
Os médicos começam a ser assediados logo no último ano da sua formação específica (internato) por empresas privadas de médicos que lhes oferecem chorudos pagamentos para realizarem horas em hospitais carenciados de clínicos, denunciou o presidente do Conselho Nacional do Médico Interno.
De acordo com Rui Guimarães, os internos de especialidades como anestesiologia, ginecologia/obstetrícia, pediatria e otorrinolaringologia são os que mais frequentemente são convidados para, quando terminarem a sua formação, prestarem esses serviços.
O pagamento, à hora, que estas empresas oferecem aos médicos, é muito mais elevado do que o que os hospitais públicos pagam, apesar de o serviço ir ser prestado em hospitais do SNS.
Conforme noticiou a Lusa, há médicos que ganham 2500 euros numa urgência de 24 horas num hospital público, quando contratados por empresas privadas.
Para Rui Guimarães, este é "um trabalho de mercenário" que nada tem a ver com as ambições de quem estuda e se especializa num hospital público.
"É medicina à peça", criticou o presidente do Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI) da Ordem dos Médicos.
De acordo com Rui Guimarães, estas empresas negoceiam com os internos que frequentam o último ano da especialidade, oferecendo valores elevados por hora de serviço e, no caso de se tratar de hospitais fora do local onde os clínicos vivem, chegam a oferecer estadias em hotéis.
A inclusão de alojamento pode ser "trocada" por mais euros por hora, especificou Rui Guimarães, referindo-se à negociação que estas empresas encetam com os médicos futuros especialistas.
In:Publico