quinta-feira, 7 de julho de 2011

Morte de um gémeo na gravidez reflecte-se na saúde do irmão


Fenómeno pode ser indicador do estado de saúde geral dos embriões
Fenómeno pode ser indicador do estado de saúde geral dos embriões
A morte de um gémeo durante uma gravidez ocorrida através de técnicas de fertilidade aumenta o risco de malformações congénitas no outro irmão, segundo um estudo hoje apresentado em Estocolmo.
Os investigadores do Research Centre for the Early Origins of Health and Disease (Universidade de Adelaide) analisaram 7400 nascimentos na Austrália ocorridos entre 1986 e 2002 por técnicas de procriação medicamente assistida com o objectivo de determinar quais os efeitos da morte de um embrião sobre o estado de saúde do seu gémeo.

“O risco do gémeo sobrevivente ter alguma malformação congénita quase duplica e as possibilidades de sofrer múltiplas alterações são quase tês vezes mais”, explicou ao jornal espanhol «El Mundo» Michael Davies, o principal autor da investigação divulgada na conferência anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, que decorre na Suécia.
Os cientistas compararam a frequência das malformações congénitas em gestações em que um dos embriões morreu nas primeiras semanas com gravidezes consideradas normais.
Entre os recém-nascidos que perderam o irmão na gestação, 14,6 por cento nasceu com malformações. Os bebés fruto de gravidezes gemelares normais não apresentaram mais alterações que as gestações com apenas um embrião.
Apesar de os factores para explicar este fenómeno não estarem claros, Michael Davies aponta para duas possíveis razões: “A morte de um dos fetos pode desencadear uma resposta imune da mãe que gera um ambiente pouco são para o sobrevivente. Mas o mais provável é que estes fenómenos sejam indicadores do estado de saúde geral dos embriões”.
Os investigadores australianos apontam para a possibilidade de os dois embriões implantados não serem de boa qualidade e o resultado é um deles não sobreviver e o outro não se desenvolver de forma adequada.
“É especulativo, mas penso que será a melhor explicação”, acrescentou Davies. Para os cientistas, estes resultados sublinham a importância de seleccionar os embriões “da melhor qualidade possível”.
Contudo, os autores julgam que estas conclusões podem vir a estender-se de alguma forma às gravidezes espontâneas, sem técnicas de fertilidade: “As gestações gemelares naturais também se podem associar a um aumento de malformações congénitas. Porque se seleccionam óvulos que normalmente não deviam fecundar-se ou porque existe falta de controlo no organismo materno sobre quais os embriões são válidos”.
Ciencia Hoje

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