sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Células que "mudam de pele" de um órgão para o outro

Uma equipa de investigadores franceses, da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), da Universidade de Lausanne (UNIL) e do Centro Hospitalar Universitário de Vaudois (CHUV), conseguiu transformar células provenientes do timo – órgão linfático que está localizado na porção antero-superior da cavidade torácica – em epiderme e folículos pilosos (estruturas que darão origem ao pêlo). A descoberta abre novas perspectivas no domínio da regeneração de órgãos.
Encontrar a célula-base que seja transformada em laboratório para qualquer órgão é o ‘Santo Graal’ para os investigadores em Biologia. A criação de pele a partir de células estaminais é um passo importante na ciência. O estudo vem publicado na última edição da «Nature».

O timo tem um papel importante na construção de defesas imunitárias – contém as chamadas células epiteliais, cuja tarefa é de ‘instruir’ as células T a reconhecer e destruir células estranhas (bactérias, células cancerígenas, etc.).


Yann Barrandon, um dos investigadores e autores do estudo, demonstrou as particulares propriedades das células epiteliais, cultivando as de um rato e integrando-as, de seguida, nas da pele, usando técnicas de transplante desenvolvidas no seu laboratório. A experiência permitiu-lhe reconstruir epiderme e folículos pilosos.
“O ambiente onde são colocadas é que transforma a natureza delas”, refere e acrescenta que “esta operação poderia ser produzida, em teoria, com outros órgãos”.

O avanço abre portas para várias aplicações, nomeadamente no domínio dos transplantes e regeneração de alguns órgãos. Remete ainda para determinados modelos biológicos, mostrando que é possível criar tecidos com células de origem embrionária diferentes.

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