quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estudo relaciona rugas faciais com densidade óssea

Cientistas procuram identificar risco de fractura em mulheres na pós-menopausa

Quanto piores são as rugas menor densidade tem o osso
Quanto piores são as rugas menor densidade tem o osso
Um novo estudo apresentado na 93ª Reunião Anual da Sociedade de Endocrinologia, Boston, EUA, sugere que quanto mais acentuadas estão as rugas faciais de uma mulher nos primeiros anos da menopausa, menor densidade óssea esta tem, informa o Eurekalert.

“Nas mulheres pós-menopáusicas, a aparência da pele pode oferecer uma visão sobre o bem-estar do esqueleto, uma interligação nunca antes descrita”, afirmou Lubna Pal, professora de obstetrícia, ginecologia e fertilidade na Yale School of Medicine, Connecticut, EUA.

O estudo demonstra apenas uma associação entre a densidade óssea e as rugas da pele, salientou a investigadora principal do estudo. No entanto, “esta informação pode permitir a possibilidade de identificar mulheres na pós-menopausa com risco de fractura num ápice, sem que se tenha de recorrer a exames caros”.

A investigação é paralela a um estudo multicêntrico em curso chamado Kronos Early Estrogen Prevention Study, ou KEEPS, que é financiado pela Fundação Aurora e pelo Kronos Longevity Research Institute, em Phoenix, EUA.

Este estudo auxiliar incluiu 114 mulheres no fim dos 40 e início dos 50 anos, que tiveram o último período menstrual nos últimos três anos e que não tomavam terapia hormonal. As mulheres que tivessem sido submetidas a qualquer procedimento cosmético da pele foram excluídas de participar.

Correlação inversa

As mulheres receberam uma pontuação para as rugas do rosto e pescoço com base no número de sítios com rugas e na profundidade das mesmas. A firmeza da pele foi medida na testa e nas bochechas com um dispositivo chamado durómetro. As participantes do estudo também foram submetidas à medição da densidade óssea através de absortometria radiológica de dupla energia e ultrassonografia.

Os cientistas descobriram uma correlação inversa significativa entre a pontuação das rugas e da densidade óssea, ou seja, quanto maior a pontuação (e pior as rugas), menor densidade do osso. Essa relação foi evidente em todos os sítios do esqueleto, desde a bacia, à coluna e ao calcanhar, e manifestou-se independentemente da idade, composição corporal e outros factores que influenciam a densidade óssea. Além disso, uma pele mais firme no rosto e na testa foi associada a uma maior densidade óssea.

Embora a relação entre os ossos e a pele possa parecer pouco clara, Lubna Pal explicou que à medida que envelhecemos, ocorrem alterações no colágenio que podem ser responsáveis por alterações relacionadas com o envelhecimento da pele, incluindo agravamento das rugas e flacidez, e que também contribuem para a deterioração da qualidade e quantidade óssea.

No entanto, segundo a investigadora, são necessários estudos de longo prazo para fundamentar uma relação entre as rugas e o risco de fractura óssea.

“Em última análise, queremos saber se a intensidade da pele rugas pode permitir a identificação de mulheres que são mais susceptíveis à fractura de um osso, especialmente do colo do fémur ou da anca, lesão geralmente fatal em pessoas mais velhas”, explica a professora. “Se conseguirmos saber isso, incluir o estudo das rugas faciais noutros factores de risco clínico pode permitir a identificação do risco de fracturas em populações que não têm acesso a uma tecnologia mais cara”, acrescentou.

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