vocacionado para olhar para currículos e competências", admite Manuel Delgado, administrador do Hospital de Curry Cabral, em Lisboa. Apesar de haver regras para que as unidades não contratem ‘por fora’ funcionários dos quadros, estes dados não são cruzados entre hospitais. "Posso ter um médico que não faz horas extraordinárias, mas vai fazê-las a Vila Franca de Xira por um preço muito superior", com o Estado a pagar duas vezes, afirma. Para o administrador, isto tem nome – "extorsão e roubo". Mais: "A única regra é não contratar aposentados. Mesmo assim, alguns contornam a situação constituindo sociedades."

Prova de que estas regras não estão a ser cumpridas é o resultado de uma auditoria da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, que, no ano passado, ainda encontrou unidades que só identificam as empresas e não os médicos.

Num momento em que os hospitais têm ordens para poupar, há médicos a ganhar 2500 euros por turnos de 24 horas, mais do que um salário ao fim do mês, admite à Lusa o administrador da Maternidade Alfredo da Costa, Jorge Branco. "Um puro desperdício", defende Manuel Delgado. "Preferia gastar esse dinheiro para ter resultados: mais cirurgias, mais consultas. Não numa Urgência onde, se não aparecer ninguém, o médico até pode estar a dormir". Prova de que a saúde "continua a centrar-se nas Urgências e que as reformas nos centros de saúde ainda não estão a produzir resultados".

MINISTRA ESTUDA SOLUÇÕES MAS NÃO DIZ QUAIS

O Ministério da Saúde "reconhece" o problema do recurso a médicos tarefeiros. O gabinete da ministra Ana Jorge adianta que "estão a ser estudadas medidas para combater esta situação". Mas não adianta quais, dizendo que "serão conhecidas oportunamente". Esta prática está a ser utilizada por todo o País, dos hospitais do Interior aos das grandes cidades. Em alguns, as empresas de tarefeiros são já dez por cento dos recursos humanos nas Urgências.

A consequência imediata é o Estado gastar muito mais com esta prática. Existem limites para os gastos com horas extraordinárias, mas estas contratações escapam a esse controlo. Como são empresas prestadoras de serviços, os custos são registados como aquisição de serviços e não como despesas com pessoal.

NÃO É EXIGIDO REGISTO ÀS EMPRESAS

Não há organismos da saúde que controlem o funcionamento deste sector. O mercado é recente e sofreu uma explosão nos últimos anos com a crescente falta de médicos. Há várias sociedades regionais de pequena dimensão. Como são entidades que apenas fornecem recursos humanos, não precisam de estar registadas na Entidade Reguladora da Saúde ou na Direcção-Geral da Saúde, organismos que se ocupam das unidades prestadoras de cuidados, não dos contratos laborais que estas utilizam. Com a carência generalizada de médicos, os valores praticados ficam sujeitos às regra da procura e da oferta.

APONTAMENTOS

Especialidades

Existem mais de 40 empresas. Anestesia, pediatria e obstetrícia são as especialidades mais requisitadas, porque são as que têm mais falta de médicos.

Formação

Há especialistas que correm o País, a trabalhar horas a fio, para complementar o salário que ganham nos serviços públicos, incluíndo os médicos de família dos centros de saúde. Mas também muitos estrangeiros indiferenciados(sem especialidade).


Rute Araújo

Análises em risco


Pode haver laboratórios que não cumprem requisitos mínimos de qualidade

A qualidade das análises clínicas em Portugal pode estar em risco caso não volte a ser obrigatório o licenciamento prévio para os laboratórios privados.


O presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Álvaro Almeida, teme que possa haver laboratórios que não cumprem os requisitos mínimos de qualidade. O presidente da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, Germano de Sousa, contesta as afirmações e nega que haja unidades sem qualidade.
Álvaro Almeida manifestou preocupação face à possibilidade de uma 'série de laboratórios não estarem licenciados, apesar de funcionarem há muito tempo e quando o licenciamento era obrigatório'.
'Sem um licenciamento obrigatório corre-se o risco de os prestadores não sentirem pressão para cumprir os requisitos mínimos de qualidade, uma vez que estes representam investimentos e custos de manutenção relevantes', disse.
A revogação do licenciamento obrigatório aconteceu em 2007, num decreto-lei que impõe aos laboratórios que zelem pela prestação de cuidados de saúde com qualidade e segurança, respeitando as regras previstas legalmente.
Para isso 'é preciso que haja entidades externas que verifiquem se os requisitos humanos e técnicos existem quando se inicia uma determinada actividade. É importante que haja um sistema de licenciamento eficaz', diz Álvaro Almeida.
O representante do sector, Germano de Sousa, referiu ao CM 'considerar muito estranhas' as declarações do presidente da ERS. 'Todos os laboratórios em exercício começaram em 2000 o processo de licenciamento. A partir de 2007, quando foi revogado, continuaram a cumprir a lei e não abriu um único laboratório desde então. O problema é que a lei não foi regulamentada.' O responsável contestou ainda a falta de vistorias. 'Há fiscalização. Não tem é havido vistorias porque não dão meios às comissões técnicas nacionais e regionais para as efectuar.'
NOTAS SOLTAS
350 MIL
Mais de 350 mil portugueses de sete regiões, no centro interior e Alentejo, estão limitados a fazer análises clínicas em laboratórios pertencentes a apenas dois grupos empresariais. Um grau de concentração de concorrência que preocupa a ERS.
LICENCIADOS
Os dados disponíveis no relatório da ERS indicam que em Abril de 2007 apenas uma em cada três entidades (32 por cento) a funcionar tinha licença. No Alentejo, nenhuma das 14 entidades tinha a licença obrigatória e no Centro apenas sete das 84 entidades (oito por cento).
MULTINACIONAL
A Associação Portuguesa dos Analistas Clínicos diz que os donos dos pequenos laboratórios querem aceitar as propostas de compra feitas por multinacionais. O negócio das análises gera 350 milhões de euros, dos quais 240 sob convenções com o Estado.


Cristina Serra

Jornal Correio do Brasil - Vacina universal contra gripe é testada


Jornal Correio do Brasil - Vacina universal contra gripe é testada: "Uma vacina que pode proteger as pessoas contra todas as variações do vírus da gripe, incluindo a gripe aviária, está sendo testada por cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra. De início, a vacina está sendo aplicada experimentalmente em voluntários na Grã-Bretanha.

De acordo com a agência inglesa de notícias BBC, para os pesquisadores, a vacina ataca proteínas que ficam na parte interna do vírus da gripe e que raramente se modificam. Ainda segundo a BBC, de acordo com Sarah Gilbert, uma das líderes da pesquisa, as vacinas tradicionais são desenvolvidas para estimular uma resposta imunológica contra as proteínas H e N, que ficam na parte externa do vírus.

As proteína H e Ns, no entanto, são suscetíveis a mutações, o que faz com que a vacina precise ser renovada todos os anos. Por isso, os pesquisadores desenvolveram uma vacina baseada nas proteínas que ficam na parte interna do vírus, que sofrem pouca mutações.

Para criar uma resposta imunológica às proteínas, a nova forma de imunização possui uma amostra enfraquecida do vírus da varíola, que carrega as proteínas para dentro do corpo do paciente. Segundo os cientistas, uma vez que entra no corpo, a amostra revela estas proteínas ao sistema imunológico, que fica preparado assim para destrui-las nas próximas vezes que identificá-las."

Jornal Correio do Brasil - Dieta mediterrânea restrita melhora a saúde

Jornal Correio do Brasil - Dieta mediterrânea restrita melhora a saúde: "Uma análise de vários estudos médicos elaborado por investigadores italianos confirmou que o cumprimento estrito de uma dieta mediterrânea contribui para reduzir a mortalidade por várias doenças, publicou o British Medical Journal.
Esta meta-análise, dirigida por Francesco Sofi, da Universidade de Florença (Itália), demonstra também que o consumo de alimentos associados com essa dieta reduz em 13% a incidência de enfermidades crônicas como o Parkinson e o Alzheimer.
Os investigadores analisaram 12 estudos internacionais que conjuntamente incluíam 1,5 milhões de participantes, cuja saúde e hábitos alimentares haviam sido controlados em períodos entre três e 18 anos.
Sofi e sua equipe avaliaram numericamente o grau de aderência à dieta dos participantes, e perceberam que os que aderiram mais a ela, usufruíram de melhoras significativas em suas saúdes.
Assim, os especialistas comprovaram que a mortalidade se reduzia 9%, em geral, enquanto as mortes por enfermidades cardiovasculares e por cânceres abaixaram respectivamente 9 e 6%, além de diminuir a incidência de Parkinson e Alzheimer.
Os autores da análise sugerem que, como medida preventiva, se poderia elevar o controle da aderência de certos pacientes a dieta mediterrânea, definida pelo consumo de – entre outros – azeite de oliva, grãos, fruta fresca e seca, verduras e pescado, além de recomendar o consumo de menos carnes, laticínios e álcool."

MICHAEL DEBAKEY – 1908-2008


“Foi um dos maiores cirurgiões de sempre, salvando milhões de vidas. Revolucionou o tratamento das doenças do coração e acompanhou a saúde de Marlene Dietrich, Kennedy, Nixon ou Ieltsin. Fez 60 mil operações.”

O fascínio por aquela profissão, que devolvia saúde e salvava vidas, vinha de longe. Durante a infância, passava dias na farmácia do pai, na cidade de Lake Charles, a fazer perguntas aos médicos que lá iam buscar os preparados químicos de Morris Dabagui, um cristão libanês fugido à intolerância religiosa no Médio Oriente que, por conveniência de pronuncia, mudara o nome para DeBakey ao instalar-se no Luisiana. O tal fascínio acabaria por conduzir o filho do imigrante até ao curso de medicina, concluído numa altura em que ser medico era apenas ser medico: não havia especialidades. Por isso, foi já depois da universidade que Michael despertou para a paixão da sua vida.
Aconteceu numa noite de 1933. estava de serviço no hospital de Nova Orleães quando a policia lhe levou um homem que tinha sido esfaqueado com uma violência extrema: o coração da vitima podia ser observado à vista desarmada, a palpitar entre bolhas de sangue e as costelas rebentadas. A imagem era aterradora, mas só para os policias; o medico estava maravilhado, como reconheceria décadas mais tarde, quando era já um dos grandes cirurgiões cardiovasculares do mundo. “Nunca tinha visto um coração vivo. E aquilo era uma obra de arte, uma visão inspiradora”.
O Cirurgião que tocava saxofone, tinha mau feitio e um vincado sotaque sulista morreu a escassos três meses de completar cem anos de idade, no passado dia 11 de Julho, em Houston – a cidade texana que, graças ao seu trabalho, alberga hoje um dos maiores pólos internacionais de investigação de doenças cardiovasculares. Formado numa época em que o coração era um órgão intocável e misterioso, DeBakey foi um pioneiro da investigação dos problemas cardíacos e abriu caminho para muitas das atuais técnicas cirúrgicas. Em quase 80 anos de atividade, operou uma multidão: 60 mil doentes. Pelo meio, acompanhou o estado de corações famosos: o do Xá reza Palevi, de Eduardo VII, Onassis, Marlene Dietrich, Jerry Lewis, John Kennedy, Lyndon Johnson, Richard Nixon, e mais recentemente o de Boris Ielstin, que lhe chamou “mago do coração”. Não foi um dos maiores exageros do Presidente Russo. Para a circunspecta American Medical Association, acaba de morrer “o maior cirurgião de todos os tempos”.
Deve-se a Michael DeBakey a primeira ligação que foi estabelecida entre o consumo de tabaco e o cancro do pulmão. E deve-se também ao seu gênio e poder de iniciativa, enquanto médico militar na II Guerra Mundial, a invenção dos hospitais móveis para socorrer os feridos nas frentes de batalha – os chamados MASH, largamente utilizados logo a seguir ao conflito europeu, na guerra da Coréia.
Mas foi a tentar perceber, ao mais ínfimo pormenor, o funcionamento e as fraquezas do coração que DeBakey se notabilizou. E começou cedo. Na década de 30, quando era estudante em Nova Orleães, criou uma bomba destinada a analisar o fluxo do sangue nas veias. Apesar do aspecto rudimentar, era um dispositivo revolucionário. Foi imediatamente adaptado para transfusões e, 20 anos mais tarde, em 1954, revelou-se o componente central de uma nova maquina: a mesma que ainda hoje assegura a circulação sanguínea dos doentes durante as operações.
DeBakey desbravou muito terreno nessa área. Foi o primeiro médico a adotar técnicas cirúrgicas fundamentais, como o bypass. E nos anos 50, obcecado por encontrar uma solução para os aneurismas na aorta, descobriu o tecido que é utilizado na substituição de artérias danificadas. Do seu leque de contribuições, fazem também parte as primeiras experiências com corações artificiais, a invenção do dispositivo de assistência ventricular e, logo após a mítica operação de Cristian Barnard, na África do Sul, o primeiro transplante de vários órgãos de um mesmo dador para vários receptores.
Recebeu as mais altas condecorações de Kennedy, Reagan, e também do governo russo, depois de ter ajudado Boris Ieltsin.

‘Francisco Camacho’

domingo, 14 de setembro de 2008

HPV, O ASSASSINO SILENCIOSO


“Dados de associações americanas mostram que mais de metade das pessoas que contrairão, em algum momento da sua vida, ima infecção ou doença se transmissão sexual. Entre elas inclui-se a infecção pelo papilomavírus humano, mais conhecido por HPV, que pode causar; doenças graves e mesmo a morte, como é o caso do cancro do colo do útero.”

À maioria dos portadores de HPV nunca chega a ser feito o diagnóstico, porque não tem sintomas ou sinais, pelo que nunca se apercebem de que têm o vírus – digamos que este é (mais um ) potencial ‘assassino silencioso’ responsável pelo cancro do colo do útero, o segundo mais mortal na população feminina a nível mundial.
A introdução da vacina contra as estirpes de HPV mais prevalentes foi um dos maiores avanços em saúde pública preventiva. Em Portugal, a partir do corrente ano, todas as raparigas que completarem 13 anos em 2008 e as que fizerem 17 serão beneficiadas com a vacinação gratuita, vacinação essa que, se for comprada, custará cerca de 500 euros.
Uma questão que se tem levantado diz respeito aos rapazes, não contemplados no Programa Nacional de Vacinação. Se bem que o fator cancro seja muito mais feminino, a verdade é que haverá cancros no homem, causados pelo HPV, como o cancro do pénis ou da laringe, já sem falar de situações menos graves mas muito incomodas, como a papilomatose anal e genital ou o fator de poderem ser portadores e, portanto, transmissores do vírus.
Só nos Estados Unidos da America estima-se em 11 mil o numero de homens e mulheres que têm cancro da laringe causado pelo HPV, através da infecção durante o sexo oral. Se pensarmos que o sexo oral é prática cada vez mais comum, e até advogada por alguns para os adolescentes se inibirem do sexo com penetração, este dado não pode ser ignorado, como não pode o fato de a infecção e o cancro laríngeo pelo HPV terem incidências iguais para ambos os sexos.
O programa português não poderá, aceita-se, comportar a despesa de uma vacinação de raparigas e rapazes, mas os pais que tenham rapazes entre os 13 e os 18 anos e que possam gastar a soma de 500 euros na vacina talvez devam refletir um pouco sobre o assunto. Do ponto de vista estritamente clinico, valerá a pena vacinar os rapazes para o HPV, sem duvida. Do ponto de vista financeiro, já é outra questão, mas que não altera em nada a verdade da primeira.

‘Mário Cordeiro – Médico Pediatra’