quinta-feira, 27 de maio de 2010

Redução de 15% no consumo de sal evitaria quase 9 milhões de mortes até 2015

Os governos de todo o mundo poderiam evitar milhões de mortes prematuras e reduzir seus gastos com saúde se adotassem novas leis para reduzir a quantidade de sal nos alimentos, disse nesta terça-feira um importante consultor nutricional da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Franco Cappuccio afirmou que algumas medidas voluntárias das indústrias representaram progressos, mas que caberia aos legisladores alterar o paladar dos seus cidadãos, refletindo os últimos estudos científicos sobre os malefícios do sal.

– Há uma total aceitação de que o sal é ruim para nós, que comemos demais dele, e que deveria ser reduzido –, disse Cappuccio, defendendo uma "abordagem regulatória para reforçar e sustentar as medidas voluntárias."

Mas esse professor de medicina cardiovascular da Universidade Warwick, onde ele dirige um centro de nutrição que colabora com a OMS, disse haver um poderoso lobby contrário por parte do setor alimentício, cujos lucros são inflados pelo sal.

Um menor consumo de sal reduz significativamente a pressão arterial, o que por sua vez contribui com uma menor incidência de ataques cardíacos e derrames. A hipertensão é a maior causa mundial de mortes, fazendo 7,5 milhões de vítimas por ano no mundo.

Um estudo de 2007 que analisou todas as evidências disponíveis na época concluiu que uma redução global de 15% no consumo de sal evitaria quase 9 milhões de mortes até 2015.

Outro estudo, em março deste ano, disse que uma redução de apenas 10% no consumo nos EUA evitaria centenas de milhares de infartos e derrames ao longo das próximas décadas, representando uma economia de US$ 32 bilhões para a saúde pública.

Nosso organismo precisa de 1,5 grama de sal por dia, e a OMS recomenda um consumo de até 5 gramas, mas ainda assim há excessos: o consumo médio é de 8,6 gramas por dia na Grã-Bretanha e 10 gramas nos EUA.

– A maior parte do sal consumido no mundo ocidental - na verdade, 80% dele - vem do sal acrescido a alimentos pela indústria alimentícia, e apenas 20% vem do saleiro ou do sal que usamos ao cozinhar –, disse Cappuccio.

– Em termos de liberdade do consumidor, efetivamente não temos escolha. Afinal de contas, as multinacionais alimentam a maior parte do mundo.

Em alguns casos, disse ele, a água salgada injetada nos produtos representa até 30% do peso em produtos como o peito de frango.

– Isso é 30% de puro lucro (para os fabricantes) –, afirmou o consultor.


"Reuters"

1 comentário:

Ministério da Saúde disse...

Olá blogueiro!

O número de pessoas com hipertensão no Brasil aumentou de 21,5%, em 2006, para 24,4%, em 2009. A hipertensão é uma doença silenciosa e ataca todas as faixas etárias. Por isso, junte-se à campanha de combate e controle da hipertensão do Ministério da Saúde. Você pode ajudar na conscientização da população por meio do material de campanha que disponibilizamos para download. Caso se interesse, entre em contato com fernanda.scavacini@saude.gov.br
Obrigado!

Ministério da Saúde