terça-feira, 25 de maio de 2010

Papel filme com antirretroviral passa em testes primários

Uma espécie de plástico com espessura mais fina que uma folha sulfite, contendo um antirretroviral pode ser capaz de prevenir o HIV em mulheres. Conhecida por "filme vaginal", a tecnologia está em fase de testes com um novo antirretroviral de dupla ação chamado IQP-0528. O tema foi apresentado na conferência “Microbicides 2010” (M2010) em Pittsburgh, Estados Unidos. A ideia é que o material seja dissolvido aos poucos ao entrar em contato com a vagina, liberando doses do remédio no local para combater o vírus da aids.

O IQP-0528 é um novo antirretroviral em fase de estudos também na versão de anel vaginal. Ele tem tem duas ações: inibide a entrada do vírus em células saudáveis e a atividade de transcriptase reversa – quando o HIV usa a célula para fazer mais cópias de si mesmo. “Essa fórmula tem propriedades únicas e por isso que tivemos esta preferência”, declarou o pesquisador Anthony Ham da organização farmacêutica ImQuest BioSciences of Frederick nos Estados Unidos.

O filme vaginal é feito com um plástico sintético usado em produtos biomédicos como contraceptivos e lentes de contato. O material se mostrou efetivo contra múltiplas cepas de HIV e não teve resultados tóxicos para as células ou efeitos negativos para a flora vaginal. O filme se desintegra em cerca de 10 minutos liberando o antirretroviral no local. “Os resultados em laboratório foram promissores, mas ainda são necessários mais testes”, avaliou Ham.

Durante a M2010, outros testes foram apresentados envolvendo outras tecnologias como tabletes e anéis intravaginais, todos em fase inicial de testes.

A conferência tem como tema “Construindo pontes na prevenção do HIV”. A atividade reúne pesquisadores de mais de 35 países em Pittsburgh, Estados Unidos, até esta próxima terça, 25 de maio.

Rodrigo Vasconcellos, direto de Pittsburgh

Sem comentários: