sexta-feira, 21 de maio de 2010

Estudo indica que crianças que mentem são mais inteligentes

A capacidade de uma criança contar mentiras pode ser um sinal de inteligência, de acordo com um estudo feito no Canadá. Os cientistas responsáveis pela investigação dizem que os complexos processos mentais envolvidos na formulação de uma mentira são um indicador de que a criança atingiu um importante estado do seu desenvolvimento, sendo que algumas passam por essa mudança mais prematuramente do que outras.

O estudo, realizado pelo Instituto de Estudos da Criança da Universidade de Toronto, no Canadá, envolveu 1,2 mil crianças e jovens com idades entre dois e 17 anos. Apenas um quinto das crianças de dois anos avaliadas no estudo mostrou ser capaz de não falar a verdade. Já aos quatro anos, 90 por cento das crianças envolvidas no estudo mentiram.

Kang Lee, director do instituto que realizou a investigação, testou a honestidade das crianças pedindo-lhes para não olharem para um brinquedo colocado atrás delas. Depois, o investigador saiu da sala para atender um telefonema, sendo que as reacções dos participantes desta investigação foram sempre vigiadas por câmaras.

Quando voltou, perguntou-lhes se tinham olhado para o brinquedo. A comparação das respostas com as gravações, permitiu verificar que muitas delas mentiram. Kang Lee afirmou que os pais não devem ficar preocupados quando os seus filhos contam mentiras, no sentido em que isto é um “sinal de que alcançaram um novo marco no seu desenvolvimento”, sendo que “os que têm melhor desenvolvimento cognitivo mentem porque são capazes de esconder as pistas”.

De acordo com Kang, a mentira só é possível porque as crianças adquiriram a habilidade de realizar um complexo malabarismo mental que envolve guardar a verdade em algum compartimento no cérebro. Esta capacidade não é controlada, segundo o investigador, por uma educação mais severa ou religiosa e também não implica desonestidade na vida adulta.


"CH"

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