sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Informação médica sobre ataques cardíacos

Ela comentou que não se sentia bem... lhe doíam as costas.... ia
deitar-se um pouco até que passasse... Um tempo mais tarde o seu marido
foi ver como ela estava e encontrou-a sem respirar... Não a puderam
reviver.

Eu sabia que os ataques cardíacos nas mulheres são diferentes, mas
nunca imaginei nada como isto. Esta é a melhor descrição que li sobre
esta terrível experiência...

Sabia que os ataques cardíacos nas mulheres raramente apresentam os
mesmos sintomas 'dramáticos' que anunciam o enfarte nos homens?
Refiro-me à dor intensa no peito, ao suor frio e ao desfalecimento
(desmaio, perda de consciência) súbito que eles sofrem e que vemos
representados em muitos filmes.

Para que saibam como é a versão feminina do enfarte, uma mulher que
experimentou um ataque cardíaco vai-nos contar a sua história:
'Eu tive um inesperado ataque de coração por volta de 22h30min, sem
ter feito nenhum esforço físico exagerado nem ter sofrido nenhum
trauma emocional que pudesse desencadeá-lo. Estava sentada, muito
agasalhadinha, com o meu gato nos joelhos. Lia um artigo
interessante, e com o meu pijama preferido vestido, muito relaxada,
pensava: 'A vida é gira...!'

Um pouco mais tarde, senti uma horrível sensação de indigestão, como
quando estamos com pressa e comemos uma sanduíche, engolimo-la com um
pouco de água e parece que temos uma bola que desce pelo esófago, muito lentamente,
sufocando-nos.

É, então, que nos damos conta de que não deveríamos comer tão depressa
e que deveríamos mastigar mais devagar e melhor, além disto, tomar um
copo de água para ajudar ao processo digestivo.
Esta foi minha sensação inicial... O 'único problema' era que eu NÃO
HAVIA comido NADA desde as 17h00min...
Depois, desapareceu esta sensação e senti como se alguém me apertasse
a coluna vertebral (pensando bem, agora acredito que eram os espasmos
em minha aorta). Logo, a pressão começou a avançar para o meu externo
(osso de onde nascem as costelas no peito). O processo continuou até
que a pressão subiu à garganta e a sensação correu, então, até
alcançar ambos os lados do meu queixo.


Ahhhh!! Nesse momento, soube realmente o que se estava a passar
comigo... Acredito que todos temos lido ou escutado que a dor no
queixo é sinal de um ataque do coração.

'Santo Deus, acredito que estou a ter um ataque cardíaco!', disse ao
gato. Tirei os pés do pufe e tratei de ir até ao telefone, mas caí no
chão...


Então, disse: 'Isto é um ataque cardíaco e não deveria caminhar até o
telefone nem a nenhum outro lugar, mas... se não digo a ninguém o que
se está a passar, ninguém poderá ajudar-me.... E se demoro, talvez não
possa mover-me depois. '

Levantei-me apoiada numa cadeira e caminhei devagar até o telefone
para chamar a emergência. Disse-lhes que acreditava que estava ta ter
um ataque cardíaco e descrevi os meus sintomas. Tratando de manter a
calma, informei o que se passava comigo. Eles disseram-me que viriam
imediatamente e aconselharam-me a deitar-me perto da porta, depois de
destrancá-la para que pudessem entrar e localizar-me rapidamente.

Segui as suas instruções, deitei-me no chão e, quase imediatamente,
perdi os sentidos. Não me lembro quando, como entraram os médicos e
nem quando me levaram de ambulância. Mas, vagamente, lembro-me de ter
aberto os olhos ao chegar ao hospital e ver que o cardiologista estava
à espera, pronto para levar-me à sala de cirurgia. O médico
aproximou-se e fez-me algumas perguntas (creio que perguntou se havia
tomado algum medicamento) mas não pude responder nem entender o que me
dizia porque voltei a perder os sentidos. Acordei com o cardiologista
- como descobri após algumas horas - havia introduzido um pequeno
balão na minha artéria femoral para instalar dois 'stents' que
mantivessem aberta a minha artéria coronária do lado direito.


Quando chamei a ambulância parece que demorou uns 20 ou 30 minutos,
mas na realidade apenas me custou 4 ou 5 minutos... E, graças às
minhas explicações precisas, os médicos já estavam à espera prontos e
atenderam-me adequadamente quando cheguei ao hospital.

Vocês perguntam-se porque lhes conto tudo isto com tanto detalhe
demorado... É simplesmente porque quero que todos saibam o que aprendi
depois desta terrível experiência.

Passo, então, a resumir alguns pontos:


1. Tenham em conta que os seus sintomas, provavelmente, não serão
parecidos em nada aos que padecem os homens. Eu, por exemplo, senti a
dor no externo e no queixo. Dizem que muitas mais mulheres que homens
morrem no seu primeiro (e último) ataque cardíaco porque não
identificam os sintomas e/ou os confundem com os de uma indigestão.
Então, tomam um digestivo e vão para a cama esperando que o mal-estar
desapareça durante a noite. Também, porque - por razões culturais -
nós, as mulheres, estamos acostumadas a tolerar a dor e o desconforto
mais que os homens. Queridas amigas: Talvez os vossos sintomas não sejam
iguais aos meus, mas, por favor, não percam tempo. CHAMEM a
AMBULÂNCIA, se sentem que o corpo experimenta algo estranho. Cada um
conhece o estado natural (normal) de seu corpo. Mais vale uma 'falsa
emergência' do que não atrever-se a chamar e perder a vida...


2. Notem que disse 'chamem os Paramédicos/Ambulância'. AMIGAS, o tempo
é importante, Além disto, não pensem dirigir-se nem deixem que seus
esposos ou familiares as levem ao hospital. Além de que ninguém está
em condições de dirigir sem que os nervos os atraiçoem, os seus
sintomas podem agravar-se no caminho do hospital e complicar as
coisas. Tão pouco é recomendável chamar O MÉDICO para que venha a sua
casa. Além de perder minutos preciosos, poucos médicos levam no seu
carro equipamento 'salva-vidas' necessário nestes casos; a ambulância,
sim está totalmente equipada. Principalmente, tem oxigénio que
precisarás de imediato.

3. Não acreditem que não possam sofrer um ataque cardíaco porque o seu
colesterol é normal ou 'nunca tiveram problemas cardíacos'... Se
descobriu que o colesterol por si só (a menos que seja excessivo)
raramente é a causa de um ataque cardíaco. Os ataques cardíacos são o
resultado de um stress prolongado que faz com que o nosso sistema
segregue todas as classes de hormônios daninhos que inflamam as
artérias e tecido cardíaco. Por outro lado, as mulheres que estão
entrando na menopausa ou já a ultrapassaram, perdem a protecção que
lhes brindava os estrogênios, pelo que correm igual risco de sofrer
mais problemas cardíacos do que os homens.

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