quinta-feira, 24 de junho de 2010

Hepatite C está relacionado a número de parceiros sexuais

O vírus da hepatite C (VHC), descoberto em 1989, já infectou cerca de 170 milhões de pessoas em todo o mundo, mas 40% dos eventos de transmissão não têm causa conhecida. Um novo estudo, liderado por pesquisadores brasileiros e realizado com amostras de sangue de pacientes do Estado de São Paulo, mostra pela primeira vez que fatores sociais podem ter um papel central nos padrões de disseminação do vírus.

O trabalho, publicado na edição da revista científica de acesso livre PLoS ONE, revela que os diversos genótipos do vírus entraram em território paulista em diferentes momentos e tiveram taxas de crescimento distintas. A pesquisa indica ainda que a transmissão está relacionada com a rede de contatos sociais entre os indivíduos, direcionando-se para grupos com determinado tipo de comportamento.

O trabalho é um dos resultados da Rede de Diversidade Genética Viral (VGDN), formada por dezenas de laboratórios espalhados pelo Estado que estudam as variedades genéticas de vírus.

De acordo com Paolo Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), autor principal do artigo e um dos coordenadores da VGDN, o estudo se baseou em sequências genéticas extraídas de amostras de sangue de 591 pacientes de cidades paulistas.

– O padrão predominante dos estudos de epidemiologia tem um viés clínico, mas procuramos entender qual é o papel da interação social na disseminação da doença. Um dos dados que tínhamos à disposição era o número de parceiros sexuais dos pacientes e, a partir daí, percebemos claramente que o número de contatos sexuais – que reflete a conectividade das pessoas nas malhas sociais – é claramente um fator fundamental para a transmissão do vírus –, disse Zanotto.

Estima-se que os portadores do VHC no Brasil correspondam a até 3,5% da população. Não existe vacina disponível para a hepatite C e o tratamento para a doença consiste em antivirais que têm baixa eficácia e provocam efeitos colaterais.

– Por isso é tão importante entender a dinâmica de transmissão do vírus e investir em prevenção –, disse Zanotto.

O estudo mostrou que o subtipo 1b do VHC é o mais antigo e avançou mais lentamente que os subtipos 1a e 3a, em múltiplas classes sociais e faixas etárias. Por outro lado, os subtipos 1a e 3b estão associados a pessoas mais jovens, infectadas mais recentemente, com taxas mais altas de transmissão sexual.

– A dinâmica da transmissão do VHC em São Paulo varia de acordo com o subtipo e é determinada por uma combinação de idade, exposição ao risco e características da rede social. Os fatores sociais têm um papel fundamental nas taxas e nos padrões de disseminação. A definição desses grupos de risco será fundamental para orientar políticas públicas de prevenção –, disse Zanotto.

Segundo o cientista, ao utilizar o número de contatos sexuais como indicador do tamanho da rede social em que os pacientes estão inseridos foi possível observar que os subtipos mais recentes do vírus circulam entre indivíduos com mais conexões, potencializando o número de pessoas expostas.

– Outro aspecto observado é que os pacientes com maior número de conexões praticam mais comportamentos de risco, como uso de drogas e sexo desprotegido. A associação entre a transmissão e a alta conectividade social e a transmissão do vírus não havia sido observada até agora porque a maior parte dos trabalhos se restringia a analisar dados provenientes de grupos de risco, mas nós optamos por uma amostra aleatória –, explicou.

Os diferentes subtipos do VHC entraram no Estado de São Paulo em diferentes momentos, segundo o estudo. O subtipo 1b infectava pessoas nascidas antes da década de 1930. Já o subtipo 3a entrou em cena no meio da década de 1950 e começou a se espalhar rapidamente.

– No passado, o vírus foi disseminado principalmente por transfusão de sangue contaminado. Mas em 1990 foram implantados os testes anti-VHC em bancos de sangue e ele continuou se espalhando. O uso de drogas injetáveis é certamente importante para a transmissão, como a transfusão sanguínea já foi. Mas constatamos que grande parte dos novos casos não envolve esta prática e o vírus continua se espalhando –, disse Zanotto.

O subtipo 1a teve seu crescimento acelerado por volta de 1990, mesmo com o fim da contaminação por transfusão de sangue e, segundo o estudo, já é o segundo subtipo mais comum, devendo superar em breve o subtipo 1b.

– O subtipo 1a está associado às pessoas jovens com muita conectividade sexual. Outras características comuns nesse grupo são o uso frequente de drogas, prática de sexo desprotegido, tatuagens e encarceramento –, afirmou.

O estudo detectou ainda uma correlação do crescimento acelerado dos subtipos mais recentes com a densidade populacional do Estado de São Paulo no período em que os vírus foram introduzidos.

– O aumento populacional favorece o maior número de conexões sociais. Como em qualquer rede social, essas conexões se estabelecem por associação preferencial. Isto é, as pessoas estabelecem mais relações com quem tem comportamentos parecidos. Por isso, têm mais chances de se conectar a indivíduos que já são muito conectados –, disse Zanotto.

O cientista explica que a distribuição do número de parceiros sexuais segue uma lei de potência que indica grande assimetrias nos padrões de conectividade entre os indivíduos.

– A maior parte das pessoas tem entre duas e cinco conexões nessa rede de contatos sexuais. Mas alguns indivíduos chegam a ter alguns milhares de conexões. Diferentes subtipos de vírus infectam esses diferentes grupos –, afirmou.

Segundo Zanotto, o estudo mostrou que as políticas de prevenção devem ser voltadas para os indivíduos que estão altamente conectados.

– Não podemos garantir que a conectividade sexual explique a disseminação da hepatite C, mas há uma clara correlação. Não sabemos se a sexualidade é um indicador, ou uma via de transmissão, mas onde há fumaça há fogo. Se o sexo não é o fator de transmissão, trata-se pelo menos de algum fator associado à grande conectividade sexual. O fato é que há uma clara estratificação comportamental nos padrões de transmissão –, disse.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Descoberta pode ajudar a evitar depressão pós-parto

Cientistas alemães acreditam ter encontrado a causa da melancolia que a maioria das mulheres sofre logo após o parto e esperam que a descoberta contribua para um possível tratamento da depressão pós-parto

Na primeira semana após dar à luz, cerca de 70% das mulheres sofrem do chamado baby blues, com queixas que vão desde alterações de humor e ansiedade até falta de apetite e irritabilidade.

Enquanto a maioria delas se recupera em pouco tempo, 13% das mães continuam apresentando os sintomas após os primeiros meses do nascimento do bebê, o que é considerado depressão pós-parto.

A condição é definida como um grande episódio de depressão que começa nas quatro semanas após o parto e é considerada um grande problema de saúde pública.

Pesquisadores do Instituto Max Planck de Ciências Humanas Cognitivas e Cerebrais, de Leipzig, na Alemanha, descobriram que uma queda brusca dos níveis de estrógeno logo após o parto libera uma enzima no cérebro que bloqueia as substâncias químicas responsáveis pelo bem-estar.

Possível tratamento
O estudo, publicado na revista médica Archives of General Psychiatry, revela que na mesma proporção em que os níveis de estrógeno caem abruptamente nos três a quatro dias após o nascimento do bebê, existe um aumento da enzima monoamina oxidase A (MAO-A) no cérebro.

A enzima quebra os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que, além de serem responsáveis por transmitir os sinais entre as células nervosas, também influenciam nosso humor.

Se o funcionamento dos neurotransmissores é afetado, a pessoa inicialmente se sente triste e após certo tempo corre o risco de ficar deprimida.

A MAO-A foi encontrada em níveis 43% mais elevados em mulheres que acabaram de dar à luz do que em um grupo de mulheres que teve filhos há bastante tempo ou não tinha filhos.

Os níveis mais altos foram registrados no quinto dia após o parto, coincidindo com o dia em que o humor das mães está no ponto mais baixo.

Certas drogas podem ser usadas para diminuir os níveis desta enzima e aumentar os níveis das substâncias químicas quebradas por ela.

– Nossos resultados têm o potencial animador de prevenção da alteração de humor pós-parto. Isso pode ter um impacto na prevenção e no tratamento de depressão pós-parto no futuro –, afirmou a coordenadora da pesquisa, Julia Sacher.

Anticorpos e reparação de nervos

Agência FAPESP – Anticorpos não são importantes apenas para defender o organismo de patógenos invasores, como vírus ou bactérias – o que já seria bastante. Segundo uma nova pesquisa, os anticorpos, além de soldados, atuam como espécies de enfermeiros.
De acordo com um estudo feito por um grupo da Escola de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, os anticorpos também estão envolvidos no processo de reparação de nervos danificados. O trabalho foi publicado no site e na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
A ausência de anticorpos no sistema nervoso central (formado por cérebro e medula espinhal) seria uma das principais razões por que os nervos danificados nessas áreas não são reparados naturalmente em humanos.
No trabalho, feito em camundongos, os pesquisadores mostram pela primeira vez que os anticorpos são críticos para a restauração de danos no sistema nervoso periférico, o tecido que se estende para fora do cérebro e da medula espinhal – como o nervo ciático, que é acessado por anticorpos circulantes.
O estudo também indicou que alguns (embora poucos) desses anticorpos atuam na reparação de nervos danificados. A descoberta abre caminhos para a investigação de possíveis tratamentos para problemas como danos na medula ou acidente vascular cerebral.
“Ninguém sabe por que, mas células no sistema nervoso central não são capazes de se regenerar após acidentes, enquanto células no sistema nervoso periférico se regeneram robustamente”, disse Ben Barres, chefe da cadeira de neurobiologia em Stanford e um dos autores do estudo.
Enquanto os anticorpos têm acesso limitado ao cérebro e à medula espinhal, eles entram sem dificuldade no sistema nervoso periférico.
Células nervosas conduzem impulsos eletroquímicos por longas distâncias por meio de projeções longas e tubulares chamadas axônios. Essas estruturas são tipicamente cobertas por uma camada isolante formada por uma substância gordurosa de múltiplas dobras cujo conjunto é denominado bainha de mielina – composto por fibras nervosas mielínicas.
“Após o dano a um nervo, a mielina degenerada se desloca da área do acidente e é rapidamente limpa no sistema nervoso periférico, mas não no central. No cérebro ou medula espinhal danificados, a mielina degenerada simplesmente continua ali pelo restante da vida do indivíduo. Mas em um dano no nervo ciático, para ficarmos em um exemplo, ela é eliminada em uma semana ou menos”, disse Barres.
No estudo, os autores empregaram camundongos modificados geneticamente para que não produzissem anticorpos e verificaram que não houve restauração de nervos nem remoção da mielina da área afetada. Ao injetar nos camundongos transgênicos anticorpos de animais normais, os cientistas observaram os dois processos.
“Observamos que os anticorpos se grudam na mielina degenerada, marcando-a para a ação dos macrófagos, células imunes vorazes responsáveis pela limpeza”, disse Mauricio Vargas, outro autor do estudo.
Os pesquisadores injetaram nos camundongos geneticamente modificados anticorpos que têm como alvo específico uma proteína que ocorre somente na mielina. O processo restaurou o reparo de terminações nervosas, o que não ocorreu quando administraram outros anticorpos, não associados com a mielina.
O artigo Endogenous antibodies promote rapid myelin clearance and effective axon regeneration after nerve injury (doi: 10.1073/pnas.1001948107), de Ben Barres e outros, poderá ser lido na PNAS em www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1001948107.

sábado, 19 de junho de 2010

Substituição de osso através de derretimento a laser

Em emergências médicas, uma perfuração no crânio é comummente tratada com implantes. Enquanto que as substituições de titânio mal conseguiam ser introduzidas na cavidade aberta, o novo tipo de implante degradável estimula o corpo e regenera-se automaticamente: encaixa perfeitamente e desaparece à mesma extensão que o osso cresce. A recente intervenção foi desenvolvida por uma equipa do Centro Médico da Universidade de Aachen, na Alemanha.

O nosso organismo consegue curar pequenas fracturas ósseas – mas com ferimentos maiores, é necessário alguma intervenção, como o uso de implantes, por exemplo. Em contraste, soluções a longo termo baseadas em implantes de titânio degradáveis estão prestes a substituir as peças que faltam no osso até que a fissura se feche. A sutura poderá demorar meses, ou mesmo anos, dependendo do tamanho do defeito, da idade e da saúde do paciente.

A novidade intensifica o processo de cura e emerge do projecto «Resobone» – uma iniciativa do ministério federal para a educação e investigação – e cada implante será adequado ao visado. Contrariamente aos ossos convencionais substituídos, este não é feito de massa e é poroso. Pequenos canais permeáveis, no implante, penetram alguns cem micrómetros. “Esta precisão encaixa perfeitamente na estrutura porosa, combinada com um novo biometerial, permite uma reconstrução total do osso que até aqui era impossível de realizar”, segundo disse Ralf Smeets, da University Medical Center of Aachen.

O canal poroso cria uma estrutura de treliça para onde a superfície óssea adjacente pode crescer. A estrutura base é constituída por poliláctico sintético, ou PLA (ácido poliláctico). A estrutura granulada de fosfato de tricálcio (TPC) armazenada assegura rigidez e estimula o processo natural de cura. O TCP e PLA já provaram ser degradáveis.

O organismo consegue catabolizar ambas as substâncias, tão rapidamente quanto o crescimento natural da estrutura óssea. Contudo, este material apenas poderá ser aplicado em locais não sujeitos a condições severas: substituirão falhas faciais, como ossos dos maxilares e cranianos. Actualmente, já corrigem fissuras de até 25 centímetros quadrados.

Estrutura degradável

A sua única estrutura é feita através de um processo industrial desenvolvido no Instituto de Fraunhofer for Laser Tecnologia ILT, em Aachen, para a criação de protótipos industriais. Um raio laser fino derrete cada camada pulverizada do material em estruturas que podem ser tão delicadas como 80 a 100 micrómetros.

A tomografia do paciente serve de modelo para o implante preciso. O processo é coordenado em sequências com bastante precisão para que o osso defeituoso possa ser produzido em poucas horas, e uma grande porção craniana, por exemplo, poderá ser feita durante uma noite.

Para além da rapidez, o processo tem reduzido substancialmente o número de cirurgias. Os médicos já não usam o osso pélvico do próprio paciente para fazer um implante. Ainda permite a realização de inúmeras operações complementares em crianças que não precisarão de para trocar de implantes a longo prazo, durante o crescimento. “Realizamos nossa meta: uma corrente fechada de produção de implantes ósseos individuais construídos com materiais degradáveis”, concluiu Höges.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Obesidade prejudica vida sexual

Já se sabe que a obesidade é uma das maiores inimigas da saúde cardiovascular e da longevidade.

O Instituto Francês da Saúde e Investigação Médica alerta, num estudo recente, que os quilos a mais afectam significativamente a vida sexual.

Na investigação, publicada no British Medical Journal, os autores advertem que os médicos devem ter em conta que o excesso de peso pode ter um impacto nas relações.

Apesar dos efeitos da obesidade estarem largamente documentados, os investigadores franceses chegaram à conclusão que havia uma lacuna no que diz respeito à relação dos quilos a mais com a saúde sexual.

Para a investigação, submetera uma amostra de 10 170 indivíduos, dos 18 aos 69 anos, a um inquérito telefónico em que, além das características físicas, eram também questionados sobre os hábitos de vida, inclusive sexuais.

Dos participantes, 2 725 homens e 3 651 mulheres apresentaram um peso considerado normal, em que o Índice de Massa Corporal (IMC) variava entre 18,5 e 25. 1 488 homens e 1 010 mulheres sofriam de excesso de peso (IMC entre 25 e 30) e os restantes 350 homens e 411 mulheres apresentavam o IMC superior a 30, considerados obesos.

Peso condiciona saúde sexual

Na análise dos resultados, ficou claro que o número de mulheres que tinham tido relações sexuais nos últimos 12 meses era significativamente mais baixo nas participantes obesas.

Nathalie Bajos, investigadora

Entre as mulheres com excesso de peso também era mais comum considerar o sexo como uma parte pouco importante do equilíbrio pessoal, enquanto que os homens com uns quilos a mais tinham menos probabilidades do que os outros a terem mais de uma parceira sexual no último ano.

Além disto, os indivíduos com quilos a mais também tinham mais hipóteses de desenvolver uma disfunção eréctil.

Menos parceiros, mais gravidezes não desejadas

Uma das informações mais apelativas desta investigação é que a taxa de gravidez não desejada era quatro vezes mais alta entre as mulheres obesas. Chegou-se ainda à conclusão que estas participantes eram também menos propensas a utilizar métodos anticonceptivos ou a consultar serviços de contracepção.

“A pressão social sobre os corpos de mulheres e o seu peso é particularmente forte.

As mulheres obesas sofrem um risco duplo: têm mais dificuldade em encontrar parceiros sexuais e em gerir as consequências”, referiu Nathalie Bajos, líder da investigação, do Instituto Francês da Saúde e Investigação Médica.

Mulheres obesas têm quatro vezes mais probabilidades de gravidez indesejada
Pintura de Fernando Botero
Mulheres obesas têm quatro vezes mais probabilidades de gravidez indesejada
Pintura de Fernando Botero
Contudo, um editorial que acompanha a investigação adverte que é necessário olhar para estes dados com precaução antes de extrapolá-los para outras populações.

“O trabalho centra-se no uso de preservativos e anticonceptivos orais, ignorando outros contraceptivos de longa duração”, comentam os autores do artigo que reclamam mais estudos neste sentido.

“Se estes resultados se confirmarem, necessitamos de saber porque é que as mulheres obesas usam menos anticonceptivos e têm mais gravidezes não desejadas, além de terem menos parceiros sexuais. As respostas a estas perguntas serão provavelmente complexas, com aspectos biológicos, psicológicos e sociais que exigem um enfoque de qualidade”, realçam os autores do artigo.

Genética influencia diferenças percebidas no nível de sal dos alimentos

Algumas pessoas sentem mais aversão a comidas com pouco sal do que outras. Segundo um novo estudo, é a genética que influencia algumas das diferenças percebidas nos níveis de sal dos alimentos.

A pesquisa, feita na Faculdade de Ciências da Agricultura da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, publicada na revista Physiology & Behavior.

Segundo os autores, os resultados são importantes porque esforços recentes para reduzir a quantidade de sal nos alimentos têm levado muita gente a considerar que alimentos com menos sal não são tão saborosos como os tradicionais.

Dietas com presença elevada de sal aumentam o risco de desenvolver problemas como pressão alta. Isso tem levado empresas do setor alimentício a trabalhar em conjunto com especialistas em saúde no sentido de produzir alimentos que tenham menos sal, mas que sejam considerados saborosos e tenham a aprovação dos consumidores.

O estudo de John Hayes e colegas envolveu 87 voluntários, que experimentaram produtos alimentícios com bastante sal, como batatas fritas e pretzels, durante um período de algumas semanas. Os participantes eram 45 homens e 42 mulheres, com idades entre 20 e 40 anos, saudáveis e não fumantes.

A intensidade de gosto foi medida por meio de uma escala, cujos níveis variavam entre “pouco perceptível” a “mais forte sensação”.

– A maioria das pessoas aprecia o gosto salgado. Entretanto, alguns consomem mais sal, ou porque gostam mais do que os outros ou porque, para eles, o sal é necessário para bloquear outros gostos não tão agradáveis nos alimentos –, disse Hayes.

– As pessoas que experimentam gostos com mais intensidade consomem mais sal do que as demais. Produtos do tipo snacks têm como seu principal atrativo o fato de serem salgados e, para essas pessoas, quanto mais sal melhor. Tais produtos parecem ser mais apreciados por aqueles que sentem gostos com mais intensidade –, indicou.

Segundo o cientista, uma pessoa que sente gosto com mais intensidade acha, por exemplo, pouco agradável um queijo com pouco teor de sal, por considerar muito evidenciado o caráter azedo do produto. Para esses, a maior quantidade de sal é importante para mascarar sabores não desejáveis.

Hayes conta que variações no gosto são tão comuns e pronunciadas como diferenças na cor do cabelo ou dos olhos, por exemplo. Atualmente, o norte-americano consome em média entre duas e três vezes a quantidade de sal diária recomendada por especialistas em saúde.

Homossexual poderá ter parceiro como dependente em plano de saúde

A partir de agora casais do mesmo sexo poderão incluir o parceiro como dependente em seu plano de saúde. A mudança é um pleito antigo de casais homossexuais que muitas vezes eram obrigados a fazer dois planos de saúde para uma mesma família. A nova norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) define como companheiro beneficiário de titular de plano privado de assistência à saúde tanto pessoas do sexo oposto como os do mesmo sexo.

A ANS publicou uma súmula normativa, no Diário Oficial da União, que obriga a todas as operadoras a adotarem as novas orientações. Segundo a agência, a alteração baseia-se no Código Civil Brasileiro e na Constituição Federal que cita como objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

A estudante de Ciências da Computação, Carina Ramires, de 30 anos, tem união estável há dois anos com Jéssica Gutierrez, de 36 anos. Ela conta que depois que saiu de seu emprego tentou ser dependente de Jéssica, mas o plano de saúde não autorizou.

“Fomos obrigadas a ter dois planos de saúde. Jéssica já tem como dependente minha filha e sua filha biológica, mas eu não pude ser incluída, mesmo tendo união estável. A mudança é muito importante. Somos uma família de fato”, afirma. Elas coordenam o Grupo de Mães e Pais de Lésbicas, Gays Bissexuais e Travestis (LGBT), em São Paulo.

O diretor de comunicação, da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, Orency Francisco da Silva, disse que muitas operadoras já utilizam como beneficiários companheiros e companheiras do mesmo sexo.

“A grande maioria de nossas operadoras já trabalha desta forma. Não teremos um grande impacto em nos adaptar, mas só aceitaremos os casais que apresentem documentos comprovando a união estável”, ressalva. A associação atende a mais 5 milhões de beneficiários de 140 operadoras de plano de saúde do país.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Salgado ou sem sal?

Agência FAPESP – Algumas pessoas sentem mais aversão a comidas com pouco sal do que outras. Segundo um novo estudo, é a genética que influencia algumas das diferenças percebidas nos níveis de sal dos alimentos.

A pesquisa, feita na Faculdade de Ciências da Agricultura da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, publicada na revista Physiology & Behavior.

Segundo os autores, os resultados são importantes porque esforços recentes para reduzir a quantidade de sal nos alimentos têm levado muita gente a considerar que alimentos com menos sal não são tão saborosos como os tradicionais.

Dietas com presença elevada de sal aumentam o risco de desenvolver problemas como pressão alta. Isso tem levado empresas do setor alimentício a trabalhar em conjunto com especialistas em saúde no sentido de produzir alimentos que tenham menos sal, mas que sejam considerados saborosos e tenham a aprovação dos consumidores.

O estudo de John Hayes e colegas envolveu 87 voluntários, que experimentaram produtos alimentícios com bastante sal, como batatas fritas e pretzels, durante um período de algumas semanas. Os participantes eram 45 homens e 42 mulheres, com idades entre 20 e 40 anos, saudáveis e não fumantes.

A intensidade de gosto foi medida por meio de uma escala, cujos níveis variavam entre “pouco perceptível” a “mais forte sensação”.

“A maioria das pessoas aprecia o gosto salgado. Entretanto, alguns consomem mais sal, ou porque gostam mais do que os outros ou porque, para eles, o sal é necessário para bloquear outros gostos não tão agradáveis nos alimentos”, disse Hayes.

“As pessoas que experimentam gostos com mais intensidade consomem mais sal do que as demais. Produtos do tipo snacks têm como seu principal atrativo o fato de serem salgados e, para essas pessoas, quanto mais sal melhor. Tais produtos parecem ser mais apreciados por aqueles que sentem gostos com mais intensidade”, indicou.

Segundo o cientista, uma pessoa que sente gosto com mais intensidade acha, por exemplo, pouco agradável um queijo com pouco teor de sal, por considerar muito evidenciado o caráter azedo do produto. Para esses, a maior quantidade de sal é importante para mascarar sabores não desejáveis.

Hayes conta que variações no gosto são tão comuns e pronunciadas como diferenças na cor do cabelo ou dos olhos, por exemplo. Atualmente, o norte-americano consome em média entre duas e três vezes a quantidade de sal diária recomendada por especialistas em saúde.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Melhor Ginecologista

Esse é pra todos aqueles que são MODERNOS e por isso são a favor do ABORTO!!!!!!!
Não deixem de ler, é rapidinho, em poucas linhas uma lição de vida!

O Melhor Ginecologista

Uma mulher chega apavorada ao consultório de seu ginecologista e diz:
- Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério.

Este meu bebê ainda não completou um ano e já estou grávida novamente

Não quero filhos num tão curto espaço de tempo, mas num espaço grande entre

um e outro...
O médico então perguntou:
-Muito bem. O que a senhora quer que eu faça?
A mulher respondeu:
- Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda.
O médico então pensou um pouco e depois de algum tempo em silêncio disse para a mulher:
- Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema.

E é menos perigoso para a senhora.
A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido.
Ele então completou:
- Veja bem minha senhora, para não ter que ficar com dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços.

Assim, a senhora poderá descansar para ter o outro, terá um período de descanso até o outro nascer.

Se vamos matar, não há diferença entre um e outro.

Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não correrá nenhum risco...

Além do período do nojo, férias e subsídios de parto...
A mulher apavorou-se e disse:
- Não doutor! Que horror! Matar uma criança é um crime..
Também acho minha senhora, mas pareceu-me tão convencida disso, que por um momento pensei em ajudá-la.
O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno.

O CRIME É EXATAMENTE O MESMO!!!!!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Prática de atividades físicas melhora desempenho sexual

A prática regular de atividades físicas pode melhorar o desempenho sexual, de acordo com especialistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

Um estudo com 178 homens saudáveis com média de idade de 62 anos mostrou que aqueles que se exercitavam tinham significativamente maiores pontuações em um questionário de função sexual, comparados aos sedentários.

Os resultados indicam que os homens moderadamente ativos, que fazem, por exemplo, caminhadas de 30 minutos quatro vezes por semana, seriam 65% menos propensos a ter disfunção sexual do que aqueles que não fazem atividades físicas.

Os sedentários apresentaram média de 43 pontos em uma escala que avaliava a função sexual - incluindo fatores como capacidade de ereção, de alcançar um orgasmo, frequência e qualidade de ereção, função sexual geral e problemas sexuais, enquanto os moderadamente ativos tiveram 72 pontos e os muito ativos fizeram 70 pontos.

Os exercícios, além de ter um efeito benéfico na autoestima, podem aumentar o fluxo sanguíneo no pênis, facilitando a ereção.


"J.C."

segunda-feira, 7 de junho de 2010

No código ideológico do liberalismo a doença mental "é um anacronismo"

A visão da "loucura" no início do século XX, a relação da sociedade liberal com os que se chamavam de "alienados" foi a base da intervenção de Ana Leonor Pereira, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no colóquio «Doentes e Cidadãos», organizado pelo «Ciência Hoje» e a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

No Casino da Figueira da Foz, a historiadora abordou como era vista a loucura pela burguesia vitoriosa em termos sociais e políticos. "O que fez da loucura um problema foi a falta de produtividade", pois esta era a base ideológica do liberalismo.

Na intervenção «Filosofia liberal e ética médica no internamento psiquiátrico no início do século XX», a investigadora explicou que o manicómio "foi concebido como forma a responder com eficácia" a alguns ideais do espírito burguês. O espírito de 1800 era um espírito progressistas em que a razão, a produtividade e a liberdade andavam lado a lado.

Assim, o mundo do "alienado" era visto como o mundo da "não-razão" e, desta forma, como o mundo do ócio, da não-produtividade e da não-liberdade. Todos estes conceitos são contrários à concepção burguesa do homem e da sociedade.

O internamento seria o lugar natural da loucura (porque não se pode tirar a liberdade a alguém que já não a tem) e significava também a possibilidade da sua abolição. Ali, o alienado "mostrava-se como tal" e recebia um "tratamento moral". Era esta a "fonte primeira do optimismo do médico alienista".

A disciplina institucional e policial e a vontade superior do médico-director do hospital (que nele tinha de morar) eram parte do quotidiano hospitalar.

Segundo o regulamento do Conde Ferreira, hospital psiquiátrico do Porto, o doente teria de se levantar às cinco da manhã. Havia o tempo da oração, do alimento, do trabalho, da recompensa e do castigo. Vestido com o seu fato hospitalar, o "alienado" era então inserido na "vida normal" que era "produzir".

De resto, "o trabalho, o coração da ideologia liberal, era considerado decisivo como fonte de auto-libertação da sua patologia". Tinha um poder "desalienante, gerador de lucidez".

A investigadora explicou ainda que os os alienados nobres eram considerados "incuráveis" porque o trabalho não se coadunava com a sua posição social.


"Luisa Marinho"

Egas Moniz como pioneiro da sexologia portuguesa

Egas Moniz, o único Nobel da Medicina português, debruçou parte da sua carreira ao estudo da sexualidade. Foi sobre o volume «A Vida Sexual», publicado em 1906, que o psicólogo José Pacheco entreviu no âmbito da conferência «Doentes e Cidadãos».

"Apesar de hoje em dia aquela obra poder ser criticada de vários pontos de vista, para época foi uma 'ousadia' apresentar o tema à Universidade de Coimbra", diz.

Para o seu tempo «A Vida Sexual» era um livro "muito actualizado", considera o psicólogo. Não em questões como a homossexualidade, que ele considerava uma doença, mas noutras questões como a contracepção.

Egas Moniz, que escreve no prefácio que o livro é para "gente culta", foi amplamente "malhado" pelo seu neo-malthusianismo, ao apresentar uma lista de métodos anticoncepcionais. Equaciona também a possibilidade da mulheres inférteis, casadas ou viúvas (as solteira não teriam esse direito...) se poderem socorrer de esperma de outros homens.

O prémio Nobel defende também neste livro a "eugenia" - hoje em dia termo que não se utiliza por estar associado ao nazismo - mas que é um conceito que de várias forma de pratica hoje em grande escala.


«A Vida Sexual» era um livro "muito actualizado" para a época
O médico português "aplicou as concepções freudianas no tratamento de alguns casos de perturbação sexual. Aplicou as bases da psicanálise, misturando a hipnose com métodos de associação livre".

Fez o casamento entre sexologia e psicanálise. Por exemplo, na análise de «A Rosa do Adro», de Camilo Castelo Branco, abordou a necrofilia. Escreveu inúmeras biografias de médicos, de escritores, de pintores.

O médico esteve várias vezes indicados para o Nobel (pela angeografia) , mas só em 1949 o conseguiu. Mais tarde, existiu uma campanha para lhe retirar o Nobel, devido aos problemas levantados com o leucotomia.

Diziam que lhe deveria ser tirado prémio porque "inventou uma coisa terrível". Na verdade, explica José Pacheco, "inventou uma coisa de que outros abusaram, o que não invalida que a técnica em si fosse de um engenho fantástico".


"C.H." Luisa Marinho

Uma viagem no tempo à saúde portuguesa de 1937

João Rui Pita apresenta a obra «Portugal Sanitário» de Fernando da Silva Correia

Durante «Doenças, instituições e terapêuticas à volta de 1910», João Rui Pita, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, fez o público de «Doentes e cidadãos» viajar no tempo.

O investigador levou-nos até ao ano de 1937 através de «Portugal Sanitário», uma obra que Fernando da Silva Correia apresentou na época à Faculdade de Medicina da primeira universidade portuguesa.


Trata-se de “uma caracterização bastante extensa e muito pormenorizada que reflecte sobre a saúde em Portugal na primeira metade do século XX, em particular nos anos vinte e trinta”, explica João Rui Pita durante a sua intervenção.

O higienista e médico municipal, mais tarde director do Instituto Central de Higiene do Hospital Ricardo Jorge, junta na obra aspectos geológicos, desportivos, climatológicos com as patologias portuguesas.

As 532 páginas de «Portugal Sanitário» mostram o estado de saúde em Portugal, num ano em que o país tinha quase sete milhões de habitantes e a maioria dos óbitos acontecia por “causa ignorada ou não definida”.

“Fernando da Silva Correia conhecia a realidade e as instituições do pais, e relacionava profissões com patologias, ou com a alimentação ou o consumo de água”, explica João Rui Pita.

As ilustrações, gráficos e mapas são uma constante ao longo da obra. Há estatísticas divididas por distritos sobre o número de médicos e parteiras, o número de hospitais, de camas e doentes.

Além de levar os dados ao pormenor, o médico académico da Universidade de Coimbra analisou exaustivamente a mortalidade no Portugal de 1937, concluindo que era “o país da Europa em que a taxa de mortalidade por mil habitantes é a maior”.

A tuberculose ocupava o primeiro lugar na lista negra, mas já nessa época vislumbrava-se o aumento de doenças cancerígenas.

Em 1937 havia 360 estabelecimentos hospitalares civis, militares, maternidades e sanatórios.

Doentes na história

Hoje, já não são os dados estatísticos que preenchem as ideias dos investigadores e pensa-se em “outras formas de escrever a história da medicina, enfermagem e farmácia”, adianta o orador.

João Rui Pita avança sobre a importância de incluir o doente nesse olhar sobre as praticas médicas, seja através “das associações ou de entrevistas aos doentes”, o investigador garante que “hoje os doentes são importantíssimos na execução desse projecto”.


"C.H." Barbara Gouveia

sábado, 5 de junho de 2010

Estudo completissimo sobre a ingestão de cerveja...‏

Já era tempo que fosse publicado um estudo sério e que se fossem desmistificando algumas crenças infundadas!

Estudo Científico sobre o Consumo de Cerveja

1. A CERVEJA MATA?

Pode. Há uns anos, um rapaz, ao passar pela rua, foi atingido por uma caixa de cerveja que caiu de um camião levando-o a morte instantânea. Além disso, casos de enfarte do miocárdio em idosos teriam sido associados a publicidade a cervejas com modelos de belas mulheres...

2. O USO CONTINUADO DO ÁLCOOL PODE LEVAR AO USO DE DROGAS MAIS PESADAS?

Não. O álcool é a mais pesada das drogas: uma garrafa de cerveja pesa cerca de 900 gramas .

3. A CERVEJA CAUSA DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA?

Não. 89,7% dos psicólogos e psicanalistas entrevistados preferem whisky.

4. MULHERES GRÁVIDAS PODEM BEBER SEM RISCO?

Sim. Está provado que nas operações STOP a polícia nunca faz o teste do balão às grávidas. E se elas tiverem que fazer o teste de andar em linha recta, podem sempre atribuir o desequilíbrio ao peso da barriga.

5. A CERVEJA PODE DIMINUIR OS REFLEXOS DOS MOTORISTAS?

Não. Foi feita uma experiência com mais de 500 condutores: foi dada uma caixa de cerveja para cada um beber e, em seguida, foram colocados um por um diante do espelho. Em nenhum dos casos os reflexos foram alterados.

6. A CERVEJA ENVELHECE?

Sim. É bebida que envelhece muito depressa. Para se ter uma ideia, se se deixar uma garrafa ou lata de cerveja aberta, ela perderá o seu sabor em aproximadamente quinze minutos.

7. A CERVEJA CONDICIONA NEGATIVAMENTE O RENDIMENTO ESCOLAR?

Não, pelo contrário. Algumas universidades estão a aumentar os lucros com a venda de cerveja nas cantinas e bares.

8. O QUE FAZ COM QUE A BEBIDA CHEGUE AOS ADOLESCENTES?

Inúmeras pesquisas têm vindo a ser feitas por laboratórios de renome e todas indicam, em primeiríssimo lugar, o empregado de mesa.

9. A CERVEJA ENGORDA?

Não. Tu é que engordas.

10. A CERVEJA CAUSA PERDA DE MEMÓRIA?

Que eu me lembre, não.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Teste de sangue permite detectar cancro do pulmão

Sistema imunitário liberta substâncias meses ou anos antes de o tumor aparecer no organismo

Investigadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, desenvolveram um novo teste de sangue que pode revolucionar o diagnóstico do cancro do pulmão, já que permite detectar a doença meses ou até anos antes de o tumor começar a crescer.

Este novo teste, desenvolvido em parceria com a empresa norte-americana Oncimmune e que será comercializado como Early CDT-Lung, consegue detectar as substâncias que o sistema imunitário liberta quando o cancro começa a aparecer no organismo.

Quando o paciente apresenta os primeiros sintomas da doença, o cancro do pulmão já está em etapas avançadas o que torna o tratamento bastante complicado. No entanto, este novo teste pode abrir portas a tratamentos em fases mais precoces.


Segundo John Robertson, líder da investigação, “as células cancerígenas possuem proteínas diferentes das células normais, uns compostos chamados antígenos, a que o sistema imunitário responde produzindo grandes quantidades de anticorpos”,

“É como se o corpo estivesse a gritar ‘eu tenho cancro’ muito tempo antes de o tumor poder ser detectado”, explicita o cientista.

O teste demonstrou ser eficaz em 40 por cento dos casos, mas os cientistas tencionam melhorar este número à medida que se consigam identificar mais proteínas cancerígenas.

“Começamos a entender a carcinogénese como nunca antes tínhamos conseguido perceber, analisando quais as proteínas incorrectas e como responde o sistemas imunitário”, adverte o cientista, que não descarta a possibilidade de o teste ser utilizado no diagnóstico de outros tipos de cancro.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Excesso de histamina pode estar na origem das enxaquecas

No estudo realizado relatou-se em défice da enzima diaminoxidase, que metaboliza a molécula

Um défice elevado da enzima diaminoxidase (DAO), cuja função é metabolizar a histamina, pode ser a causa da enxaqueca. Este é o resultado de um estudo dirigido por Carmen Vidal, catedrática de Nutrição e Bromatologia (Universidade de Barcelona) em colaboração com Associação Espanhola de Doentes com Cefaleia, a Fundación Migraña e o Laboratório DR Healthcare.

Estima-se que 10 por cento da população sofra de enxaquecas, doença sobre a qual ainda pouco se sabe e que tem um tratamento difícil.


Na investigação agora realizada participaram 160 pessoas, divididas entre as que sofrem desta doença e as que não sofrem. Os resultados dizem que 96 por cento das que sofrem da doença têm níveis abaixo do normal da enzima diaminoxidase.

Este facto sugere que o excesso de histamina (molécula relacionada com os processos alérgicos e o sistema imunitário) pode ser uma das causas da doença.

Com este estudo pode começar a desenvolver-se medicamentos que compensem o défice da enzima e ajudem a degradar ou neutralizar a histamina. Outra solução, que muitas pessoas que sofrem da doença já conhecem, é controlar a dieta.

A histamina e o seu precursor – o aminoácido histidina – produzem-se no organismo mas também entram nele através dos alimentos. Peixe, queijo, vinho e enchidos têm uma grande concentração.

Chá verde retarda envelhecimento cerebral

Cientistas portugueses comprovam que consumo de bebida pode diminuir danos neurológicos

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) concluiu que o consumo de chá verde atrasa o processo de envelhecimento cerebral, diminuindo os danos neurológicos e a perda de memória associada.

O estudo, liderado por José Paulo Andrade, investigador do Centro de Morfologia Experimental da FMUP, teve como objectivo “perceber o efeito do consumo regular de chá verde nas alterações provocadas pelo envelhecimento no hipocampo, uma região do cérebro envolvida na formação da memória”, refere a faculdade, em comunicado divulgado hoje.


A equipa estudou ratos velhos com 19 meses de idade, que ingeriram chá verde diariamente desde os 12 meses, comparando-os depois com ratos da mesma idade que não consumiram chá verde e com ratos mais jovens, que funcionaram como grupos de controlo.

Os resultados do estudo demonstraram que os animais que consumiram chá verde foram menos expostos ao stress oxidativo, acumularam menor quantidade de lipofuscina nas células do sistema nervoso central e obtiveram melhores resultados nos testes de aprendizagem e memória espacial relativamente aos grupos de controlo, refere a FMUP.

“Os investigadores acreditam que os efeitos neuroprotectores do chá verde na formação do hipocampo se devem à elevada concentração de catequinas nesta bebida. As catequinas pertencem ao grupo dos polifenóis e, entre outras acções, exercem uma forte actividade antioxidante”, salienta a faculdade.


Catequinas podem proteger hipocampo
Os ratos estudados beberam, por dia, uma quantidade equivalente ao consumo de aproximadamente meio litro de chá verde no homem, pelo que os autores aconselham o “consumo regular desta bebida quando incluída numa dieta normal e equilibrada”.

O coordenador do estudo reconheceu que “é sempre difícil extrapolar para o ser humano”, mas afirmou que “provavelmente há alguns efeitos benéficos no consumo de chá verde no ser humano”.

Açúcar anula efeitos

“É claro que tem de se ter uma dieta normal, equilibrada e saudável. Por exemplo, se se deitar muito açúcar, provavelmente o chá verde não vai ter efeitos, porque o açúcar vai ter efeitos pró-oxidantes, que vão anular os efeitos benéficos do chá verde”, realçou.

José Paulo Andrade referiu que este estudo constituiu a tese de doutoramento de Marco Assunção, defendida há dois meses e cujos resultados já foram publicados em “revistas de alto factor de impacto a nível internacional”.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Descoberta revoluciona conhecimento sobre células-tronco

Uma nova descoberta sobre o que são as células-tronco e como elas se comportam deverá ajudar os cientistas a cultivar células que efetivamente formem tecidos diferentes.

Um estudo realizado na Universidade de Edimburgo, na Escócia, mostrou que as células-tronco embrionárias não são um tipo único, mas são constituídas de células que se alternam entre precursores de diferentes tipos celulares.

A descoberta deverá ajudar os cientistas a capturar as células-tronco embrionárias exatamente no ponto certo, quando elas estão prontas para se diferenciar nas células que formam os tecidos que se deseja.

Comportamento oscilante

O estudo indica que as células-tronco embrionárias não são um único tipo de célula, como se pensava anteriormente, mas compreendem uma mistura de diferentes tipos celulares no embrião, capazes de se transformar de um tipo para outro e inclusive reverter a transformação.

Até agora, os cientistas acreditavam que as células-tronco embrionárias somente eram capazes de se tornar os precursores das células adultas, uma propriedade conhecida como pluripotência.

Mas os cientistas escoceses agora descobriram que elas também podem se transformar em células associadas com a placenta. Essas células - conhecidas como endoderme primitiva - formam o saco vitelino que fornece nutrientes para o embrião.

Ambiente embriônico

O estudo, publicado na revista PLoS Biology, mostra também que as células-tronco embrionárias são capazes não apenas de transformar-se, mas também de alternar entre as células que criam a endoderme primitiva e as células embrionárias, que irão formar os diversos tecidos do organismo.

Embora nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário as células alternem-se entre os dois tipos de células diferentes, os sinais recebidos das células ao redor, assim como do ambiente embriônico, lhes permite corrigir rapidamente a rota para tornar-se um tipo específico de célula.

No entanto, no laboratório as células-tronco embrionárias são cultivadas em um disco de Petri, longe de um ambiente embriônico e, como resultado, elas se mantêm em um estado no qual a sua identidade não se fixa.

Embrião artificial

Os cientistas esperam que uma melhor compreensão de como as células-tronco embrionárias mudam de um tipo para outro irá permitir criar um ambiente artificial que encoraje o crescimento de células de tipos específicos.

O Dr. Josh Brickman, coordenador da pesquisa, afirma: "Este estudo muda a nossa visão do que as células-tronco embrionárias realmente são e como elas se comportam. Saber que as células-tronco embrionárias podem alternar entre diferentes tipos de células vai nos ajudar a isolar células em um ponto específico no tempo, quando elas estão prontas para se tornarem células específicas. Isto vai melhorar nossa capacidade de produzir células específicas no laboratório."


Tara Womersley