Uma espécie de plástico com espessura mais fina que uma folha sulfite, contendo um antirretroviral pode ser capaz de prevenir o HIV em mulheres. Conhecida por "filme vaginal", a tecnologia está em fase de testes com um novo antirretroviral de dupla ação chamado IQP-0528. O tema foi apresentado na conferência “Microbicides 2010” (M2010) em Pittsburgh, Estados Unidos. A ideia é que o material seja dissolvido aos poucos ao entrar em contato com a vagina, liberando doses do remédio no local para combater o vírus da aids.
O IQP-0528 é um novo antirretroviral em fase de estudos também na versão de anel vaginal. Ele tem tem duas ações: inibide a entrada do vírus em células saudáveis e a atividade de transcriptase reversa – quando o HIV usa a célula para fazer mais cópias de si mesmo. “Essa fórmula tem propriedades únicas e por isso que tivemos esta preferência”, declarou o pesquisador Anthony Ham da organização farmacêutica ImQuest BioSciences of Frederick nos Estados Unidos.
O filme vaginal é feito com um plástico sintético usado em produtos biomédicos como contraceptivos e lentes de contato. O material se mostrou efetivo contra múltiplas cepas de HIV e não teve resultados tóxicos para as células ou efeitos negativos para a flora vaginal. O filme se desintegra em cerca de 10 minutos liberando o antirretroviral no local. “Os resultados em laboratório foram promissores, mas ainda são necessários mais testes”, avaliou Ham.
Durante a M2010, outros testes foram apresentados envolvendo outras tecnologias como tabletes e anéis intravaginais, todos em fase inicial de testes.
A conferência tem como tema “Construindo pontes na prevenção do HIV”. A atividade reúne pesquisadores de mais de 35 países em Pittsburgh, Estados Unidos, até esta próxima terça, 25 de maio.
Rodrigo Vasconcellos, direto de Pittsburgh
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