Uma equipa de investigadores franceses, da Escola Politécnica  Federal de Lausanne (EPFL), da Universidade de Lausanne (UNIL) e do  Centro Hospitalar Universitário de Vaudois (CHUV), conseguiu transformar  células provenientes do timo – órgão linfático que está localizado na  porção antero-superior da cavidade torácica – em epiderme e folículos  pilosos (estruturas que darão origem ao pêlo). A descoberta abre novas  perspectivas no domínio da regeneração de órgãos.
Encontrar  a célula-base que seja transformada em laboratório para qualquer órgão é  o ‘Santo Graal’ para os investigadores em Biologia. A criação de pele a  partir de células estaminais é um passo importante na ciência. O estudo  vem publicado na última edição da «Nature».
O timo tem um papel importante na construção de defesas imunitárias –  contém as chamadas células epiteliais, cuja tarefa é de ‘instruir’ as  células T a reconhecer e destruir células estranhas (bactérias, células  cancerígenas, etc.). 
Yann Barrandon, um dos investigadores e autores do estudo, demonstrou as  particulares propriedades das células epiteliais, cultivando as de um  rato e integrando-as, de seguida, nas da pele, usando técnicas de  transplante desenvolvidas no seu laboratório. A experiência permitiu-lhe  reconstruir epiderme e folículos pilosos.  “O ambiente onde são colocadas é que transforma a natureza delas”, refere e acrescenta que “esta operação poderia ser produzida, em teoria, com outros órgãos”.
O avanço abre portas para várias aplicações, nomeadamente no domínio dos  transplantes e regeneração de alguns órgãos. Remete ainda para  determinados modelos biológicos, mostrando que é possível criar tecidos  com células de origem embrionária diferentes.
 
 
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